Neste momento, a nossa jovem e frágil democracia está fortemente ameaçada. Não se trata de defender este ou aquele candidato ou partido político, mas de defender o resultado de um processo democrático legítimo que culminou na eleição da presidenta Dilma Roussef. Mesmo que tenhamos muitas críticas a este governo, e as temos, inclusive em relação à corrupção, entendemos que o que vem acontecendo é uma articulação, antes mesmo da sua reeleição, para derrubá-la a qualquer custo, inclusive ferindo princípios constitucionais.
Somos favoráveis e apoiamos que se investigue toda e qualquer pessoa e partido, e também apoiamos o combate à corrupção, mas que seja feito dentro da legalidade, e sem a seletividade que vem ocorrendo. A orquestração entre alguns setores do judiciário e a grande mídia para a condenação prévia através da divulgação de fatos é um atentado ao estado democrático e aos direitos da pessoa conforme prevê a nossa Constituição. Esse ambiente nefasto criou um clima favorável para o acirramento dos ânimos e pode desencadear processos que culminem em decisões que levem a uma instabilidade política e social ainda maior, fragilizando a democracia brasileira e retirando direitos já adquiridos.
Acreditamos que o discurso e as ações que estão sendo propagandeadas sob o manto da “moralidade e contra a corrupção” na verdade, escondem outros interesses e outras questões no jogo do poder reinante em nossa sociedade. Por isso, defendemos a legalidade democrática e, ao mesmo tempo, conclamamos a uma ampla campanha para uma profunda reforma no sistema político brasileiro.
Salvador, 18 de março de 2016