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Em ato ecumênico, trabalhadores pedem justiça ao massacre de Eldorado dos Carajás

Em ato ecumênico
“Só se é permitido descansar, quando a luta dos nossos mortos se realizarem por inteira. Por inteira. Não pela metade. Por inteira”, foram as palavras que inspiraram as atividades realizadas, na tarde do último domingo domingo (17), durante um Ato Ecumênico, na Vigília em Defesa da Democracia e Contra o Golpe, no Farol da Barra, Salvador.

Cerca de 100 mil trabalhadores e trabalhadoras participaram do ato que reuniu representantes das religiões de matriz africana, evangélica, católica e budista.

O ato relembrou o massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás, no Pará, onde 19 trabalhadores rurais Sem Terra foram assassinados. Após a chacina, dois morreram por sequelas da violência. Somando um total de 21 mortes. Hoje, completam 20 anos do massacre e ninguém foi preso.

Pensando nisso, a Ialorixá Jaciara Ribeiro, do Ilê Axé Abassá de Ogum, rememorou a luta histórica dos negros e negras contra o racismo e apontou a necessidade de sempre estar nas ruas, com “representatividade”, empunhando as bandeiras da classe trabalhadora.

Para Ivone Jishô, do budismo zen, “não existem condições de vivermos em paz numa sociedade desigual e essa paz, precisa ser um ponto de pauta de nossas lutas”.

Já o pastor Joel, da Igreja Batista Nazaré, acredita que estamos vivendo um momento de unidade da classe trabalhadora, sendo afirmado nas lutas populares e que esse processo não se encerra aqui.

Ele disse ainda, que “estamos de pé porque somos herdeiros daqueles e daquelas que tombaram na luta. Somos semente desse sangue que foi derramado”.

A luta liberta

O Padre Franciscano Claudio Nogueira, rememorou os caminhos históricos e bíblicos traçados pelos hebreus na luta para conquistar a terra prometida, Canaã.

Assim como os hebreus e pautando a necessidade de romper com o modelo de produção do latifúndio, o Franciscano disse que “os grandes proprietários produzem para fora e são os pequenos agricultores que alimentam a nação”.

Compreendendo esse processo de luta e a sua continuidade, Evanildo Costa, do MST, enfatizou que nenhum tipo de violência pode ficar impune.

Costa afirmou que foi o sistema capitalista, a partir da lógica de exploração, está pintando as bandeiras de vermelho. “Por isso não desistiremos e nossa cor sempre será a do sangue de trabalhadores e trabalhadoras que tombaram na luta”.

Solidariedade

Ao final da atividade, os representantes religiosos entregaram sementes de girassol simbolizando a germinação, a continuidade das lutas e o sol do socialismo. “Nossa tarefa é convocar, provocar e construir uma sociedade mais justa e igualitária”, destacaram. 

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