Desastre em Mariana (MG) completa dois anos sem julgamento dos envolvidos; rede de organizações católicas pelo desenvolvimento lança documento online com novas informações sobre o caso.
✍ Confira a divulgação enviada por Angela Kemper, Dep. de Projetos da DKA Áustria na América Latina.
A Rede Católica de Organizações pelo Desenvolvimento (CIDSE) apresentou na segunda-feira, dia 23 de outubro, um dossiê online sobre o desastre de Mariana/Brasil. Lançado em uma parceria dos membros da rede CIDSE e uma série de entidades brasileiras parceiras, o documento foi divulgado durante a realização de um GT das Nações Unidas sobre acordos que vinculam empresas transnacionais aos direitos humanos.
Dois anos de esquecimento
A ruptura da barragem do Fundão, da empresa Samarco, fará dois anos (dia 5/11) em breve. Contudo, ainda não há perspectiva de indenizações para muitos dos atingidos. Os responsáveis pela maior catástrofe ambiental do Brasil, a qual deixou um rastro de devastação em mais de 600 km, além de 19 vítimas, ainda não foram julgados.
Os proprietários da Samarco, as mineradoras Vale e BHP Billiton negam qualquer responsabilidade e alegam que a Samarco tem natureza jurídica e administração próprias. Através deste caso dramático se pode demonstrar como é difícil para os afetados garantir seus direitos, quando se trata de uma grande empresa, a qual tem política e economicamente tantas possibilidades.
O processo do acordo da ONU sobre empresas transnacionais poderá amenizar situações como esta em longo prazo, se ele obrigá-las a se responsabilizarem sob suas filiais, subsidiárias e cadeias de distribuição e fornecimento. Os afetados teriam, assim, um melhor acesso a instrumentos jurídicos, também nos países que sediam multinacionais. Em curto prazo, é importante apoiar os atingidos em suas lutas por direitos e justiça, assim como as organizações que os tem acompanhado.
Leia o dossiê online completo aqui.
O que queremos alcançar com este dossiê?
O dossiê é o resultado de uma estreita cooperação entre organizações parceiras como o Movimento dos Atingidos por Barragens MAB, Instituto PACS – Políticas Alternativas para o Cone Sul, Comissão Pastoral da Terra, Articulação Internacional de Atingidos e Atingidas pela Vale, o projeto #lamaquemata de Thomas Bauer (CPT) e Joka Madruga (Terra sem Males) e a rede CIDSE.
Através da disseminação do dossiê nas mídias sociais e outros canais, se pode botar em pauta a injustiça e a urgência de colocar os direitos humanos acima de interesses econômicos. Em muitos países, unimos ao dossiê uma chamada: apoiar este acordo da ONU.
Informações em inglês e alemão podem ser encontradas aqui e aqui.
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Fonte: Enviado por Angela Kemper, Dep. de Projetos América Latina, DKA Áustria.