Reflexão do Evangelho

As aparências enganam – Jesus condena a incoerência – Mateus 23,1-12

O evangelho para próximo domingo (30/10/11) é o texto de Mateus 23,1 a 12, do qual faz parte a longa crítica de Jesus contra os escribas e fariseus (Mt 23,1-39). O presente artigo conduz à reflexão de que, o importante ao meditar estes textos, é descobrir que Jesus condena a incoerência e falta de sinceridade no relacionamento nosso com Deus e com o próximo. Ele está falando contra a hipocrisia de ontem e de hoje!

1 Situando

1. O texto deste Círculo faz parte da longa crítica de Jesus contra os escribas e fariseus (Mt 23,1-39) com que Mateus encerra a parte narrativa dos capítulos 19 a 23. Lucas e Marcos têm apenas alguns trechos desta crítica contra as lideranças religiosas da época. Só o Evangelho de Mateus traz o discurso todo. Este texto tão severo contra os escribas e fariseus deixa entrever como era violenta a polêmica das comunidades de Mateus com as sinagogas daquela região.

2. Hoje, ao ler e comentar estes textos fortemente antifarisaicos devemos tomar muito cuidado para não sermos injustos com o povo judeu. Nós cristãos, durante séculos, tivemos atitudes antijudaicas e, por isso mesmo, anticristãs. O que importa ao meditar estes textos é descobrir o seu objetivo: Jesus condena a incoerência e falta de sinceridade no relacionamento nosso com Deus e com o próximo. Ele está falando contra a hipocrisia de ontem e de hoje!

2 Comentando

1 Mateus 23,1-3: O erro básico: dizem mas não fazem

Jesus se dirige à multidão e aos discípulos. Faz uma crítica aos escribas e fariseus. O motivo do ataque é a incoerência entre a palavra e a prática. Jesus reconhece a autoridade e o conhecimento dos escribas. “Estão sentados na cátedra de Moisés. Por isso, observai o que eles mandam! Mas não imitai suas ações, pois dizem, mas não fazem!”

2. Mateus 23,4-7: O erro básico se manifesta de várias maneiras

Os escribas impõem leis pesadas ao povo. Eles conhecem as leis, mas não as praticam, nem usam o seu conhecimento para aliviar a carga nos ombros do povo. Fazem tudo para serem vistos e elogiados, usam roupas especiais de oração, gostam dos lugares de honra e das saudações em praça pública. Querem ser chamados de “Senhor Doutor!” Eles representam um tipo de comunidade que mantém, legitima e alimenta as diferenças de classe e de posição social. Legitima os privilégios dos grandes e a posição inferior dos pequenos. Ora, se há uma coisa de que Jesus não gosta é de fachada e de aparências que enganam.

3. Mateus 23,8-12: Como combater o erro básico

Como deve ser uma comunidade cristã? Todas as funções comunitárias devem ser assumidas como um serviço: “O maior entre você será aquele que serve!” A ninguém devem chamar de Senhor Doutor (Rabino), nem de Pai, nem de Guia. Pois a comunidade de Jesus deve manter, legitimar e alimentar não as diferenças, mas sim a fraternidade. Esta é a lei básica: “Vocês todos são irmãos e irmãs!” A fraternidade nasce da “experiência de que Deus é Pai, o que faz de todos nós irmãos e irmãs. “Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado!”

3 Alargando

1. O grupo dos fariseus

O grupo dos fariseus nasceu no século II antes de Cristo com a proposta de uma observância mais perfeita da Lei de Deus, sobretudo das prescrições de pureza. Eles eram mais abertos às novidades do que os saduceus. Por exemplo, aceitavam a fé na ressurreição e a fé nos anjos, coisa que os saduceus não aceitavam. A vida dos fariseus era um testemunho exemplar: rezavam e estudavam a lei durante oito horas por dia, trabalhavam durante oito horas para poder sobreviver, faziam descanso e lazer durante oito horas. Por isso, tinham grande liderança junto do povo. De fato, eles tinham um excelente trabalho popular e ajudaram o povo a conservar sua identidade e a não se perder, ao longo dos séculos.

2. A mentalidade chamada farisaica

Com o tempo, porém, os fariseus se agarraram ao poder e já não escutavam os apelos do povo nem deixavam o povo falar. A palavra “fariseu” significa “separado”. A observância deles era tão estrita e rigorosa, que eles se distanciavam do comum do povo. Por isso, eram chamados de “separados”. Daí nasceu a expressão “mentalidade farisaica”. É de pessoas que pensam poder conquistar a justiça através de uma observância estrita e rigorosa da Lei de Deus. Geralmente, são pessoas medrosas, que não têm coragem de assumir o risco da liberdade e da responsabilidade. Elas se escondem atrás das leis e das autoridades. Quando estas pessoas alcançam uma função de mando, tornam-se duras e insensíveis para esconder a sua imperfeição.

3. Rabino, Guia, Mestre, Pai

São os quatro títulos que Jesus proíbe a gente de usar. Hoje, na igreja, os sacerdotes são chamados de “pai” (padre). Muitos estudam nas universidades da igreja e conquistam o título de “Doutor” (mestre). Muita gente faz direção espiritual e se aconselha com pessoas que são chamadas “Diretor espiritual” (guia). O que importa é que se tenha em conta o motivo que levou Jesus a proibir o uso destes títulos. Se forem usados para a pessoa se firmar numa posição de autoridade e de poder, ela estará errada e cai debaixo da crítica de Jesus. Se forem usados para alimentar e aprofundar a fraternidade e o serviço, não caem debaixo da crítica de Jesus.

Texto extraído do livro “Travessia: Quero Misericórdia e não Sacrifício. Círculos Bíblicos sobre o Evangelho de Mateus”. De Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino.

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