A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 13-09-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em 1986, o mundo ainda estava dividido pela Guerra Fria. Hoje, existe aquela "terceira guerra mundial em pedaços" que Bergoglio não se cansa de denunciar. Conflitos, terrorismo, migrações forçadas, violências. Em tudo isso, o papel das religiões é mais decisivo do que nunca, como explica o cardeal Pietro Parolin, no texto publicado pelo Corriere: a reflexão do secretário de Estado vaticano fará parte do livro "O espírito de Assis", que será dado a líderes religiosos e convidados .
O encontro "Sede de paz. Religiões e culturas em diálogo" foi organizado pela Comunidade de Santo Egídio junto com as famílias franciscanas e a diocese de Assis (o programa está disponível nos sites santegidio.org e sanfrancesco.org). Esperam-se mais de 450 líderes religiosos (cristãos, muçulmanos, judeus, budistas, xintoístas, jainistas, zoroastristas, sikhs, hindus e outros), expoentes da cultura e das instituições. Nunca houve tantos muçulmanos: fala-se de 26 delegações.
A estratégia do diálogo de Francisco segue em frente. A partir de segunda-feira, 29, "painéis" discutirão os desafios mais urgentes do planeta. Na terça-feira, o papa vai se encontrar com o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, o Patriarca Siro-Ortodoxo de Antioquia, Efrém II, os líderes muçulmanos e judeus. Espera-se também a presença de Ahmad al-Tayyeb, imã da Universidade do Cairo Al-Azhar, a mais alta autoridade do Islã sunita.
As religiões vão rezar em diversos lugares da cidade. A conclusão será na frente do Sacro Convento: discursos, silêncio em oração e a assinatura de um apelo pela paz.