O Golpe se consuma.
E a herança mais amaldiçoada que o governo com Dilma deixará para o povo brasileiro é exatamente seu sucessor, Michel Temer.
Recuaremos duzentos anos na história. Um governo de homens pálidos, hipócritas, ricos e obsoletos.
É a volta ao Império, à política do café-com-leite, governo dos paulistas da Paulista com alguns capachos espalhados pelo Brasil. O pior é para o povo. O congelamento dos investimentos em saúde, educação e saneamento por vinte anos vai gestar uma geração de analfabetos, de insalubridade permanente e até de cadáveres pelas portas de hospitais. Nenhum serviço público de qualidade sobreviverá com esta política.
Se com Dilma no governo o futuro dos bens naturais do país, das nossas tribos indígenas, quilombolas, já era preocupante, com Temer não há mais sombras, é tenebroso: é para devastar, saquear e entregar.
Eles riem e podem rir. O povo está sendo inundado de informações falsas ou duvidosas e alijado das decisões. Essas decisões foram articuladas dentro dos conchavos e ligações do Congresso, referendadas pela conivência do judiciário e divulgadas pela mídia corporativa. Esse sentimento de impotência e irrelevância do voto se abateu sobre grande parte do povo brasileiro.
Não esperem que esses políticos golpistas temam pela história, porque eles não têm história. Não esperem que eles temam por suas biografias, porque eles não têm biografia. Não esperem que se sintam envergonhados, porque não se tira a vergonha de onde ela não existe. Existe o poder e eles estão no poder.
A ignorância toma o poder de salto alto, sem argumentos legítimos e a arrogância é seu veículo de disseminação.
Mas, a melhor herança de Dilma também ficará. A dignidade tem um rosto e um nome neste país. Sua coragem, convicção e a observação ampla de que somente o povo e o voto popular podem consertar as injustiças deste processo fraudado, são marcas deste momento. O enfrentamento de tanto ódio fomentado por distorções e manipulações, com garra e crescimento pessoal, é exemplar para muitas gerações futuras. Não vamos nos suicidar, nem renunciar ao que é justo, nem fugir da luta.
O resto só a história dirá.