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Para favorecer Temer, Folha omitiu opção ‘novas eleições’ em pesquisa

Para favorecer Temer
No último sábado (16), a Folha de São Paulo divulgou em seu site os resultados da pesquisa Datafolha, encomendada pelo jornal, com a manchete “Para 50% dos brasileiros, Temer deve ficar; 32% pedem volta de Dilma”. Segundo a pesquisa, apenas 4% dos brasileiros não queriam nenhum dos dois, 3% preferiam novas eleições, 2% deram outras respostas e 9% disseram não saber. No entanto, segundo revelou o site The Intercept, do jornalista americana Gleen Greenwald – o mesmo que revelou os documentos secretos vazados por Edward Snowden -, os entrevistados tinham apenas duas opções de resposta na pesquisa, ou Temer ou Dilma, e não a opção novas eleições, que aparecia na frente em pesquisas anteriores.

A última pesquisa feita pelo Datafolha, antes da votação do impeachment, foi realizada em 9 de abril e apontava que 60% dos entrevistados desejavam a renúncia de Temer após o impeachment de Dilma, e 79% defendiam novas eleições após a saída de ambos. Isto é, novas eleições era a opção preferida de quatro a cada cinco entrevistados, não a permanência de Temer, o que representaria uma queda sem precedentes estatísticos caso apenas 3 a 100 brasileiros preferissem novas eleições dois meses depois.

Ao divulgar os resultados definitivos da pesquisa, o Datafolha apontou: “Entre a volta de Dilma e a continuidade de Temer à frente do governo, 50% avaliam que, para o Brasil, seria melhor que o peemedebista continuasse no cargo até 2018, e 32% gostariam que Dilma voltasse. Uma parcela de 9% não opinou, e outros 9% apontaram outras respostas”.

Portanto, a pesquisa não deu a opção para os entrevistados de escolher novas eleições, mesmo assim 3% das pessoas disseram que preferiam esse caminho. Na matéria de sábado, a Folha omitiu a informação. “Pesquisa do Instituto Datafolha realizada nos dias 14 e 15 aponta que 50% dos brasileiros preferem que o presidente interino Michel Temer continue no poder até 2018. A volta da presidente afastada Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto foi a opção de 32% dos entrevistados. Os 18% restantes não escolheram nenhum dos dois, disseram não saber ou que preferiam novas eleições”, diz o primeiro parágrafo da matéria.

A distorção da pergunta e da manchete fica evidente quando confrontadas com as outras respostas dadas pelos entrevistados nessa mesma pesquisa. O Datafolha apurou que apenas 14% das pessoas ouvidas consideram a gestão Temer ótima ou boa e que 31% veem como ruim ou péssimo. Além disso, 35% dos entrevistados sequer souberam responder corretamente qual era o nome do atual ocupante do cargo de presidente da república.

Questionada pelo Intercept, a diretora do Datafolha Luciana Schong confirmou que a pergunta sobre novas eleições não foi feita pelos entrevistados e que a formulação da questão foi feita a pedido do jornal. Ele também reconheceu que a avaliação de que 50% dos brasileiros defendem a permanência de Temer na presidência é imprecisa.

Em entrevista ao Intercept, Luciana Schong do Datafolha insistiu que foi a Folha, e não o instituto de pesquisa, quem estabeleceu as perguntas a serem colocadas. Ela reconheceu o aspecto enganoso na afirmação de que 3% dos brasileiros querem novas eleições “já que essa pergunta não foi feita aos entrevistados”. Luciana Schong também conta que qualquer análise desses dados que alegue que 50% dos brasileiros querem Temer como presidente seriam imprecisos, sem a informação de que as opções de resposta estavam limitadas a apenas duas.

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