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CEBI-SC Uma Experiência de Libertação na 10ª etapa da Escola Bíblica

CEBI-SC Uma Experiência de Libertação na 10ª etapa da Escola Bíblica
Sempre líamos as cartas de Paulo com certa resistência, pois considerávamos os textos de difícil compreensão em determinados versículos até porque não estávamos naquele momento no caminho de um melhor conhecimento da Bíblia. Nosso contato era mais esporádico, restrito à celebração dominical. Não havíamos despertado ainda para a Palavra no dia a dia de nossas vidas. Era algo distante.
Depois de uns dois anos de casados, fomos convidados a participar do grupo que se formava para palestrar nos encontros de preparação para o sacramento do matrimônio na nossa paróquia. Uma advogada, um médico e uma visão apenas técnica do que faríamos (leis, sexualidade e anticoncepção). No decorrer desta missão, aprofundamo-nos na vivência de Igreja. Fomos sendo tocados e transformados. A Palavra passou a ser algo vivo, presente, instigante. Uma verdadeira sede foi surgindo. As formações que passamos a frequentar dentro da pastoral familiar foram nos cativando, embora essas ainda fossem mais voltadas à evangelização das famílias. Ainda faltava algo mais.
Uma coleção chamada Como ler a Bíblia, da editora Paulus, ajudou-nos nesse caminho de entendimento. Então surgiu a oportunidade de participar de um excelente seminário sobre o profeta Amós, conduzido por Ildo Bohn Gass. E, no ano seguinte, entramos para a escola bíblica do CEBI-SC.
A décima etapa desse processo de formação foi sobre as cartas do bloco Paulino de 16 a 18 de setembro em Chapecó. Nossa expectativa era conhecer mais sobre os escritos Paulinos e poder vencer algumas dificuldades de compreensão dos textos. Sempre percebíamos que isto demandava uma contextualização dos escritos à época em que foram redigidos. Essa percepção se concretizou durante o estudo, permitindo que os textos se tornassem mais claros, pois fizemos uma aproximação ao Paulo histórico a partir das cartas autênticas (Romanos, 1-2 Coríntios. Gálatas, Filipenses, 1 Tessalonicenses e Filemon). Percebemos que as cartas pós-paulinas (2 Tessalonicenses, Colossenses, Efésios, 1-2 Timóteo e Tito) espelham a realidade da segunda e terceira geração de comunidades cristãs, que já assumem em seu meio alguns esquemas da sociedade greco-romana.
Por outro lado, não imaginávamos a rejeição que os escritos paulinos provocam em certos colegas devido aos textos considerados “machistas”, misóginos ou a favor da escravidão. No decorrer dos três dias de estudo, isto foi sendo posto abaixo, especialmente ao se vislumbrar alguns desses escritos como uma conversa, às vezes um diálogo tenso, entre Paulo e os membros da comunidade para a qual era dirigida a carta. Paulo foi sendo liberto de um estereótipo favorável à submissão da mulher dentro das celebrações ou à sujeição de escravos a seus senhores.
Realmente, presenciamos a libertação de Paulo, e a nossa também, de algumas visões equivocadas. Falsas interpretações e falsas verdades. O estudo ajudou-nos a estarmos mais abertos a olhar uma determinada realidade, inclusive a nossa atual, com outros olhares e a percebermos que, se usarmos outras lentes, podemos nos libertar…
*Por Sonia e Felix Trentin, Pastoral Familiar – Paróquia Santo Antônio – Diocese de Chapecó, SC

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