Integrantes do CEBI-MS participaram e colaboraram Grupo de Trabalho “Missão entre Indígenas”. Formado por lideranças leigas e de congregações religiosas da ICAR, o GT tem por objetivo aprender das tradições indígenas, fazendo-se presente junto a diferentes etnias, de forma especial entre o Povo Terena. O encontro aconteceu no último sábado, dia 17 de setembro, na Casa dos Freis Capuchinhos em Campo Grande/MS.
O primeiro momento teve por finalidade a escuta como está acontecendo a “missão” junto às comunidades indígenas. Na sequência Edmilson Schinelo, integrante do CEBI-MS, nos levou a “beira do poço” com o texto de Jo 4, para entendermos que no encontro entre culturas, todas as pessoas têm sede de aprender, mas principalmente quem chega. Ao chegar como estrangeiro na terra da Samaritana, Jesus precisa de água, ele também tem sede. Na troca verdadeira, mesmo com as dificuldades, é que se dá o aprendizado. E o próprio Jesus supera os limites e as simbologias do sagrado, quando diz à Samaritana que já não importa mais se oramos em Jerusalém ou na Montanha da Samaria: o que importa é “rezar” em espírito e em verdade (Jo 4,21-23).
O que estamos chamando de “missão” precisa ser repensado
Na reflexão, Edmilson propôs que o grupo deveria até mesmo mudar de nome, uma vez que o termo “missão” ainda está carregado de colonialismo. Entre as coisas bonitas que estão acontecendo, percebermos que nossa cabeça e nossos pés ainda estão dentro de nossas igrejas, com suas doutrinas, liturgias e dogmas.
Observou-se pela partilha que ainda é forte a tendência de irmos até as comunidades indígenas querendo levar nosso conhecimento. É fundamental que o grupo assuma uma postura mais humilde: aprender a “escutar”, valorizar aquilo que foi desprezado e desperdiçado em relação a nossos irmãos e irmãs indígenas, sua etnia e sua cultura.
O sagrado deixa de ser um tempo e um lugar convencional e passa a ser a vida humana, especialmente a vida dos mais humilhados e desprezados e suas religiosidades
Estiveram pessoas vinculadas ao CIMI, ao CEBI-MS, Freis Capuchinhos, seminaristas diocesanos Irmãs Franciscanas e Irmãs Lauritas.