Reflexão do Evangelho

É Preciso Atravessar as Águas

O Evangelho deste segundo domingo da Epifania nos fala sobre o anúncio de João e a confiança. Ao ver Jesus, João Batista exultou “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Acompanha esta leitura o texto de Isaías 49,1-7, em que Deus fala a seu povo, pessoas pobres e escravizadas, que ainda havia esperança. Vamos dividir nossa reflexão em duas partes, a primeira para pensarmos sobre o texto de Isaías e a segunda para refletirmos sobre o Evangelho.

Temos uma visão bastante equivocada sobre o termo “hebreu”. Não é raro pensarmos que se trata de um povo ou uma raça, mas, na verdade, é bem mais que isso. Na idade antiga os povos construíam suas cidades próximas às águas, é essa característica que marcou a formação das populações da Mesopotâmia, que significa justamente isso, terra entre rios. Nesta região se desenvolveram babilônicos, assírios, sumérios e muitas outras civilizações. Como esta porção de terra em que se formaram estava cercada de rios, aquelas mais empobrecidas, que não tinham terras dentro deste espaço, precisavam cruzar os rios, se afastar das cidades e buscar algo além, em terras desertas. Toda a pessoa que precisava ir tentar a vida em outro lugar, independente de qual povo pertencesse, era chamada de hebreia, ou seja, aquela que atravessa o rio. Longe de suas casas, não raramente, eram escravizadas e exploradas, sofrendo todo tipo de violência.  São estas pessoas as  quais Isaías se refere como “almas desprezadas, abominadas pelas nações, servas dos que dominam” (Is 49,7) que Deus promete “cobrir com sua sombra (…) guardar como flecha em sua caixa (Is 49,2).

O Evangelho retorna ao lugar das águas, é preciso cruzar o rio, agora o Jordão, para encontrar o povo de Deus. Por meio da travessia pelas águas a pessoa batizada se propõe a ir de encontro das miseráveis, que sem alimento e lugar para viver, perderam seus nomes, chamadas apenas de “hebreias”, mas Deus não esqueceu delas, e na pessoa de Jesus, cruzou também o rio para encontrá-las. Certamente as pessoas que optaram por seguir João Batista, que não tinha casa nem alimento, eram aquelas que nesta vida não tinham mais esperança, largaram tudo para esperar em Deus. Ao verem o Messias, diferente dos sacerdotes e poderosos que o ignoraram, estas pessoas o seguiram, e Ele l as  levou para a sua morada (Jo 1,37-39).

Para concluir, podemos pensar que Deus não está nos lugares seguros, como Mãe Amorosa, a Divindade está onde seus filhos precisam d’Ela, e para encontrá-la é preciso atravessar esta faixa que nos separa das mais necessitadas. O pecado do mundo, que o Cordeiro veio para tirar, pode ser entendido como a exclusão. Nós nos obrigamos a olhar para as pessoas necessitadas porque Deus, que andou entre nós, não ficou no Palácio de Herodes, mas desceu até a multidão de pessoas empobrecidas que acompanhavam João Batista. Deus está conosco nos momentos mais difíceis, é preciso confiar e segui-lo, para encontrarmos também aquelas que carecem de nós.

Ruan Isnardi

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