Durante a quaresma de 2015, igrejas e organizações da Suíça realizarão uma campanha ecumênica pela redução do consumo de carne. A iniciativa quer ajudar a sociedade a enxergar como o consumo abusivo de carne na Europa está interligado com as alterações climáticas e com a fome nos países do Terceiro Mundo.
Na Suiça, alerta a campanha, frangos e animais são frequentemente engordados com soja produzida no Brasil e em outros países do Hemisfério Sul em regime de monocultura, latifúndio e agronegócio. Esse modelo de produção de grãos incentiva a destruição de florestas e cerrados e expulsa pequenos agricultores de suas terras. Além disso, a destruição da floresta tropical, o emprego de adubos químicos e a criação intensiva de animais contribuem para o aquecimento climático. Acrescentando-se os custos indiretos, a produção industrial de alimentos é responsável por cerca de 40% do total de emissões de gases que aceleram o chamado efeito estufa.
“Menos para nós, o suficiente para todos e todas”
Tendo como lema “Menos para nós, o suficiente para todos e todas”, a campanha argumenta que comer carne não é incompatível com um estilo de vida saudável e respeitoso para com o meio ambiente. É o que a campanha quer mostrar, propondo pistas de ação que estão ao alcance de todas as pessoas: reduzir pela metade o consumo de carne; preparar com mais frequência legumes e leguminosas, adquirir carne e leite de animais não confinados e não desperdiçar alimentos. Na Suíça, atualmente, quase um terço dos alimentos comprados acabam no lixo (Infelizmente, é a mesma realidade junto às elites brasileiras).
A Campanha também quer divulgar pequenos projetos desenvolvidos nos países do Terceiro Mundo, com apoio das comunidades cristãs da Suíça. : através de pequenas criações de aves, por exemplo, as mulheres melhoram o quotidiano familiar (leia AQUI o exemplo do CEBI-PI). Frangos criados em liberdade, de maneira biológica e de produção local contribuem pouco para o aquecimento global.
No Brasil, ao juntamente com outras entidades, o CEBI trabalha em parceria com Fastenopfer, uma das entidades promotoras da Campanha.
Pressão sobre as autoridades
Denunciando que as consequências do aquecimento global são ainda mais brutais sobre os países pobres, onde a vida de milhões de pessoas se encontra ameaçada, a Campanha também recolhe assinaturas exigindo das autoridades a elaboração e execução de uma política climática responsável.
Em Dezembro de 2015, acontece em París Conferência sobre o Clima. Quanto maior a pressão da sociedade civil, incluindo as igrejas, maiores as chances de que sejam firmados compromissos internacionais a favor da vida do planeta.
VEJA NO ANEXO O MATERIAL DA CAMPANHA EM PDF: