Ecologia

O Rio Voador de Fumaça e o Sínodo para a Amazônia

por Roberto Malvezzi (Gogó) via Observatório da Sociedade Civil*

Preservar a Amazônia seria a lógica do bom senso, até para o instinto de sobrevivência do povo brasileiro

Um rio voador de fumaça cobriu o imenso território brasileiro. Ele percorreu exatamente o caminho dos rios voadores, feitos de vapor de água, que irrigam a maior parte do território brasileiro, chegando até a Argentina, Uruguai e Paraguai. É da Amazônia que vem as chuvas que abastecem grande parte de nosso território, que depois se armazenam nos aquíferos do Cerrado, mas que hoje estão sendo extintos pela devastação da Amazônia e do Cerrado.

Um fato grave e exemplar como esse deveria suscitar a reflexão e a inflexão que nos apavorassem nesse momento. Afinal, os estudos científicos – tão desprezados pelo atual governo -, nos alertam continuamente que sem a Amazônia, a região brasileira que vai de São Paulo até os demais países do Cone Sul, se transformará em deserto.

Pior, o rio voador de fumaça foi uma celebração planejada, isto é, os predadores do agronegócio decidiram celebrar a liberação do desmatamento com um dia de queimadas. E assim o fizeram. Somando com a fumaça que veio de outros países, transformou um dia de São Paulo em noite escura.

Esse é o Brasil do futuro e do presente. Sem Amazônia, grande parte do sul e sudeste brasileiros se transformará em deserto. Não adianta tentar camuflar essa realidade, ou amenizar, como fez a reportagem da Folha de São Paulo e o Jornal Nacional, dizendo que esse fenômeno acontece todos os anos. Sim, acontece desde que as queimadas passaram a acontecer nessa época, mas não é normal, não é natural, é um processo de devastação pelo fogo. Fato é que o desmatamento e as queimadas da Amazônia aumentaram exponencialmente no último governo, sem eximir de responsabilidade os que vieram antes dele.

O Sínodo para a Amazônia, que acontecerá de 06 até 27 de Outubro, em Roma, vai discutir com as igrejas dos nove países da região uma ecologia integral, capaz de preservar o bioma para o bem de seus povos, mas também para aqueles que se beneficiam de suas dádivas, mesmo morando fora da Amazônia, caso dos paulistas, catarinenses, paranaenses, gaúchos, argentinos, uruguaios, paraguaios, etc.

Preservar a Amazônia seria a lógica do bom senso, até para o instinto de sobrevivência do povo brasileiro. Mas, não é o caso. Estamos vivendo um momento em que a pior fumaça é a que queima os cérebros.

Publicado originalmente no site do Observatório da Sociedade Civil.

situs judi bola AgenCuan merupakan slot luar negeri yang sudah memiliki beberapa member aktif yang selalu bermain slot online 24 jam, hanya daftar slot gacor bisa dapatkan semua jenis taruhan online uang asli. idn poker slot pro thailand

Seu carrinho está vazio.

mersin eskort
×