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Jether se eterniza [Dom Sebastião Armando Gameleira]

Por Dom Sebastião Armando Gameleira Soares,

Bispo da Igreja Anglicana, ligado ao CEBI Pernambuco

 

Conheci o querido Jether Ramalho nos ambientes do CEBI, embora já soubesse de sua intensa atividade no extenso campo das relações ecumênicas. Encontrei-o muitas vezes, quer em encontros promovidos pelo CEDI (Centro de Documentação e Informação) hoje KOINONIA-PRESENÇA E SERVIÇO, grupo intensamente dedicado a promover relações ecumênicas e chamar a atenção para a atuação cristã na sociedade. Muito ligado ao Conselho Mundial de Igrejas. Em várias ocasiões marcava presença junto a ele, sua delicada e discreta esposa Lucila. Fiquei sabendo que era leigo, filho de pastor da Igreja Congregacional e, na juventude, fora dedicado missionário. Tornou-se sociólogo, professor universitário, escritor, perspicaz analista da sociedade e da Igreja cristã, conferencista e editor.

Com frequência, por anos nos encontramos no Conselho Nacional do CEBI. Ele tinha sido um de seus fundadores, junto com o bispo metodista Paulo Ayres, o pastor presbiteriano Carlos Cunha, o Frei Carlos Mesters e tantas outras pessoas da primeira hora, no seio dos “Encontros de Petrópolis”, hospedados por nosso grande Frei Leonardo Boff. Aí, um grupo de lideranças pastorais e teológicas, incluindo os irmãos dominicanos que tinham passado pelo cárcere, grupo que se reunia periodicamente e acompanhava de perto a situação de nossa gente no difícil período da ditadura. A pergunta de fundo era de como vir em socorro de nossa gente, como animá-la e estimulá-la a organizar-se sob a direção de uma potente luz que são as santas Escrituras: exercitar-se numa leitura da Bíblia para além de doutrinária e eclesiástica, que permanecesse como fonte viva de uma espiritualidade que jorrasse a cada dia para animar as pessoas, clarear caminhos e fortalecer os pobres na resistência ao “dragão da maldade”, conforme a linguagem de Apocalipse. Uma leitura bíblica popular e comunitária que abrisse nossos olhos, enquanto pessoas e instituições da sociedade, aos desafios lançados pela trágica realidade brasileira e de nossa afroameríndia.

Jether não era só querido e venerado como um dos fundadores do CEBI, mas era um membro do CEBI sempre muito presente e zeloso que, com fina delicadeza, não hesitava em levantar e discutir os problemas que surgiam em nossa caminhada. Escutava com fina atenção as pessoas, argumentava e nos ajudava a encaminhar soluções de problemas de orientação, de rumos e de administração. Por anos, enquanto trabalhei com ele como representante do CEBI-NE, diretor nacional do CEBI e representante do setor de formação, muitas vezes, encontrei-me com ele e batemos agradáveis e proveitosos papos. Era, além de um cristão fervoroso, um intelectual sistemático e erudito, sociólogo e teólogo. Das pessoas que conheço é daquelas que sempre me deram a sensação de estar diante de alguém de excepcional fineza, que não se acha toda hora, forte nos argumentos e sábio nos conselhos, mas sempre delicado e respeitoso, como se precisasse de pedir licença para discordar.   Gente desse quilate não morre nunca, dela só se pode falar no tempo presente. Jether é daquelas pessoas que, sem dúvida, não morrem, se eternizam para brilhar como luminosas estrelas de nosso céu.

Sugestão do site: texto de autoria de Jether Ramalho, extraído da Revista Tempo e Presença, edição 235/1988. Movimento popular como espaço ecumenico Tempo-e-Presenca_235 – 1988_ PTP 144

 

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