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Manifestantes cobram providências da UFRGS após agressão a estudante indígena

Manifestantes cobram providências da UFRGS após agressão a estudante indígena
Aos gritos de “Racistas, fascistas não passarão”, estudantes e representantes de coletivos de indígenas e de negros, além de movimentos sociais, fizeram um protesto, na tarde desta quinta-feira (31), na Capital, contra as agressões  sofridas na madrugada do dia 20 de março por Nerlei Fidelis, 33 anos, estudante cotista indígena de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para apurar os autores da tentativa de homicídio e injúria racial e também foi instalada uma sindicância pela UFRGS.

Nerlei foi agredido a socos e pontapés por um grupo de jovens próximo à Casa do Estudante da UFRGS, mesmo depois de já estar caído. Ele, acompanhado por um sobrinho, teria ido ao local visitar um parente, quando foi insultado pelos demais estudantes. “O que esse índio está fazendo aqui”, teriam provocado os jovens. As agressões físicas foram registradas pelas câmeras. O ato desta quinta-feira começou em frente à faculdade de Direito, onde diversos estudantes e representantes de coletivos fizeram manifestações. “Nós não somos brancos, somos miscigenados, está na hora de a UFRGS ouvir nossa resposta”, afirmou uma estudante, tom seguido por outros manifestantes que reclamaram de discriminação por parte da própria universidade.

“Infelizmente, por meio dessa violência, é que as pessoas ficaram sabendo que tem indígena na universidade”, lamentou Kate Lima, da etnia Ticuna, do Amazonas. Do coletivo Indígena e coordenadora de Ações Afirmativas do Diretório Central dos Estudantes (DCE), ela informou que desde 2008, quando foi implantado o Programa Seletivo Indígena, 76 indígenas ingressaram na UFRGS, 52 regularmente, e cinco já se formaram. Na opinião de Kate, a violência sofrida por Nerlei reflete o que pensam os estudantes da universidade “em relação ao índio, ao negro, ao gay.” “A sociedade quer expulsar da sociedade tudo que é diferente”, observou ela.

Advogado de Nerlei e representante do Movimento Quilombola, Onir Araújo disse que desde a agressão, o estudante não tem frequentado as aulas. “Ele está muito constrangido e revoltado. O impacto emocional é bem devastador”, explicou Araújo, sobre o estudante, que faz parte da primeira turma de cotistas da UFRGS. Por meio das imagens das câmeras, conforme o advogado, foi possível identificar os autores das agressões, que seriam cinco estudantes da Faculdade de Engenharia da UFRGS e outros dois da Pontifícia Universidade Católica (PUC).

Depois do ato na frente da faculdade de Direito, os manifestantes seguiram em direção à faculdade de Engenharia. Com cartazes com frases como “Fora, agressores. UFRGS  se manifesta” e cantando “Racistas, fascistas não passarão”, o grupo entrou no saguão do prédio da Engenharia. Lá, o canto ganhou um tom mais alto: “Não, não. Racistas, fascistas não passarão!” Ao megafone, os estudantes reclamaram mais uma vez da discriminação e defenderam a expulsão dos responsáveis pela agressão a Nerlei. Enquanto manifestantes falavam, do lado de fora, outros entregavam panfletos relatando agressão e discriminação e cobrando providências.

De lá, o grupo foi para a Reitoria cobrar uma posição da UFRGS. “A exigência é bem simples: o afastamento imediato e a expulsão dos estudantes”, informou Araújo, além de cobrar transparência da comissão de sindicância. Aos gritos de “Se cuida, se cuida, se cuida seu fascista, a universidade vai ser toda de cotista”, o grupo ingressou no pátio da Reitoria. Ao se aproximarem do prédio, a segurança em frente foi reforçada, o que desagradou os manifestantes. “É justiça seletiva, que só serve para reprimir índio, negro”, protestou um dos estudantes, ao megafone. O secretário de Assuntos Estudantis da UFRGS, Ângelo Ronaldo Pereira da Silva, desceu para receber o documento do grupo e ouviu cobranças por transparência e diversidade na formação da sindicância. Também exigiram que a universidade revele a identidade dos agressores e os expulse. “Olê, Olá, se o reitor não expulsar, o bicho vai pegar”, cantaram os manifestantes.

Em resposta, Ângelo disse que a comissão foi instalada, e que uma das integrantes é a coordenadora de Ações Afirmativas da UFRGS. Um professor e um estudante também integram a comissão. Depois da manifestação em frente à UFRGS, segundo a assessoria de imprensa da universidade, o grupo entrou no Salão de Atos, onde ocorria um painel, e pôde novamente fazer as cobranças.

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