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Não temas, Jesus é o Senhor! [Ribamar Portela]

É comum se ouvir nas igrejas, nas praças, nas ruas e em encontros religiosos o discurso feito por pessoas zelosas que estão preocupadíssimas com o “pecado” e com o “demônio ”(aqui se verá a diferencia entre demônio e Diabo) .
No primeiro caso (pecado) bradam fortemente quase como que querendo forçar os ouvintes a uma conversão. Claro que se deve no dia a dia romper com o pecado. Entretanto, a forma como essas pessoas falam dar a impressão que são santas e as demais pessoas a quem estão falando vivem mergulhadas no pecado. Segundo o pensamento desses pregadores e pregadoras esses ouvintes estão com um pé no inferno e, por conseguinte Deus está longe deles.
Olhando para a Bíblia se ver que também existiam pessoas que se achavam puras enquanto condenavam como impuras as demais. Estas estavam separadas de Deus conforme o pensamento dos puros. Para se ter uma ideia clara do que se está falando basta ler, por exemplo, Levítico e Esdras que fazem parte do Primeiro Testamento e os Evangelhos que são do Segundo Testamento onde mostram a preocupação exagerada de alguns com a questão da pureza.  
A questão do puro e impuro era forte criando um abismo entre Deus e os impuros.
Quem eram os impuros daquele tempo?  
  • a  mulher: quando dava à luz um menino, ela ficava impura por quarenta dias. Se fosse menina sua impureza durava oitenta dias (cf. Lv 12, 1-5). No seu período de menstruação estava impura (cf. Lv 15, 19);
  • homem ou mulher que apresentasse um mancha, uma inflamação ou furúnculo na pele e depois ter Sido constatado pelo sacerdote como sendo lepra (cf. 13, 1-3).
  • Estrangeiros/estrangeiras: “O povo de Israel, os sacerdotes e os levitas cometeram as mesmas abominações que a população local, formados de cananeus, heteus, (…); eles e seus filhos se casaram com mulheres estrangeiras, e a raça santa misturou-se com a população local.” (Eds 9, 1-2)

 

Hoje que são considerados como impuros/impuras em outras palavras, pecadores/pecadoras? São:
  • Homosexual (no inicio do HIV os puritanos viam como castigo divino)
  • A mulher divorciada que refaz sua vida com outro homem, ou vice-versa;
  • O homem e a mulher que vivem juntos sem serem casados na Igreja (embora muitos vivam mais unidos que muitos que passaram pelo sacramento do matrimônio);
Para os vigilantes da vida alheia os pecados  dos outros são de uma proporção sem medida. Contudo, esquecem que podem não ter um determinado pecado, mas tem um outro, pois quem  é sem pecado neste mundo para poder jogar a primeira pedra? (cf.  Jo 8, 7). Tem gente que é casado na Igreja, porém bate na sua companheira, comete adultério; outros nunca se prostituíram, contudo não conseguem deixar de falar da vida do próximo, de levantar falso testemunho; outros e outras guardam uma profunda mágoa de alguém. Portanto não convém a ninguém julgar e condenar a quem quer que seja por levar a vida como leva. Convém sim olhar para a própria vida como bem diz Jesus:
“Não julguem, e vocês não serão julgados. De fato, vocês serão julgados com o mesmo julgamento com que vocês julgarem, e serão medidos com a mesma medida com que vocês medirem. Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção à trave que está no seu próprio olho? Ou, como você se atreve a dizer ao irmão: ‘deixe-me tirar o cisco do seu olho, quando você mesmo tem uma trave no seu? Hipócrita, tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do olho do seu irmão.” (Mt 7,1-5) 1
Ao falar tudo isso não quero ser entendido como aquele que está dizendo às pessoas “podem pecar “como tem acontecido quando falo que Igreja/Religião não salva tem-se pensado que estou falando para as pessoas irem para outras Igrejas/Religiões. Na verdade estou querendo que respeitem as Igrejas/Religiões dos outros. Que se deixe a intolerância religiosa. Que entenda que Deus “aceita quem o teme e pratica a justiça, seja qual for a nação a que pertença.” (Atos 10, 35). Que   σωτηρία  τ  Θε  μν  τ  καθημέν  π  τ  θρόν  κα  τ  ρνί (“A salvação pertence ao nosso Deus que está sentado no trono, e ao Cordeiro”) (Apo 7,10).
Aliás, se entendesse profundamente esse versículo citado do Apocalipse se olharia para cada irmão e irmã com um olhar menos condenatório, se pregaria menos moralismo. Se  deixar penetrar pelo texto de Mateus citado acima “Por que você fica olhando o “κάρφος” (cisco) no olho do teu irmão, e não presta atenção à  “δοκν” (trave) que está no seu próprio olho?” (7,3) olhar-se-ía primeiramente para si mesmo (a), para o seu próprio pecado que talvez seja bem maior que o do irmão ou da irmã que tanto tem julgado/a. Cabe aqui falar na mitologia grega: Tétis segurou seu filho “Aquiles” pelo calcanhar quando este era criança e o mergulhou no rio Estirge. Este rio tornava invulnerável tudo que fosse banhado pela suas águas. Assim, Aquiles tornou-se invulnerável com exceção do seu calcanhar que não fora mergulhado no rio Estirge. Na guerra de Tróia, ele é morto por Páris que acerta em seu calcanhar direito com uma flecha (BRANDÃO, 1986).
Todo ser humano tem seu “calcanhar de Aquiles” (seu ponto fraco) não devendo, portanto condenar ninguém, mas procurar ser solidário com os que são tidos como impuros (pecadores). Todavia é mais fácil olhar o ponto fraco do outro condenando de imediato como fez aquele fariseu: “Vendo isso, o fariseu que havia convidado Jesus ficou pensando: “Se esse homem fosse mesmo um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, porque ela é pecadora” (Lc 7, 39) do que ver o que há de bom como fez Jesus (apesar de não ter pecado algum) (cf. Lc7, 40-47). No versículo 47 se pode notar claramente que Jesus “ver no comportamento daquela mulher impura e pecadora o sinal palpável do perdão de Deus : “Muito deve ter-lhe sido perdoado, porque é muito o amor e a gratidão que está mostrando” (PAGOLA, 2012) e aquela mulher pecadora (prostituta) ouviu de Jesus “Sua fé salvou você. Vá em paz!” (Lc 7,50).
Será então, que não se deve mais falar contra o pecado? Claro que sim! O que não se deve é fazer o que se tem feito. Tem-se condenado de imediato pessoas principalmente se  tratando de sexo (este é visto como um pecado terrível se for fora do sacramento) mas porque não se ver essas mesmas pessoas que condenam os outros por questão de sexo denunciar um dos grandes pecados que é a “corrupção” que quando praticado acarreta consequências terríveis.  Os  resultados que vêm pela prática deste mal massacra a grande maioria da população: faltam verbas para:
  • manter hospitais públicos funcionando de fato,
  • educação de qualidade
  • saneamento básico
Esse pecado não é denunciado por essas pessoas moralistas. Contudo digo que se deve sim denunciar, contudo sem condenar. Jesus não condenou ninguém, aliás dele é dito: “Eis o cordeiro de Deus , aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). No evangelho de João “mundo” tem significados diferentes. No versículo citado representa a humanidade. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado da humanidade e não que condena.
Como é difícil para muitos aceitar esse Deus apresentado por Jesus de Nazaré: “Deus misericordioso”.  Pensam que a justiça de Deus é como a justiça humana e desse jeito estão pressas ao sistema de méritos. A justiça de Deus é totalmente diferente da humana. A justiça divina está unida à sua misericórdia isso pode ser visto em Apocalipse 4,1-3:
Depois de escrever as cartas às igrejas, eu, João, tive uma visão. Havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que tinha ouvido falar-me como trombeta, disse: “Suba até aqui, para que eu lhe mostre as coisas, que devem acontecer depois dessas”. Imediatamente o Espírito tomou conta de mim. Havia no céu um trono e, no trono, alguém sentado. Aquele que estava sentado parecia uma pedra de jaspe e cornalina; um arco-íris envolvia o trono com reflexos de esmeraldas.
“Aquele que assentado no trono é Deus” que é Juiz. Contudo é dito que “um arco-íris envolvia o trono com reflexos de esmerada”. Esse arco – íris simboliza a misericórdia que envolve todo o trono. A justiça e misericórdia estão juntas em Deus e isso é muito bom! Sim, isso é muito bom porque todo mundo peca, porém não deve baixar a cabeça pelo contrário deve saber que o amor de Deus manifestado em Jesus supera todo e qualquer pecado e assim ter ânimo:
“Meus filinhos, eu lhes escrevo tais coisas para que vocês não pequem. Entretanto, se alguém pecou, temos um advogado junto do Pai: Jesus Cristo, o justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados; e não só os nossos, mas também os pecados do mundo inteiro” (1Jo 2, 12).
É preciso ter em mente que ninguém é salvo pelos próprios méritos. Quem quer ser salvo por seu próprio esforço  se  separa  de Jesus Cristo: “κατηργήθητε  π  Χριστο  οτινες  ν  νόμ  δικαιοσθετς  χάριτος  ξεπέσατε”  (Vocês que buscam a justiça na Lei se desligaram de Cristo e se separaram da graça) (Gl 5,4).  Digo tudo isso para que todo (a) pecador (a) não tenha receio de invocar o perdão divino que já foi conquistado por Jesus. Sim, a separação que fora colocada entre os impuros e Deus já não existem mais. E neste momento ergue-se a pergunta “quando foi que deixou de existir?” A resposta está nos evangelhos sinóticos Mc 15, 37-38; Mt 27, 51; Lc 23,45. Veja o que diz, por exemplo, Mc 15, 37-38: “Então Jesus lançou um forte grito e expirou. Nesse momento, a cortina do santuário se rasgou de alto a baixo, em duas partes”.
 Se de fato a cortina rasgou-se não é tão importante. Importante é o que os autores dos evangelhos sinóticos querem dizer, ou seja, que toda pessoa tem acesso a Deus, tenha ela pouco ou muitos pecados e isso graças a Jesus.  Antes disso, só o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano no Santo dos Santos que estava longe do acesso de qualquer pessoa devido o véu que marcava tal divisão e fazer a expiação pelos pecados do povo. O sumo sacerdote era um intermediário entre o povo e Deus.
Segundo os evangelhos sinóticos os seres humanos têm acesso a Deus. Nenhum pecado por maior que seja é capaz de por entre o ser humano e Deus o véu que já foi rasgado e como bem diz São Paulo “nada nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 8,39). Portanto, as pessoas que vêem e condenam as outras como impuras/pecadoras procurem entender quão misericordioso é o Pai de Jesus, o Nazareno e que ele é livre para agir com compaixão com quem quiser: Amigo, eu não fui injusto com você. Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é seu e volte para casa. Eu quero dar também a esse, que foi contratado por último, o mesmo que dei a você. Por acaso não tenho o direito de fazer o que eu quero com aquilo que me pertence? Ou você está com ciúme porque estou sendo generoso?” (Mt 20,13-15)
A outra preocupação dita acima é com o demônio. Nas pregações se ouvem muitos pregadores e pregadoras falando do demônio a ponto de este parecer superior a Deus.  Contudo é preciso esclarecer que:
Quando os evangelhos mostram Jesus expulsando demônio tem que se entender que não estão descrevendo no sentido que se entende hoje: uma entidade que entra em uma pessoa e a controla totalmente, mas trata-se de doenças que a ciência daquele tempo não tinha como explicar:
Quando a causa de uma doença era perceptível pelos sentidos e se sabia a causa do sofrimento, não era então atribuída aos demônios ou aos maus espíritos. Não era preciso. Estava claro que a causa da enfermidade era uma ferida externa ou a deterioração de algum membro do corpo. […] Mas, de repente, apresentava-se um homem mudo. Podia comprovar-se que sua boca e sua língua estavam em perfeitas condições, mas surpreendentemente, ele não podia falar. Como era possível tal anomalia? Só podia haver uma explicação: tinha um demônio (Mt 9, 32), ou aparecia alguém que era surdo. O aspecto externo de suas orelhas era normal, como o de todos. Mas não podia ouvir absolutamente nada.
A explicação da época: tem um demônio (Mc 9,25). O mesmo acontecia com quem sofria de epilepsia. […] nenhuma causa externa podia apontar-se para explicar tal fenômeno. Somente podia dizer-se que possuía um demônio (Mt 17, 14-20). Em caso de loucura ou demência, acontecia algo semelhante. […] Era, portanto, necessário evocar forças desconhecidas para justificá-la: os demônios.  (VALDÉS, 1999, p. 8-10)
Também tem que se saber que a palavra δαιμόνιον (demônio) não tem o mesmo significado da palavra διάβολος ((Diabo). A palavra Diabo traduz na Bíblia o termo hebraico “Satanás”. Isso significa dizer que ao se falar do Diabo está se falando de Satanás e nunca de demônio além do mais não existe nenhuma passagem bíblica que diz que alguém está com o Diabo ou Satanás dentro de si. As Escrituras mostram que o Diabo / Satanás tenta o ser humano para pecar (VALDÉS, 1999), contudo ele não pode forçar a ninguém a fazer o que não quer: “resistam ao diabo, e este fugirá de vocês” (Tg 4, 7).
Eis aqui uma Boa Notícia: não se deve temer o Diabo/Satanás. Ele pode apenas tentar, mas jamais pode obrigar alguém a fazer o que não quer e Jesus diz “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago” (Lc 10, 18) ora se Satanás caiu do céu perdeu poder. Quem crer em Jesus não deve temer o Diabo afinal quem é que está à direita de Deus: aquele que caiu do céu ou Aquele que “foi levado para o céu” ( Mc 16, 19; Lc 24, 51) e que foi constituído por Deus como Senhor e Cristo (Atos 2, 36)? Deve-se temer o demônio? Também não, pois como foi dito se tratava de doenças desconhecidas pela ciência da época e como a Igreja não fica parada no tempo ela já não se opõe à Ciência como no passado com exceção em um ponto como bem diz o professor de Teologia Bíblica Frei Isidoro Mazarollo:
Atualmente, a relação da Igreja com a Ciência tem sido harmônica. A princípio, sua preocupação não é com uma descoberta em si, e sim com os meios utilizados para isso. Quando de fato o processo para alguma descoberta fere ou ameaça a ética relativa à vida humana, dentro dos preceitos da Igreja, ela se posiciona, pois há uma preocupação com a vida. A priori, a Igreja é favorável ao desenvolvimento científico, tanto na área humana quanto no desenvolvimento tecnológico. (Fonte: globo.com)
E o Catecismo da Igreja Católica afirma:
Fé e ciência. Muito embora a fé esteja acima da razão, nunca pode haver verdadeiro desacordo entre ambas: o mesmo Deus, que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. E Deus não pode negar-Se a Si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade» (30). «É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé: as realidades profanas e as da fé encontram a sua origem num só e mesmo Deus. Mais ainda: aquele que se esforça, com perseverança e humildade, por penetrar no segredo das coisas, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todos os seres e faz que eles sejam o que são, mesmo que não tenha consciência disso”(31).
(Fonte: vatican.va)

Hoje diante dos avanços da Ciência,a Igreja continua falando do Diabo, mas já não tanto do demônio. Segue preocupada com as tentações, mas lentamente foi abandonando sua crença nas possessões. O Concílio Vaticano II, em todos os seus documentos, menciona-o apenas três vezes e sempre em passagens bíblicas. […] E, enquanto os antigos catecismos falavam com mais detalhes da vida e da ação dos demônios, o Novo Catecismo o Novo Catecismo dedica-lhe apenas dois números.  Assim também a oração oficial da Igreja menciona-o muito pouco. Em 1969 modificou o ritual do batismo, no qual se recitavam sete exorcismos, porque era considerado como uma grande  batalha contra o demônio que habitava o recém-nascido e elaborou um novo ritual, sem essas orações.Três anos mais tarde o papa Paulo VI suprimiu a ordem dos exorcistas. Com isso nenhum sacerdote recebe mais este ministério. E em 1984, João Paulo II publicou um novo Ritual Romano em que se elimina definitivamente da Igreja Católica a cerimônia do exorcismo. (VALDÉS, 1999, p. 16-17)
Tudo isso que foi falado não deve abalar a fé de ninguém afinal o ponto central do Cristianismo é a fé na Santíssima Trindade e não no demônio.  A fé deve continuar mais viva do que nunca. Não se deve ter pavor do demônio, mas expulsá-lo: “Os sinais que acompanharão aqueles que crerem são estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas. […] quando colocarem  as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados” (Mc 16,  17s). Mas hoje quais as pessoas que se pode ver que seus olhos não apresentam nenhum problema, seus ouvidos estão em perfeito estados e sua boca não têm nenhum anomalia, contudo não veem não escutam nem falam (não tem voz nem vez) e isso “causado pelo sistema social, político e mesmo religioso” que as impedem de verem, ouvirem e falarem? Muitos são os demônios que precisam ser expulsos para que as pessoas tenham mais vida experimentem o “Reino de Deus”.
Tais demônios são:
A fome, o desemprego, a falta de moradia própria, a corrupção,… Tudo isso deve ser expulso para que se viva como realmente Deus quer e deixar de colocar culpa de algum mal praticado ou sofrido no demônio e assumir os próprios erros para haver realmente uma conversão e se lutar continuamente  contra o pecado, o Diabo e o demônio sem temer, pois Jesus é o Senhor!
Fonte: Texto enviado pelo autor. Ribamar é teólogo e assessor do CEBI. Acompanhe as publicações do autor.
Referências bibliográficas:
VALDÉS, Ariel Álvarez. Que sabemos sobre a Bíblia? 4. ed. Aparecida, São Paulo: Santuário, 2003; Volume 4
BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Grega. 2. ed. Petrópolis: 1986; Volume 1
1. As passagens bíblicas são tiradas da Bíblia edição Pastoral e do Novo Testamento.
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