— Ser diferente é uma coisa. Agora, isso transbordar para manifestações de preconceito, de racismo, que faça com que uma mulher negra se submeta à dor, a um tempo de espera ou que receba um grau de orientação sobre aleitamento materno diferente do que uma mulher branca é absolutamente inaceitável — afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro em entrevista coletiva após a cerimônia de lançamento da campanha.
Sob o slogan “Não fique em silêncio. Racismo faz mal à saúde”, o governo criou o Disque 136 para receber denúncias. Dependendo do ato praticado contra o paciente, o profissional de saúde acusado pode ter contra ele aberto um procedimento administrativo e até ser punido legalmente, já que racismo é crime.
Outro objetivo da iniciativa é alertar que os negros são mais suscetíveis a doenças como anemia falciforme. Casos de diabetes e hipertensão também são mais severos entre os negros. O Disque 136 também contará, segundo Chioro, com profissionais treinados a dar informações como essas aos pacientes.
A cerimônia contou com a participação de um grupo de pais e mães de santo que fez saudação aos orixás. Uma representante da comunidade candomblecista disse que já ouviu relatos de mulheres negras que, durante o parto na rede pública, foram censuradas pelo profissional que realizava o procedimento com afirmações como: “na hora de fazer, você não reclamou, né?”
A campanha estará no ar de hoje até o dia 30 com spots no rádio e da TV. Os clubes Atlético Mineiro e Corinthians vão colocar banners na campanha em seus estádios.