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Comitê Popular da Copa denuncia Fifa e Estado por violações aos direitos humanos

Grande mídia evita cobrir protestos durante a copa

Com apenas uma semana de Copa do Mundo no Brasil, Fortaleza, no Estado do Ceará, já acumula inúmeros casos de violações aos direitos humanos, entre violência institucional e detenções. Nas últimas três manifestações na capital cearense, 26 adultos foram detidos e 15 adolescentes apreendidos. Em nota, o Comitê Popular da Copa denuncia, em especial, os abusos ocorridos no protesto da última terça-feira, 17 de junho, quando a seleção brasileira enfrentou o México na Arena Castelão. Nesse sentido, as entidades estão encaminhando representações ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Controladoria Geral do Estado do Ceará, assim como pedidos de esclarecimento à Defensoria Pública Estadual e uma denúncia à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Sem esquecer, no entanto, de responsabilizar a FIFA e o Estado pelos excessos cometidos.

Na manifestação do dia 17, uma série de abusos e desvios de conduta das forças policiais foram flagrados: policiais participando e incentivando linchamentos de manifestantes, detenção de pessoas sem qualquer justificativa para tal e apreensões de equipamentos de proteção, como óculos e vinagre. Denúncias por meio de vídeos, imagens fotográficas e depoimentos descrevendo os atos irregulares foram entregues ao Comitê Popular da Copa no Ceará, que os apresentará aos órgãos responsáveis.

Para o Comitê, a participação das Forças Armadas – integrante do maior esquema de segurança da história de Fortaleza – também tem de ser destacada, uma vez que foi acionada previamente, enquanto o ministro da Defesa afirmava que o seu uso só se daria em casos de emergência grave. A própria versão revisada da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (Op GLO), determinada pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, condiciona o uso das Forças Armadas à forma "episódica, em área previamente estabelecida e por tempo limitado, que tem por objetivo a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio em situações de esgotamento dos instrumentos para isso previstos".

Segundo o levantamento do Comitê Popular da Copa no Ceará , a manifestação ocorrida no dia 17 teve a participação de cerca de 1 mil pessoas, unificando povos indígenas, trabalhadores do campo e da cidade, famílias removidas, movimentos sociais, partidos de esquerda e indivíduos e grupos libertários, apresentando uma pauta diversa – indo desde a denúncia de violação de direitos para a realização da Copa do Mundo, até pautas específicas de comunidades e povos atingidos e categorias de trabalhadores.

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