A edição desse ano, com o tema “Nossa vida d@s outr@s – A empatia é a verdadeira revolução”, contou com a presença dos deputados Maria do Rosário (PT-RS) e Jean Wyllys (PSOL-RJ); além do padre Wagner Ferreira da Silva; e a pesquisadora Raquel Recuero, da Universidade Católica de Pelotas; dentre outros.
Romi Bencke afirmou que a grande causa da violência contra homossexuais é a intolerância religiosa, em especial a promovida por setores da comunidade cristã: “Essa intolerância nos mostra a falta da abertura para estabelecer um diálogo saudável entre tradição e o processo de modernização. A falta de diálogo faz com que a própria religião fique fora do tempo”, criticou.
Para ela, o projeto 6583/13, chamado de Estatuto da Família, é uma proposta de estabelecimento da visão religiosa acima das demais, limitando o diálogo. Bencke comparou-o com o projeto apelidado de “cura gay” e à redução da maioridade penal, ou ainda à idealização da mulher como mãe por aqueles que se opõem ao aborto.
“A base da intolerância está na dificuldade do reconhecimento no outro. É uma arrogância identitária”, avaliou a pastora, que acusa a “extrema direita” no Brasil de usar a religião como plataforma de promoção de suas ideias conservadoras de mundo, segundo informações do site da Câmara.
O padre Silva, responsável pela diocese de Lorena (SP), disse que a expressão de ódio nas redes sociais é um dos sintomas de violência contra os diferentes. O líder católico parafraseou papas par afirmar que a paz corre perigo quando a dignidade humana não é respeitada e quando a convivência não prioriza o bem comum: “A violência é o mal, é inaceitável como solução para os problemas”, disse, lembrando que o uso da violência em nome da fé é uma distorção dos princípios religiosos.