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Partilha entre o CEBI e o Centro Martin Luther King

Em 27, 28 e 29 de novembro-23 participamos de um encontro bíblico com o pessoal do Centro Martin Luther King, de Cuba. Esse curso fez parte de um evento maior de formação, que durou duas semanas, na Escola Paulo Freire, em São Paulo.

A assessoria foi realizada pelo Rafael, da Direção Nacional, com a ajuda da Regina e do Erivaldo, ambos do CEBI-SP.

Desenvolvemos uma cumplicidade e amizade muito bonitas, pois o que nos unia era muitíssimo mais forte que a diferença de idiomas.

Começamos fazendo uma análise da conjuntura de nossas realidades, de Cuba e do Brasil. A palavra que mais apareceu foi crise e perda. O modelo econômico de exploração leva a uma crescente perda do comunitário, que fortalece os fundamentalismos: violências, alienação, empobrecimento… A resistência vem principalmente das comunidades/grupos que conseguem preservar sua identidade.

A partir desse chão, Rafael foi nos convidando a ler alguns textos bíblicos, descobrindo vozes proféticas, principalmente de mulheres, que resistiram à invisibilidade e a tentativas de silenciamento, e cujos ecos chegaram até nós.

Também nos interpelou a olhar o texto bíblico para além da linha do tempo. O contexto é importante, certamente, mas o pretexto, porque o texto foi escrito, é fundamental. Então, olhar para a formação do povo de Deus e os profetas, os dois temas pedidos, ganhou outra conotação ao serem vistos a partir do exílio e do pós-exílio, época em que houve a maioria das camadas redacionais. Fizemos esse exercício a partir de alguns textos, buscando as comunidades que fizeram memória na oralidade, por exemplo, de Agar, ao redor do poço…

Olhar para os profetas a partir dessa ótica também foi muito interessante. A profecia na Bíblia é uma construção coletiva, popular, que ocorre, por exemplo, na porta da cidade, espaço do tribunal, onde os pobres ficam do lado de fora, sujeitos aos desmandos dos poderosos. Aqui temos a profecia de Amós. A profecia ocorria também na eira, lugar de produção e de festividades, contexto de Oseias. Já na vila-aldeia-lugarejo, espaço do povo pobre, surge a profecia de Miqueias. Na cidade, lugar de exclusão, com muitos órfãos e viúvas, um defensor dos pobres vai ser Isaías. Através de alguns textos, buscamos em grupos perceber como essas realidades cotidianas, essa memória popular, foi sendo relida a partir da corte, e como sua mensagem conseguiu resistir à teologia oficial.

Esses três dias deixaram em nossa boca um gosto de quero mais. Ficou o desejo de continuar as reflexões em 2024…

Enfrentando os fundamentalismos

Nos dias 4 e 5 de dezembro, continuando na Escola Paulo Freire, em São Paulo, o CEBI participou de um encontro ecumênico com o objetivo de refletir e organizar articulações regionais diante do fundamentalismo e seus impactos nocivos na América Latina e no Caribe.

Além do CEBI estiveram presentes nesse encontro representantes do Centro Martin Luther King, de Cuba, que organizou o evento, e outras entidades como Ceseep, Coletivo Zelote, Pastoral Afro, Pastoral da Juventude, Rede Ecumênica de Teologia, Católicas pelo direito de decidir… Estavam representadas também diversas Igrejas, como a Católica, Pentecostal, Quacker, do Reino, Batista, Presbiteriana… Tivemos a participação de uma representante da Costa Rica e mensagens online de pessoas parceiras, como a brasileira Sílvia, falando de Porto Rico.

No primeiro dia os grupos de trabalho construíram uma fotografia do contexto latino-americano, a partir de seus contextos regionais: atores, conflitos e tensões, forças que emergem defendendo a vida, desafios às igrejas e religiões… Vivemos uma crise mundial: capitalismo e socialismo não dão mais resposta aos anseios e desafios atuais. Essa crise levou ao crescimento do fundamentalismo em todas as áreas, buscando desarticular os movimentos populares, levando à perda de direitos, insegurança, violência, exclusão… Vozes proféticas vêm principalmente das mulheres, povos originários e ambientalistas.

Percebemos que é urgente e necessário articular seminários teológicos, centros de pesquisa e formação ecumênica, comunidades locais de fé, projetos eclesiais, personalidades do mundo ecumênico, para juntos pensarmos um plano de ação que enfrente os fundamentalismos e que tenha impacto positivo nas agendas populares da América Latina e do Caribe.

Com esse objetivo em mente, começamos o segundo dia, novamente em grupos, a fim de realizar um mutirão para construção de um mapa de possíveis parcerias com entidades e pessoas ligadas à luta contra os fundamentalismos. Muitos e muitos nomes foram elencados. Isso nos encheu de força e esperança. Não estamos sozinhos. Há muita gente trabalhando na construção de um outro mundo possível, inclusivo, justo e solidário.

Com esse retrato da realidade e a lista de parcerias, o trabalho continuará a partir de janeiro, com dois grupos. Um vai cuidar das propostas de pauta, do planejamento em si. O outro, que o CEBI faz parte, terá como missão fazer a articulação com entidades e pessoas. A ideia é ter um encontro presencial no segundo semestre de 2024, em Havana, Cuba.

Regina Maria de Almeida Nagy – CEBI-SP

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