Reflexão do Evangelho

Escolher o Caminho que Leva ao Pai (Marcos 1,9-15)

1º Domingo da Quaresma

Cristãos e cristãs começam a preparação para a Celebração da Páscoa com esse tempo da quaresma. Esse período remonta os quarenta anos que o povo caminhou pelo deserto (cf. Ex 16,35; Dt 8,2-4); também os quarenta dias que Moisés passou conversando com Deus na montanha (cf. Ex 34,28), e o tempo de quarenta dias que levou a caminhada de Elias até o monte Horeb, o “monte de Deus” (cf. 1 Re 19,8). Quarenta dias, diz o Evangelho que, Jesus passou no deserto sendo tentado por satanás, tendo ao lado animais selvagens e anjos que o serviam.

Deserto lembra lugar de encontro de Deus com o seu povo; lugar da aliança; mas também lugar da provação, lugar de fazer escolhas e renúncias. Na época de Jesus, a figura de “satanás” tinha registrado uma evolução e evocava um espírito mau, inimigo do homem, que procurava destruir o homem e frustrar os planos de Deus. É certamente neste sentido que ele aparece aqui… “Satanás” vai tentar levar Jesus a esquecer os planos de Deus e a fazer escolhas pessoais que estejam em contradição com os projetos do Pai. É no deserto que Jesus é tentado a optar pelo caminho mais fácil, seja na busca do poder temporal, seja na busca de projetos pessoais usando inclusive de violência e mergulhar em um messianismo político.

Assim também foi lá no “paraíso”. O primeiro homem, vivia no paraíso em paz completa com todos os animais e que os anjos estavam à sua volta para o servir. A proposta era obedecer o caminho do indicado por Deus, mas, quando Adão escolheu o caminho da autossuficiência e se revoltou contra Deus, rompeu-se a harmonia original, os animais tornaram-se inimigos do homem e até os anjos deixaram de o servir. A escolha do primeiro Adão não foi a melhor.

Jesus também é tentado a seguir o seu próprio caminho. Mas Ele recusa a tentação e faz a opção pelo caminho novo que lhe foi indicado pelo Pai, isto é, o “Reino de Deus”. Essa era a realidade nova trazida por Jesus e até ensinada nas catequeses rabínicas que falavam que a chegada do Messias traria a volta a harmonia original que foi perdida. É isso que a Comunidade de Marcos procurava lembrar, ou seja, Jesus é a volta do plano original de Deus. Foi-se o antigo Adão e chegou o novo Adão que traz paz, amizade, harmonia, enfim a felicidade sem fim.

Vencida a tentação a Comunidade de Marcos nos apresenta Jesus que, impelido pelo Espírito, vai para a Galileia, concretizar a missão que o Pai lhe confiou (cf vers. 14-15). A pregação de Jesus começa com o anúncio da chegada de um tempo novo, conforme os profetas já vinham anunciando. Deus não deixará o seu povo sozinho. Ele vai recuperar o seu lugar no coração das pessoas. E quem vai fazer isso deve ser o seu ungido (Messias).

É tempo de conversão – metanoia – mudança. É preciso acolher a Boa Nova (Evangelho). “Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos. É reformular os valores que orientam a própria vida; de modo que Deus passe a estar no centro da existência do homem e ocupe sempre o primeiro lugar. De acordo com Jesus, não é possível que o sonhado mundo novo de amor e de paz se torne uma realidade, sem que o a pessoa humana não renuncie ao egoísmo, ao orgulho, à autossuficiência e passe

a escutar, de novo, Deus e as suas propostas. “Acreditar” então passa ser, sobretudo, aderir à pessoa de Jesus, escutar a sua palavra, sua voz, sua proposta e acolhê-la no coração, fazendo dela uma escolha de vida.

Esse primeiro domingo da quaresma, em sua pedagogia mistagógica nos coloca em sintonia com todas as tentações do mundo e as suas agressividades. Também nós somos chamados a enfrentar essas realidades presentes em nossos dias e em nossas vidas e fazer as nossas escolhas. É nesse espírito que se insere a Campanha da Fraternidade proposta pela Igreja Católica, sempre por ocasião da Quaresma. Neste ano de 2024 o tema é Fraternidade e Amizade Social, com o lema “Vós sois todos irmãos!” (cf Mt23,8). O apelo e o convite à conversão quer ser um apelo profético em favor da amizade, neste tempo de tanta desarmonia. Superar as tentações da inimizade, do desamor, as intrigas sociais devem ser visto como a volta à harmonia original do paraíso que Deus sonha para todos os seus filhos e filhas. Esse é o caminho que leva ao Pai, assim como Jesus o fez. Celebrar verdadeiramente a Ressurreição de Jesus significa começar agora a trilhar os mesmos caminhos de Jesus.

Pe. Manoel David Neto – CEBI-ES

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