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CESE em defesa da legalidade democrática

CESE em defesa da legalidade democrática
A Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE – foi criada em 1973, em plena ditadura militar, por iniciativa de igrejas cristãs, para ser um testemunho naquele período terrível de privação de direitos e cerceamento das liberdades. Construiu a sua missão alicerçada na defesa dos direitos e nas lutas por democracia. Portanto, a CESE possui no seu DNA o compromisso com estas causas. Nos seus 43 anos de existência o cumprimento dessa missão se dá pelo fortalecimento dos movimentos populares, igrejas e outras organizações da sociedade civil para a defesa de direitos e consolidação de práticas democráticas.

Neste momento, a nossa jovem e frágil democracia está fortemente ameaçada. Não se trata de defender este ou aquele candidato ou partido político, mas de defender o resultado de um processo democrático legítimo que culminou na eleição da presidenta Dilma Roussef. Mesmo que tenhamos muitas críticas a este governo, e as temos, inclusive em relação à corrupção, entendemos que o que vem acontecendo é uma articulação, antes mesmo da sua reeleição, para derrubá-la a qualquer custo, inclusive ferindo princípios constitucionais.

Somos favoráveis e apoiamos que se investigue toda e qualquer pessoa e partido, e também apoiamos o combate à corrupção, mas que seja feito dentro da legalidade, e sem a seletividade que vem ocorrendo. A orquestração entre alguns setores do judiciário e a grande mídia para a condenação prévia através da divulgação de fatos é um atentado ao estado democrático e aos direitos da pessoa conforme prevê a nossa Constituição. Esse ambiente nefasto criou um clima favorável para o acirramento dos ânimos e pode desencadear processos que culminem em decisões que levem a uma instabilidade política e social ainda maior, fragilizando a democracia brasileira e retirando direitos já adquiridos.

Acreditamos que o discurso e as ações que estão sendo propagandeadas sob o manto da “moralidade e contra a corrupção” na verdade, escondem outros interesses e outras questões no jogo do poder reinante em nossa sociedade. Por isso, defendemos a legalidade democrática e, ao mesmo tempo, conclamamos a uma ampla campanha para uma profunda reforma no sistema político brasileiro.

Salvador, 18 de março de 2016

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