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Defensor da causa indígena, ele revolucionou a educação no Brasil

por Maria Fernanda Garcia via Observatório do Terceiro Setor*

Darcy Ribeiro foi responsável pelo projeto que originou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira

Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922, e se tornou um importante antropólogo, educador, escritor e militante político brasileiro, sendo conhecido pelos estudos e projetos nas áreas de educação e cultura, e pela defesa dos povos indígenas.

Formado em antropologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1946, dedicou os dez primeiros anos de vida profissional ao estudo dos indígenas do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia. Neste período, criou o Museu do Índio e formulou o projeto de criação do Parque Indígena do Xingu, que foi inaugurado em 1961. Além disso, elaborou para a Unesco um estudo sobre o impacto da civilização sobre grupos indígenas brasileiros no século 20.

Destacou-se por trabalhos nas áreas de educação, sociologia e antropologia, tendo sido, ao lado do amigo Anísio Teixeira, um dos responsáveis pela criação da Universidade de Brasília (UnB), no início da década de 1960. Ele foi também o primeiro reitor da instituição.

Foi, ainda, o idealizador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e publicou vários livros, a maioria deles sobre os povos indígenas.

Darcy Ribeiro foi Ministro da Educação no governo do presidente João Goulart e chefe da Casa Civil entre junho de 1963 e março de 1964.

Com o golpe militar em 1964, Darcy Ribeiro teve seus direitos políticos cassados e foi obrigado a se exilar. Ele retornou ao Brasil apenas em 1976.

Durante o primeiro governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro (1983-1987), Darcy Ribeiro, como vice-governador, criou, planejou e dirigiu a implantação dos Centros Integrados de Ensino Público (CIEPs), um projeto pedagógico visionário e revolucionário no Brasil de assistência em tempo integral a crianças, incluindo atividades recreativas e culturais para além do ensino formal, concretizando os projetos idealizados décadas antes por Anísio Teixeira.

Foi responsável pela criação e pelo projeto cultural do Memorial da América Latina, centro cultural, político e de lazer, inaugurado em 18 de março de 1989, no bairro da Barra Funda, em São Paulo, assim como foi responsável pelo projeto de lei que deu origem à lei nº 9.394/96, mais conhecida como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB).

Em 1995, ele publicou ‘O Povo Brasileiro’, obra em que aborda a formação histórica, étnica e cultural do povo brasileiro, com impressões baseadas nas experiências da sua vida.

Darcy Ribeiro foi eleito em 8 de outubro de 1992 para a cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono Fagundes Varella. Com obras traduzidas para diversos idiomas, Darcy Ribeiro está entre os mais notórios intelectuais brasileiros.

Darcy Ribeiro faleceu em Brasília, no dia 17 de fevereiro de 1997, quando era senador pelo Rio de Janeiro. Darcy Ribeiro entrou para a história por sua luta pela educação no Brasil e pela defesa dos povos indígenas.

Publicado originalmente no site do Observatório do Terceiro Setor.

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