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Advento: Tempo de encontros e de visitas!

Leia a reflexão do evangelho desta semana por Claudete Beise Ulrich.

Boa leitura!

Acolhida

Organizar um altar, colocando um pano lilás-violeta (cor do Advento), flores, a Bíblia aberta no texto de Lucas 1,39-45. Preparar em conjunto uma coroa de Advento, com ramos verdes, quatro velas (uma para cada celebração de Advento), fita vermelha. Preparar com antecipação a encenação (o diálogo) entre duas mulheres grávidas que vão se visitar, representando o encontro entre Maria e Isabel. Colocar também no altar um prato com bolachas de Natal, de preferência confeccionadas por uma ou mais pessoas participantes do grupo, com diversos motivos natalinos: anjos, pinheirinho, estrelas, etc.

Saudação

Advento, tempo de encontros!
Advento, tempo de preparação!
Advento, tempo de visitas!
Deus vem nos visitar!
Advento, tempo de tornar a vida mais doce, na certeza que a tua
“Palavra é mais doce que o mel e o destilar dos favos” (Sl 19,10).
Por isso, vamos nos saudar com um abraço carinhoso.

Canto: O tempo vai passando sutilmente

Oração

Iniciamos esta celebração de Advento na certeza da presença de Deus que visita o seu povo em Jesus Cristo, filho querido, atuante atra-és da brisa suave-forte do Espírito Santo. Amém.

Advento é tempo de se preparar para receber a visita de Deus- criança que vem ao nosso encontro.
Esperamos aquele que há de vir.
Chegará sem demora e já não haverá temor entre nós.
Esperamos contra todas as evidências.
Que a paz, a sabedoria e a força… inundem os corações dos filhos e das filhas de Deus, transformando a violência em amor.
Esperamos olhar o mundo com os olhos cheios de amor.
Todas/os: Há de vir aquele que traz a esperança, a paz, o amor e a salvação.
(Adaptado de Vera Lúcia Chvatal)

A Palavra de Deus Iluminando a nossa vida

Ler de forma pausada o texto de Lucas 1,39-45. O evangelista Lucas deseja apresentar uma “acurada investigação de tudo desde sua origem (…) uma exposição em ordem” (Lc 1,3). O Evangelho de Lucas, por isso, traz mais detalhes sobre a vida de Jesus, inclusive, antes do seu nascimento, falando de encontros, visitas e dos preparativos para a sua chegada. O texto de Lucas 1,39-45 narra a disposição de Maria, grávida, de ir ao encontro de Isabel que também está grávida. O ambiente onde se desenrola a narrativa é o da casa de Zacarias e Isabel. Maria entra na casa de Zacarias, mas saúda Isabel (Lc1,40). O contexto imediato do texto lembra-nos de que Zacarias e Isabel são um casal de idosos (Lc 1,5-7). Zacarias ainda encontra-se mudo, pois não acreditou no anúncio do anjo (Lc 1,20). “Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João” (Lc 1,13).

O texto de Lucas 1,39-45 narra o encontro de duas mulheres grávidas, duas futuras mamães. Isabel é mais velha, mas também está vivenciando pela primeira vez, a experiência de estar grávida. Ela já se encontra no sexto mês de gravidez (Lc 1,36). Maria é mulher jovem e encontra-se no começo da gravidez. Encontrar-se, abraçar-se, alegrar-se com o encontro, compartilhar as experiências de gravidez é o que leva, provavelmente, Maria a visitar a sua parenta Isabel. A experiência de estar grávida também traz perguntas, dúvidas. Nada melhor do que conversar com alguém que está vivenciando a mesma experiência.

O contexto do texto também nos conta que Maria recebeu a visita do anjo (Lc 1,26-38). Maria dialoga com o anjo sem intermediários. Percebe-se, no contexto, a presença de duas regiões e duas tradições: Zacarias é sacerdote de Jerusalém, morador das montanhas de Judá. Isabel encontra-se em idade avançada (idosa), estéril. Maria é mulher, jovem, virgem, natural da região fértil da Galiléia. O anjo anuncia que assim como Isabel concebeu um filho na velhice, assim também Maria engravidará, “porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1,36). O contexto todo fala de visitas: visita de Deus através do anjo. Deus vem ao encontro do seu povo, como na história do Êxodo.

O texto apresenta duas mulheres, duas histórias de vida, duas regiões e duas tradições que representam os grupos explorados, oprimidos e discriminados por sua classe social, por seu gênero, por sua diferença geracional. Maria e Isabel, com suas histórias diferentes, no entanto, são as escolhidas para a visita de Deus. Essa visita necessita ser compartilhada. Maria se coloca a caminho e vai visitar a sua amiga Isabel, que é mais velha. A idade não importa. É no compartilhar das experiências entre diferentes gerações de mulheres que se aprende e se constrói um novo mundo baseado na cooperação e no respeito à diversidade, rompendo-se com a sociedade patriarcal que promove a competição entre as mulheres.

Isabel recebe a visita de Maria com alegria e com exclamações.

Assim que Maria saúda Isabel, acontece algo que só uma mulher grávida pode sentir: “A criança lhe estremece no ventre” (v. 41). A criança  vinda no ventre também fica feliz com o encontro. Isabel, então, possuída pelo Espírito Santo, exclama em alta voz, interpretando aquele momento de visita e encontro “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre” (v. 42). É interessante perceber que é Isabel, a mais velha, aquela que não podia ter filhos (estéril) que fica possuída do Espírito Santo e bendiz a sua amiga Maria.

O encontro entre Maria e Isabel nos fala da importância das relações de ajuda entre mulheres. Maria, saindo de sua casa e indo ao encontro de Isabel, coloca-se como aprendiz. É na visita, no encontro, na troca de experiências, no processo que vão se gestando possibilidades de um novo mundo, rompendo-se com aquilo que separa, com o mundo patriarcal que prende e aprisiona. Duas barrigas grávidas de vida que se estremecem quando se cumprimentam. A vida pulsa para além da vida das mamães grávidas.

Elas anunciam a alegria do novo. Como é bom se encontrar! Como é bom se visitar! Como é bom se abraçar! Como é bom demonstrar a alegria dos sentimentos! Como é bom preparar a chegada das crianças – da novidade de vida na certeza de que “um outro mundo é possível”.

O texto termina com mais uma fala de Isabel: “Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor”. Jesus retoma essa fala no capítulo 11,27-28 do Evangelho de Lucas, quando uma mulher se levanta no meio da multidão e exclama: “Bem-aventurada aquela que te concebeu, e os seios que te amamentaram”. E Jesus lhe responde: “Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!”.

Maria saiu de sua casa e colocou-se a caminho, indo visitar Isabel. A criança no ventre de Isabel estremece de alegria quando ouve a saudação de Maria. Isabel tem uma atitude profética. Ela interpreta o momento que as duas vivenciam. Não há ninguém entre elas. Nenhum intermediário. A alegria do encontro se dá no estar face a face. É no espaço da casa que a palavra é dita ao mundo. Elas se assumem como protagonistas da história. A visita de Maria a Isabel é nomeada como uma experiência de profundo significado para as duas mulheres. Elas se ouvem, se alegram, se saúdam, se abraçam, compartilham experiências e exclamam (falam) sem nenhum intermediário. A amizade sincera entre Maria e Isabel possibilita o ouvir e o falar. A interpretação dessa relação dita por Isabel a Maria (bem-aventurada a que creu) faz com que Maria cante o Magnificat (Lc 1,46-56): a possibilidade de uma nova história.

Celebrando a Palavra de Deus

A palavra refletida fala da alegria da visita e do encontro entre duas mulheres grávidas: Maria e Isabel. Nesse momento, duas pessoas poderiam encenar a visita do encontro entre Maria e Isabel, chamando a atenção para a alegria não só das mulheres grávidas, mas também das crianças que estão nas barrigas grávidas. Criar um diálogo entre as duas mulheres grávidas, chamando a atenção para o tempo de gravidez, de espera, de desejo, do novo que está por vir, da alegria e da esperança que o nascimento dessas crianças significa para toda a humanidade. O encontro entre Maria e Isabel apresenta a interação entre duas gerações de mulheres que aprendem uma da outra, no compartilhar de suas experiências como mulheres grávidas – Maria, mulher mais jovem, que se encontra com Isabel, sua prima, mulher mais velha. Existe algo muito forte que une as duas mulheres, as crianças que levam no ventre e o projeto de vida e libertação que essas crianças representam. Isabel soube interpretar esse momento de encontro com uma bênção profética. Ela abençoa profeticamente Maria e a criança que ela carrega em seu ventre.

Advento é tempo de preparação. Como esse texto nos ajuda a nos prepararmos para o Natal? Quem nós poderíamos visitar?

Bênção de encerramento

Pedir para que as pessoas se coloquem uma em frente à outra. Que elas se olhem com alegria e se abençoem desejando um bonito tempo de Advento. Que uma pessoa possa dizer para a outra a seguinte bênção:

Amiga, amigo!
Desejo um abençoado tempo de Advento!
Tempo de espera!
Que este tempo seja pleno de alegria!
Bendito/a és tu, amigo e amiga, que renova a esperança no Deus-criança que veio e que virá!

Amém.

Uma ajuda para 0 grupo

A coroa de Advento é um dos símbolos mais conhecidos do tempo de Advento. Ela é feita com galhos verdes, enrolada com uma fita vermelha. A coroa é ornamentada com quatro velas menores e uma vela maior. Cada vela menor será acesa na respectiva semana de Advento até completar as quatro semanas, quando todas as velas estarão acesas. Somente no dia de Natal acende-se a vela maior, que deverá ser branca. A coroa fala da nova aliança que Deus faz conosco através do envio do seu filho Jesus Cristo. A fita vermelha fala dos laços de amor com os quais Deus nos enlaça. O verde da coroa fala de esperança.

A cor do Advento é o lilás-roxo que fala do tempo da preparação. É importante explorar na decoração o sentido do Advento – preparar-se para a chegada do Natal, da presença de Emanuel, Deus-conosco. Fazer bolachas era uma prática de nossas mães e avós no tempo de Advento. Não se fazia bolachas em qualquer época do ano. Lembro-me do meu tempo de criança, quando minha mãe e avó faziam bolachas no tempo que antecedia a Páscoa e no tempo do Advento. Era somente nesses tempos especiais de preparação que se faziam doces…

No fazer os doces também se partilhava a vida e a esperança! Preparar com antecedência o diálogo entre duas mulheres grávidas que se encontram, lembrando que Maria é jovem e Isabel é idosa e era estéril. Acentuar no encontro entre as duas mulheres as mudanças que a gravidez traz para o corpo da mulher. Apontar para a alegria de preparar o nascimento das crianças – a esperança de uma nova história e de uma vida mais justa e feliz! Advento é tempo de sair de casa e de ir ao encontro da outra pessoa. É tempo de exercitar a solidariedade, através da realização de visitas. É no visitar-se que uma nova história poderá ser gestada! Somente quando as pessoas se encontram, dialogam, respeitam e crescem a partir das diferenças… no processo de ser, de ouvir e de dizer a sua palavra, na comunhão, no estar face a face que vidas são transformadas e um novo mundo se torna possível. Advento é tempo de crer, mesmo que ainda esteja escuro ao nosso redor!

Partilhado pela autora. Claudete Beise Ulrich é teóloga, pedagoga, com mestrado em Teologia Prática pelo Instituto Ecumênico de Pós Gradução da Escola Superior de Teologia (2002) e doutorado em Teologia, área de concentração religião e educação também pelo Instituto Ecumênico de Pós Gradução da Escola Superior de Teologia (2006). Desde agosto de 2015 é professora de Teologia na graduação e na Pós-Graduação Ciências das Religiões na Faculdade Unida em Vitória no Espírito Santo.

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