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Mudanças climáticas: pobres são os que mais sofrem

Mudanças climáticas: pobres são os que mais sofrem

Cientistas, vítimas de tragédias provocadas pelas mudanças climáticas, representantes de movimentos da sociedade organizada e de pastorais sociais estão reunidos, desde ontem (8), no Simpósio Internacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social. O evento, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e organizações parceiras, acontece até amanhã (10), em Brasília. O simpósio pretende discutir sobre os impactos das mudanças climáticas nas populações mais vulneráveis. Para a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e Paz da CNBB, irmã Delci Franzen, o objetivo do evento é incentivar os debates sobre o assunto. "[O Simpósio procura] desencadear na sociedade brasileira um processo mais consistente de articulação para a promoção de políticas", afirma.

Dom Ricardo Weberberger, bispo de Barreiras (Bahia), acrescenta que o evento é importante por conscientizar as pessoas que as mudanças climáticas já começaram e que são os pobres os mais afetados. "As chuvas no Maranhão, por exemplo, já são consequências dessas mudanças", destaca.

Ontem, os debates giraram em torno da atual situação das mudanças climáticas na Terra e dos impactos socioambientais. As discussões contaram com a participação do professor do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), Tércio Ambrizzi, e da palestrante alemã, Katrin Vohland, representante do Instituto de Pesquisas de Impactos Climáticos de Potsdam.

Os pesquisadores mostraram que aumento da temperatura, o aumento do nível do mar e a concentração de dióxido de carbono (CO2) contribuem para o fenômeno de mudança climática. Além disso, relataram que as comunidades mais pobres são as que mais sofrem com a alteração no clima. Os palestrantes afirmaram que é necessário desenvolver políticas públicas voltadas para o meio ambiente e destacaram, ainda, a importância dos investimentos do governo, da sociedade e da ciência para reverter a situação.

Hoje (9), as discussões prosseguem com debates sobre "Políticas Governamentais no contexto das mudanças climáticas e suas consequências para uma sociedade justa e solidária". Na ocasião, haverá destaque para os temas: "Política florestal, agrária e energética do governo brasileiro"; e "Conferências da ONU sobre Mudança Climática e as políticas nacionais e regionais significativas em direção a Copenhague".

Na tarde de hoje, os participantes terão a oportunidade de discutir em Grupos de Trabalhos sobre pesquisas, alternativas e algumas práticas transformadoras para o futuro, como alternativas energéticas, práticas agroecológicas e políticas florestais. Segundo Dom Ricardo, a intenção é também estimular uma mudança na mentalidade das pessoas. "É preciso repensar o [atual] estilo de vida capitalista, [que é] baseado no consumo desenfreado", comenta.

De acordo com irmã Delci, o evento termina amanhã, quando os participantes apresentarão a síntese das discussões e os representantes dos parceiros envolvidos no Simpósio "discutirão possíveis encaminhamentos".

Serviço:

Simpósio Internacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social Data: 8 a 10 de junho, das 8h15 às 18h30 Local: Centro Cultural de Brasília (CCB – L2 Norte, Quadra 601, Brasília/DF).

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