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Sinais do Reino: Acolher os pequenos e os excluídos

Leia a reflexão desta semana sobre Marcos 9,38-40.41.42-48. A reflexão pertence a Carlos Mesters e Mercedes Lopes.

Boa leitura!

Abrir os olhos para ver

No texto de hoje, Jesus dá conselhos sobre o relacionamento dos adultos com os pequenos e excluídos, sobre o relacionamento entre homem e mulher, e sobre o relacionamento com as mães e as crianças. Naquele tempo, muita gente pequena era excluída e marginalizada. Não podia participar. Muitos deles perdiam a fé. Para com os pequenos e excluídos, Jesus pede o máximo de acolhimento. Com as crianças e suas mães, o máximo de ternura. Vamos conversar sobre isso.

Marcos 9,38-40: A mentalidade do fechamento

Alguém que não era da comunidade usava o nome de Jesus para expulsar os demônios. João, o discípulo, vê e proíbe: Impedimos, porque ele não anda conosco. Em nome da comunidade, João impede que o outro possa fazer uma ação boa. Por se discípulo, ele pensava ter o monopólio sobre Jesus e, por isso, queria proibir que outros usassem o nome de Jesus para realizar o bem. Era a mentalidade fechada e antiga do “Povo eleito, Povo separado”. Jesus responde: Não impeçam! Quem não é contra é a favor (Marcos 9,40). Para Jesus, o que importa não é se a pessoa faz ou não faz parte da comunidade, mas sim se ela faz ou não o bem que a comunidade deve realizar.

Marcos 9,41: Um copo de água tem recompensa

Uma frase solta de Jesus foi inserida aqui: Eu garanto a vocês: quem der para vocês um copo de água porque vocês são de Cristo não ficará sem receber sua recompensa. Dois pensamentos: 1) “Quem der para vocês um copo de água”: Jesus está indo para Jerusalém para entregar sua vida. Gesto de grande doação! Mas ele não esquece os gestos pequenos de doação no dia-a-dia da vida: um copo de água, um acolhimento, uma esmola, tantos gestos. Quem despreza o tijolo nunca faz casa! 2) “Porque vocês são de Cristo”: Jesus se identifica conosco que queremos pertencer a ele. Isto significa que, para ele, temos muito valor.

 

Marcos 9,42: Escândalo para os pequenos

Escândalo é aquilo que desvia a pessoa do bom caminho. Escandalizar os pequenos é ser motivo pelo qual os pequenos se desviam e perdem a fé em Deus. Quem fazia isto recebia seguinte sentença: “Corda no pescoço com pedra de moinho para ser jogado no fundo do mar”. Por que tanta severidade? É porque Jesus se identifica com os pequenos (Mateus 25,40-45). Quem toca neles toca em Jesus! Hoje, no Brasil, os pequenos, os pobres, muitos deles estão saindo das igrejas tradicionais. Já não conseguem crer! Por que será? Até onde nós temos responsabilidade? Merecemos a corda no pescoço?

 

Marcos 9,43-48: Cortar mão e pé

Jesus manda a pessoa arrancar mão, pé e olho, caso estes forem motivo de escândalo. Ele diz: “É melhor entrar na vida ou no Reino com um pé (mão, olho) do que entrar no inferno ou na Geena com dois pés (mãos, olhos)”. Estas frases não podem ser tomadas ao pé da letra. Elas significam que a pessoa deve ser radical na opção por Deus e pelo Evangelho.

A expressão “Geena (inferno), onde tem verme que não morre e o fogo que não se apaga”, é uma imagem para indicar a situação da pessoa que fica sem Deus. A Geena era o nome de um vale perto de Jerusalém, onde se jogava o lixo da cidade e onde sempre havia um fogo de monturo queimando o lixo. Este lugar fedorento era usado pelo povo para simbolizar a situação da pessoa que ficava sem participar do Reino de Deus.

Alargando

Jesus acolhe e defende a vida dos pequenos

Várias vezes, Jesus insiste no acolhimento a ser dado aos pequenos. “Quem acolhe a um destes pequenos em meu nome é a mim que acolhe” (Marcos 9,37). Quem dá um copo de água a um destes pequenos não perderá a sua recompensa (Mateus 10,41). Ele pede para não desprezar os pequenos (Mateus 18,10). E, no julgamento final, os justos vão ser recebidos porque deram de comer a “um destes mais pequeninos” (Mateus 25,40).

Se Jesus insiste tanto no acolhimento a ser dado aos pequenos, é porque devia haver muita gente pequena sem acolhimento! De fato, mulheres e crianças não contavam (Mateus 14,21; 15,38), eram desprezadas (Mt 18,10) e silenciadas (Mateus 21,15-16). Até os apóstolos impediam que elas chegassem perto de Jesus (Mateus 19,13; Marcos 10,13-14). Em nome da lei de Deus, mal interpretada pelas autoridades religiosas, muita gente boa era excluída. Em vez de acolher os excluídos, a lei era usada para legitimar a exclusão.

Nos evangelhos, a expressão “pequenos” (em grego se diz elachistoi, mikroi ou nipioi), às vezes, indica “criança”, outras vezes, indica os setores excluídos da sociedade. Não é fácil discernir. Às vezes, o que é “pequeno” num evangelho, é “criança” no outro. É porque criança pertencia à categoria dos “pequenos”, dos excluídos. Além disso, nem sempre é fácil discernir entre o que vem do tempo de Jesus e o que é do tempo das comunidades para as quais foram escritos os evangelhos. Mesmo assim, o que fica claro é o contexto de exclusão que vigorava na época e a imagem que as primeiras comunidades se faziam de Jesus: Jesus se coloca do lado dos pequenos, dos excluídos e assume a sua defesa. Fica-se impressionado quando se junta tudo aquilo que Jesus fez em defesa da vida das crianças, dos pequenos:

  1. Acolher e não escandalizar: Uma das palavras mais duras de Jesus é contra aqueles que causam escândalo aos pequenos, isto é, que são o motivo pelo qual os pequenos deixam de acreditar em Deus. Para estes, melhor seria ter uma pedra de moinho amarrada no pescoço e ser jogado às profundezas do mar (Marcos 9,42; Lucas 17,2; Mateus 18,6).
  2. Acolher e tocar: Mães com crianças chegam perto de Jesus para pedir a bênção. Os apóstolos reagem e as afastam. Dentro das normas da época, tanto as mães como as crianças pequenas, todas elas viviam, praticamente, num estado permanente de impura legal. Tocar nelas significava contrair impureza! Jesus não se incomoda. Ele corrige os discípulos e acolhe as mães com as crianças. Toca nelas e lhes dá um abraço. “Deixem vir as crianças, não as impeçam!” (Marcos 10,13-16; Mateus 19,13-15).
  3. Identificar-se com os pequenos: Jesus abraça as crianças e identifica-se com elas. Quem recebe uma criança é a “mim que recebe” (Marcos 9,37). “E tudo que vocês fizerem a um destes mais pequenos foi a mim que o fizestes” (Mateus 25,40).
  4. Tornar-se como criança: Jesus pede que os discípulos se tornem como crianças e aceitem o Reino como criança. Sem isso não é possível entrar no Reino (Marcos 10,15; Mateus 18,3; Lucas 9,46-48). Ele coloca a criança como professor de adulto! O que não era normal. Costumamos fazer o contrário.
  5. Defender o direito de gritar: Quando Jesus, entrando no Templo, derruba as mesas dos cambistas, são as crianças as que mais gritam. “Hosana, filho de Davi!” (Mateus 21,15). Criticadas pelos chefes dos sacerdotes e escribas, Jesus as defende e, em sua defesa, invoca as escrituras (Mateus 21,16).
  6. Agradecer pelo Reino presente nos pequenos: A alegria de Jesus é grande, quando percebe que as crianças, os pequenos entendem as coisas do Reino que ele anuncia ao povo. “Pai, eu te agradeço!” (Mateus 11,25-26). Jesus reconhece que os pequenos entendem melhor as coisas do Reino do que os doutores!
  7. Acolher e curar: São muitas as crianças e jovens que ele acolhe, cura ou ressuscita: a filha de Jairo, aos 12 anos (Marcos 5,41-42), a filha da mulher cananeia (Marcos 7,29-30), o filho da viúva de Naim (Lucas 7,14-15), o menino epilético (Marcos 9,25-26), o filho do centurião (Lucas 7,9-10), o filho do funcionário público (João 4,50), o menino dos cinco pães e dois peixes (João 6,9).
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