Cerca de 100 mil trabalhadores e trabalhadoras participaram do ato que reuniu representantes das religiões de matriz africana, evangélica, católica e budista.
O ato relembrou o massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás, no Pará, onde 19 trabalhadores rurais Sem Terra foram assassinados. Após a chacina, dois morreram por sequelas da violência. Somando um total de 21 mortes. Hoje, completam 20 anos do massacre e ninguém foi preso.
Pensando nisso, a Ialorixá Jaciara Ribeiro, do Ilê Axé Abassá de Ogum, rememorou a luta histórica dos negros e negras contra o racismo e apontou a necessidade de sempre estar nas ruas, com “representatividade”, empunhando as bandeiras da classe trabalhadora.
Para Ivone Jishô, do budismo zen, “não existem condições de vivermos em paz numa sociedade desigual e essa paz, precisa ser um ponto de pauta de nossas lutas”.
Já o pastor Joel, da Igreja Batista Nazaré, acredita que estamos vivendo um momento de unidade da classe trabalhadora, sendo afirmado nas lutas populares e que esse processo não se encerra aqui.
Ele disse ainda, que “estamos de pé porque somos herdeiros daqueles e daquelas que tombaram na luta. Somos semente desse sangue que foi derramado”.
A luta liberta
O Padre Franciscano Claudio Nogueira, rememorou os caminhos históricos e bíblicos traçados pelos hebreus na luta para conquistar a terra prometida, Canaã.
Assim como os hebreus e pautando a necessidade de romper com o modelo de produção do latifúndio, o Franciscano disse que “os grandes proprietários produzem para fora e são os pequenos agricultores que alimentam a nação”.
Compreendendo esse processo de luta e a sua continuidade, Evanildo Costa, do MST, enfatizou que nenhum tipo de violência pode ficar impune.
Costa afirmou que foi o sistema capitalista, a partir da lógica de exploração, está pintando as bandeiras de vermelho. “Por isso não desistiremos e nossa cor sempre será a do sangue de trabalhadores e trabalhadoras que tombaram na luta”.
Solidariedade
Ao final da atividade, os representantes religiosos entregaram sementes de girassol simbolizando a germinação, a continuidade das lutas e o sol do socialismo. “Nossa tarefa é convocar, provocar e construir uma sociedade mais justa e igualitária”, destacaram.