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Espiritualidades indígenas: O direito de propriedade não é sagrado!

Espiritualidades indígenas: O direito de propriedade não é sagrado!

O CEBI apoiou e acompanhou com alegria o encontro sobre Espiritualidades Indígenas, que se realizou em Campo Grande entre os dias 10 a 14 de maio. O evento reuniu seis povos indígenas de quatro países: Paraguai, Bolívia, Chile e Brasil. Cada povo teve uma manhã ou uma tarde para celebrar, falar de sua história e de sua espiritualidade.

Ao todo, eram cerca de 150 lideranças indígenas Guarani e Kaiowá (Mato Grosso do Sul), Xavante (Mato Grosso), Terena (Mato Grosso do Sul) Pãi Tavyterã (povo guarani do Paraguai), Aimara (Chile e Bolívia) e Qéchua (Chile). Além do intercâmbio grande intercâmbio cultural e religioso, o encontro serviu de estímulo à luta desses povos por terra, água e dignidade.

Ao final do encontro, os representantes redigiram um texto no qual voltam a denunciar a violação dos direitos dos povos indígenas e quilombolas, exigindo o cumprimento da Convenção 169, da qual o Brasil é signatário:

"Deus fez a terra e tudo o que nela existe para que vivamos em harmonia. O direito de propriedade não é sagrado. A terra não pertence e não tem um dono a não ser Deus, que entregou a terra para vivermos. Somos povos com culturas diferentes, localizados em países diferentes, mas sofremos as mesmas perseguições, as mesmas negações de direitos, pois não somos contemplados pelo modelo de desenvolvimento adotado por nossos governantes.

Denunciamos as manobras governamentais em todas as suas instâncias que articulam expedientes normativos visando o não reconhecimento de nossos territórios tradicionais e o apoderamento de nossas terras. Continuaremos lutando por nossos direitos." (VEJA ABAIXO EM ANEXO A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO, publicado em português, espanhol e guarani).

O encontro marcou o centenário da congregação católica das irmãs lauritas, religiosas que cujo carisma principal é o trabalho sócio-transformador entre povos indígenas. 

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Missionárias Lauritas

A Congregação das Missionárias de Maria Imaculada e Santa Catarina de Sena (vinculada à ICAR), conhecidas familiarmente como Missionárias Lauritas, nasce no seio da Comunidade da indígena em Dabeiba (Antioquia), Colômbia, em 14 de maio de 1914. Quando as comunidades indígenas estavam abandonadas e numa época que era inadmissível que uma mulher trabalhasse sozinha na selva. A Jovem Laura corre a aventura de empreender o que ela chama de a Obra dos Índios.

Acompanhada de sua mãe mais cinco jovens, sai de Medellin em 05 de maio de 1914, depois de dez dias de viagem chegam a Dabeiba para se encontrar com os indígenas Embera Katio. Compreendendo a dignidade dos indígenas decidiu viver como eles na simplicidade, humildade e pobreza e desta maneira rompe com o preconceito e a discriminação racial que mantinham os líderes civis e religiosos da nação.

Atualmente, as Missionárias Lauritas estão presentes em 21 países da América Latina, África e Europa. Dado o seu trabalho sócio-transformador e não proselitista junto aos povos indígenas, o CEBI apoia suas ações e desenvolve atividades de parceria, buscando aprender com elas.

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