Por prevenção, não vamos à comunidade para Celebrar o Dia do Senhor, mas podemos celebrar na pequena Igreja da nossa casa, e nos alegrar com a presença de Jesus em nossa mesa. Aproveite também para divulgar entre amigos/as, familiares e sua comunidade de fé os roteiro da nossa celebração! O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma! (Sl 121:7) Levando em conta a impossibilidade de celebrações presenciais , o Liturgia nas Casas oferece um roteiro simples, para possibilitar que o domingo seja celebrado na pequena comunidade de fé em cada casa.
Prepare um espaço com cadeiras em circulo, coloque no centro sobre um tecido a bíblia e uma vela, convide as pessoas para se juntarem [mantendo a necessária distância]. Alguém acende a vela. Todos ficam em silêncio por algum tempo. A pessoa que vai presidir começa a celebração com os versos da abertura.
- ABERTURA
Quem preside canta, os demais repetem fazendo o sinal da cruz enquanto canta o primeiro verso:
Vem, ó Deus da vida, vem nos ajudar! (bis)
Vem, não demores mais, vem nos libertar! (bis)
Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito, (bis)
glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito. (bis)
Ao Senhor voltemos, bem de coração, (bis)
que ele nos converta pelo seu perdão! (bis) - RECORDAÇÃO DA VIDA
A pessoa que coordena com breves palavras, introduz o sentido da celebração:
Neste domingo do pai misericordioso, prosseguindo o caminho da nossa renovação espiritual, recebamos o abraço do Pai e acolhamos o seu perdão.
Quem coordena pode trazer lembranças de acontecimentos marcantes que são sinais da vitória do Cristo na vida do povo e convidar as pessoas a lembrarem outros fatos. - SALMO 86(85)
Cantando este salmo, oremos em união com Cristo, que durante sua vida terrena, fez orações e súplicas a Deus, em voz alta e com lágrimas, ao Deus que o podia salvar da morte (Hebreus 5,7). - Senhor, me escuta e responde,
sou fraco e necessitado,
me salva, sou teu amigo,
teu servo em ti confiado. - Tu és meu Deus, tem piedade,
o dia todo te invoco,
alegra meu coração,
pra ti, Senhor, eu me volto. - Tu és perdão e bondade,
acolhes aos que te imploram,
atende agora esta prece,
no meu sofrer me consola. - Na angústia chamo por ti,
pois tu respondes, Senhor.
Que deus faria o que fazes?
Ninguém te iguala em amor. - Os povos todos virão
louvar a tua majestade;
tu fazes grandes prodígios,
só tu és Deus de verdade. - Me ensina o caminho certo,
pra andar em tua verdade,
reúne meu coração,
que siga tua vontade. - De coração agradeço
tão grande amor tens por mim,
tiraste-me do abismo,
assim te louvo, sem fim. - Furiosos se levantaram,
querendo me derrubar;
contigo não se incomodam,
altivos querem matar. - Mas tu, Senhor de ternura,
paciente, cheio de amor,
de mim tem pena, ó Deus,
atento a teu servidor. - Me dá tua força, Senhor,
teu servo vem libertar,
e aqueles que me odeiam
calados hão de ficar. - Ao Pai do céu demos glória,
a Jesus Cristo também,
a quem dos dois é o Amor
Se louve pra sempre. Amém!
Oração silenciosa e repetição - ORAÇÃO DO DIA
Oremos ao Senhor… [Breve silêncio]
Ó Pai, fonte de luz e de vida, por teu filho Jesus Cristo,
reconciliaste a humanidade dividida. Arranca de nós toda a sombra de tristeza e liberta-nos totalmente, para que caminhemos cheios de alegria para as festas pascais que se aproximam. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. - LEITURA DO EVANGELHO – Lucas 15,1-3.11-32
- Uma pessoa da casa faça pausadamente a leitura:
Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas
Naquele tempo: 1Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. ‘Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.’
3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 11’Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. 17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22Mas o pai disse aos empregados:Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.
25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai:Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31Então o pai lhe disse: `Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’.’ Palavra da Salvação.
- MEDITAÇÃO
- Quem preside lê o texto abaixo e abre para a partilha do grupo:
Jesus conta a parábola do filho pródigo depois que os fariseus e os escribas murmuraram contra ele por causa de sua amizade com os publicanos e os pecadores (Lc 15,1). Há, na parábola, um pai e dois filhos. Um se extravia e chega ao fundo do poço… resolve voltar… O pai acolhe sem pedir explicações… O filho mais velho se revolta… o personagem central é o pai, a quem o filho mais novo conhece e recorre quando se encontra reduzido à extrema miséria. E, neste encontro, descobre que não o conhece bastante. Recita a fórmula de arrependimento longamente preparada, mas esta se converte numa formalidade diante do amor gratuito do pai, que age comovido de afeição paternal, e não movido por alguma lei. Assim é Deus, e esta é a realidade que Jesus veio revelar ao acolher os publicanos e receber à sua mesa os pecadores. Mas o filho mais velho não entende isso. Não conhece o coração do pai. A sua “justiça” o impede de conhecer o amor do seu pai, que não deixa de convidá-lo e insistir para que entre na alegria da festa.
Olhando agora este texto a partir da nossa existência, facilmente nos identificamos com o filho mais novo, em sua situação de desolação e fracasso; ou com o filho mais velho, incapaz de entender o amor do pai diante do filho devasso… Mais difícil é identificar-nos com o Pai, e talvez seja este o maior desafio que esta palavra nos coloca. Esta é a meta do discípulo. Seguir Jesus é testemunhar, pela palavra e pela vida, a terna compaixão de Deus.
Comentando a pintura do filho pródigo de Rembrandt, em seu livro A volta do filho pródigo, Henri Nouwen diz o seguinte: “Desde o início estava preparado para aceitar que não somente o filho mais jovem, mas também o mais velho me revelariam um aspecto importante da minha jornada espiritual. Por muito tempo o pai continuou a ser o “outro”, aquele que me receberia, me perdoaria, oferecer-me-ia um lar (…). Foi aos poucos, e muitas vezes com bastante sofrimento, que cheguei a compreender que minha jornada espiritual nunca se completaria enquanto o pai fosse um estranho. (…) O Pai, extremamente vulnerável, fez-me compreender que a minha vocação final é realmente me tornar como o Pai e exercer no meu dia a dia sua divina compaixão. Apesar de ser tanto o filho mais jovem como o mais velho, não devo permanecer como eles, mas tornar-me o Pai”.
Em nossa oração litúrgica, o Senhor nos convida a entrar no banquete do seu amor, a deixar o nosso coração se alegrar com a música da festa, com as coisas boas que possam ter acontecido com as pessoas de nossa convivência, a buscar dentro de nós motivos para render graças à vida. Pedimos com insistência que o Senhor nos dê um coração de filho, para aprendermos a ter coração de pai e de mãe, capaz de amar e de oferecer confiança.
- PRECES
Neste tempo favorável, peçamos ao Senhor a graça de uma verdadeira renovação da nossa vida batismal. Cantemos:
Cristo Filho do Deus vivo, tem piedade de nós.
Jesus, Filho amado, ensina-nos a ter a compreender o coração do Pai e nos alegrar com a vida nova dos que a ele se confiam.
Jesus, tem piedade das pessoas que fracassaram em suas vidas, por falta de oportunidade, em consequências da droga e da violência.
Firma na fé os catecúmenos e catecúmenas, para que descubram em suas vidas o caminho da compaixão.
Preces espontâneas…. Quem preside conclui:
Senhor Jesus, lembra-te de nós em teu reino e ensina-nos a rezar:
Pai nosso… pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.
9.ORAÇÃO
Oremos ao Senhor… [Breve silêncio]
Ó Deus do universo, plantaste no mais profundo de nós o teu Espírito Vem em nosso socorro, neste tempo de quaresma: transforma nossa pobreza em fartura,
nossa mesquinhez em generosidade, nossa esterilidade em frutos de paz e justiça para o teu povo. E o universo inteiro, salvo pela paixão de Cristo e renascido na sua páscoa, cantará para sempre o teu amor, Deus Santo, forte e imortal, bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
- BÊNÇÃO
O Deus da paz nos santifique totalmente, guarde-nos em seus caminhos até a páscoa da ressurreição. Amém.
Abençoe-nos o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Amém.
ORAÇÃO À MESA
Em nome do Pai e o Filho e o Espírito Santo. Amém.
Ó Deus que preparaste um banquete para o filho que voltou à vida, nós te bendizemos por esta refeição que nos deste para a nossa alegria. Faze que neste comer e beber em fraterna comunhão, experimentemos a presença de Jesus teu Filho amado e a força do Espírito que faz novas todas as coisas. A ti a glória e louvor. Amém.
Bendigamos ao Senhor. Demos graças a Deus.
Roteiro: Penha Carpanedo, pddm, redatora da Revista de Liturgia e membro da Rede Celebra.
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Veja esta publicação do CEBI, assinada pelo Frei Carlos Mesters