
Nas redes sociais, manifestantes relataram abusos cometidos pela PM e agressões sofridas por estudantes. "Colocaram os alunos para fora a pontapés, chutes, empurrões, sendo que não havia mandado de reintegração para esta escola. O diretor e um funcionário estavam juntos e apoiando essas agressões", diz postagem na página Secundaristas em Luta, mantida pelos manifestantes no Facebook.
Segundo a Seduce (Secretaria de Educação, Cultura e Esporte), por volta de 6 horas da manhã, um grupo com cerca de 10 pais, alunos, o diretor do Colégio Estadual Ismael Silva de Jesus, acompanhados do Conselho Tutelar entraram na unidade e "expulsaram os ocupantes da unidade, com o objetivo de que os filhos pudessem começar o ano letivo". No local estavam 12 pessoas.
A pasta afirmou ainda que está em andamento "uma manifestação espontânea de pais, professores e alunos pela desocupação das escolas que foram invadidas" e que "respeita o direito de livre manifestação, bem como entende que é direito do aluno estudar e do professor de trabalhar".
A Polícia Militar, por sua vez, informou que não houve ação de reintegração de posse e que foi ao local " a fim de atender à solicitação de pais de alunos que, ao tentar fazer a matrícula, foram agredidos por indivíduos que lá estavam". Durante a desocupação um homem foi atropelado por um carro de som. De acordo com relato da PM, o jovem foi passa bem.
Esta foi a quarta escola desocupada desde o início do ano letivo, que começou dia 20 de janeiro. São elas: Colégio Estadual Ismael Silva de Jesus e Colégio Estadual Professor Pedro Gomes, em Goiânia; Colégio Estadual Rui Barbosa (Vila Alzira), em Aparecida de Goiânia; e Presidente Costa e Silva, em São Luis de Montes Belos. De acordo com a Seduce, essas escolas devem voltar a funcionar na quarta-feira (27), depois de um processo de reorganização e planejamento.
As ocupações no estado começaram no dia 9 de dezembro. Os estudantes são contrários ao projeto de implantação das OSs (Organizações Sociais).
Pela proposta do governo estadual, organizações sociais deverão cuidar da administração e infraestrutura das escolas e poderão também contratar tanto professores quanto funcionários administrativos.
Os manifestantes acreditam que o projeto irá precarizar a carreira dos professores e dará fim a gratuidade do ensino público. Além disso, defendem que a decisão foi tomada sem diálogo com a comunidade escolar.
Segundo o governo, as escolas continuarão "100% públicas e gratuitas". O objetivo do novo modelo é aumentar a eficiência e melhorar a qualidade das unidades, que terão as estruturas aprimoradas e manutenção constante.