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MST faz jejum pela reforma agrária

MST faz jejum pela reforma agrária

Em celebração coordenada pelo CEBI, no domingo, 3 de maio, num acampamento do MST próximo a Porto Alegre, 30 pessoas do movimento foram abençoadas e enviadas para um Jejum por Reforma Agrária e contra a criminalização em frente ao Ministério Público Federal, na capital gaúcha. O jejum iniciou na manhã de segunda-feira, 4 de maio.

"Com o jejum, queremos denunciar as ações de criminalização dos movimentos sociais no Rio Grande do Sul, cujo mais recente episódio é o pedido do MPF/RS de despejo de 500 famílias do acampamento Jair da Costa, em Nova Santa Rita, de dentro de um assentamento", informaram as lideranças.

O local foi escolhido porque promotores públicos federais vêm solicitando ao Judiciário que assinem liminar de despejo até mesmo em áreas que já são assentamentos. No jejum, além do pessoas do MST, está um grupo da CPT-RS e uma médica ligada ao movimento.

Em carta explicativa, o MST afirma que "nos últimos dois anos, as famílias acampadas no Rio Grande do Sul têm sido despejadas de áreas cedidas, da beira de estradas e, agora, até mesmo de dentro de um assentamento, conquistado pela luta". Segundo o movimento, os promotores têm alegado que o acampamento encontra-se numa área de preservação ambiental, "o que não é verdade", contestam os sem-terra.

O acampamento está em uma área coletiva, cedida pelos assentados, para evitar acidentes das famílias acampadas nas margens das estradas, como acontecu há dois anos, quando uma criança acampada faleceu após um atropelamento. A área de presevação localiza-se em outro ponto do assentamento, esclarece a carta.

"Chama atenção ainda que o MPF/RS, há dois anos, elaborou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado pelo INCRA, para que duas mil famílias fossem assentadas até o final do ano. Apenas 500 famílias foram assentadas desde então e este TAC, proposto pelo MPF/RS, jamais foi cobrado.

"Assim, iniciamos o jejum para denunciar esta situação e para reafirmar que apenas a reforma agrária pode gerar empregos permanentes no campo e reduzir o preço dos alimentos, portanto, é a melhor saída para a crise econômica e alimentar que vivemos hoje."

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