José Teixeira é um dos articuladores do CEBI no Estado do Rio Grande Norte. Da Leitura Popular da Bíblia aprendeu que é necessário ligar fé e vida. Por isso, sua atuação política é movida pela luta:
“Estou obrigado a passar oito dias sem poder trabalhar, causado pela truculência da polícia. Não sou bandido, nunca tratei ninguém mal na Secretaria de Eduação. É tanto que todos os funcionários gostam de mim e são testemunhas de que eu não cometi nenhum ato que desabonasse a minha conduta.”
O CEBI expressa sua solidariedade ao irmão e companheiro de caminhada e volta a denunciar a criminzalização dos movimentos sociais, cada vez mais forte no Brasil.
Um dos primeiros a chegar na Secretaria de Educação, onde deveria acontecer uma reunião entre sindicalistas e Governo, Teixeira já foi detido pela segurança da casa e isolado em uma sala. Na ação violenta, Teixeira sofreu um corte no supercílio ao receber uma 'gravata' de um policial militar. Além disso, sofreu uma torção no tornozelo.
O site de notícias G1 (que também divulgou a foto acima) assim noticiou o fato:
Um protesto dos professores grevistas terminou com um sindicalista ferido no início da tarde desta segunda-feira (10) na Secretaria Estadual de Educação, em Natal. O professor José Teixeira, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte/RN)
O major Rodrigues Barreto, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, afirma que o sindicalista estava descontrolado e o agarrou. "Para me soltar, tentei levá-lo ao chão e ele bateu a cabeça em um centro", relata. Para o Sinte/RN, houve excesso por parte do PM. Os professores da rede estadual estão em greve desde 28 de janeiro.
De acordo com a coordenadora geral do sindicato, Fátima Cardoso, os servidores realizaram a manifestação por volta das 13h para pedir uma audiência pública com a secretária de Educação, Betânia Ramalho. "Tentaram fechar a porta da secretaria e José Teixeira ficou trancado do lado de dentro. Ficamos uma hora no local e quando estávamos saindo falei com as seguranças e elas disseram que José desceria pela escada. Estava voltando quando soube que ele foi agredido. Quando vi já estava sangrando", afirma.
Do lado da PM, o major Rodrigues conta que recebeu uma informação de invasão da secretaria e foi ao local acompanhado de um capitão para saber o que ocorria. "Fui administrar o conflito e tinham grevistas tentando invadir e um dentro da sala. Fui entrar para saber o que estava havendo. Foi quando ele tentou sair à força da sala. Pedimos calma para ouví-lo, mas ele só dizia 'vou sair agora'. O professor tentou me agarrar pela camisa para tirar da frente e para me soltar dele o levei ao chão", diz.
Para Fátima Cardoso a agressão foi covarde. "Foi agredido e detido sem se movimentar. Não houve tumulto nenhum", diz a coordenadora geral do sindicato. Após de ferido, o professor recebeu voz de prisão ao professor por desobediência e desacato. O major Rodrigues conta que levou o sindicalista para a 5ª Delegacia de Polícia Civil. Ele foi acompanhado da coordenadora geral do Sinte/RN. O professor ficou detido até a chegada do delegado e só foi liberado após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
A coordenadora geral do Sinte/RN acrescenta que José Teixeira fez exame de corpo delito do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) e depois foi ao Hospital Papi, na zona Leste de Natal, onde foi medicado.