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30 dias por Rafael Braga: para ninguém esquecer que não foi por Pinho Sol, foi racismo

Organizadores da campanha em evento. Foto: Reprodução da página do Facebook

Desde junho de 2013, época em que eclodiram manifestações por todo o Brasil, Rafael Braga Vieira passou a ser inimigo declarado do Estado. Negro, pobre e da periferia, apesar da nítida ausência de qualquer conduta criminosa e mesmo sem participar do protesto ou ser militante de alguma bandeira, foi preso por portar Pinho Sol e água sanitária, sob a acusação de que usaria os produtos para a produção de coquetel molotov. Após cumprir pena, ele foi novamente condenado, em 20 de abril, a cumprir 11 anos e três meses de reclusão, acrescidos de pagamento de uma multa de aproximadamente R$ 1.600,00.

Essa condenação é o ponto principal e emblema da campanha #30DiasPorRafaelBraga, que discutirá racismo institucional, encarceramento em massa, seletividade penal, infâncias e adolescências no cárcere entre outras inúmeras pautas durante todo o mês de junho, com uma série de manifestações que vão além das redes sociais e da internet.

De acordo com a organização da campanha, a iniciativa é promover uma série de atividades para que casos como o de Rafael não sejam esquecidos. Além disso, a campanha visa conscientizar sobre análise de questões e consequências sociais, psicológicas e econômicas decorrentes do encarceramento de jovens negros.

O slogan “Todo preso é um preso político” encabeça o movimento. No vídeo de abertura da campanha, Bira, militante do Círculo Palmarino e integrante da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas (INNPD), foi enfático ao afirmar:

Rafael Braga, preso político, representa hoje o Estado racista que extermina a juventude e criminaliza a pobreza. Não dá para falar de política de drogas sem falar de racismo.

Alguns dos eventos contam com a participação de pessoas atuantes em diversas áreas profissionais e organizações. Nomes como Silvio de Almeida, mestre em Direito Político e Econômico; Humberto Fabretti, professor de Direito Penal e Criminologia, Adriana Palheta, mestre em Políticas Públicas; Raul Araújo, psicanalista e organizações como o Coletivo 217 e o Black Lives Matter.

Fonte: Por Hysabella Conrado do Portal Justificando, 07/06/2017.

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