O CEBI RS fortalece, mais uma vez, sua relação com a Romaria da Terra do Rio Grande do Sul, que neste ano aconteceu no município de Mampituba.
A 41ª Romaria da Terra teve como tema o título “Mulheres Terra: resistência, cuidado e diversidade”, para dar destaque ao protagonismo das mulheres da resistência e dos movimentos sociais, além fazer um alerta sobre a persistente violência de gênero presente nestes espaços.
Reunidos no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, o evento reuniu mais de 5 mil pessoas.
Livraria popular, presente!
O CEBI-RS esteve presente com a banca de livros e a distribuição de material sobre a Leitura Popular da Bíblia. O evento foi um momento de rever amigos/as e parceiros/as das dioceses, grupos de estudo e movimentos sociais.
A banca também foi visitada pela reverenda Lúcia Dal Pont, Diretora Adjunta Nacional do CEBI e sua família, o revdo. Luiz e seu filho Gílio, do CEBI PR, além de outros padres e bispos que partilham de nossa caminhada.
A banca esteve sob o cuidado da Deise Abé, Coordenadora do CEBI RS, do Edison Costa, Secretário do CEBI-RS, e do jovem Gílio Sirtoli.
Após muitos anos de história e caminhada com a Romaria, neste ano o CEBI teve a participação ecumênica na celebração eucarística. Estavam presentes junto ao altar as reverendas Lucia e Carmem, da igreja Anglicana. Segundo Edison Costa, esse foi um momento importante pois demonstrou que “a organização do evento também avançou e provou que a unidade e o ecumenismo devem prevalecer”.
Resistência, cuidado e diversidade
Alguém já disse que, em todas as línguas, não por acaso, a palavra mãe reproduz o primeiro gesto da/o recém nascida/o, buscando e sugando o leite no seio da mãe (madre em espanhol,, mama em italiano, mother em inglês, mère em francês, etc…), como se a natureza se encarregasse de mostrar que a sobrevivência da humanidade toda nasce dessa alimentação, independentemente das pessoas e do lugar onde ela se dá, à semelhança da terra como fonte de toda a vida.
As/os índias/os, diferentemente das/os brancas/os, compreenderam muito melhor a condição da terra como mãe (pacha mama). Ela e a gente toda sua filha, merecedoras do cuidado próprio do “bem viver”, totalmente incompatível com a submissão ao arbítrio e à ganância do agronegócio predador. Esse agride tanto a terra como a gente que tem direito de acesso a ela, confirmando, de modo inequívoco, a palavra do Papa Francisco, na encíclica Laudato Si, quando ele identifica a crise ambiental e a crise social como uma e a mesma realidade. A romaria da terra deste ano certamente vai lembrar essa lição, fortalecendo, empoderando a militância feminina em defesa dos direitos das mulheres.
Daí a íntima relação da virtude do cuidado com a da diversidade. A cultura e a ideologia machista não discernem como as mulheres, respeitadas naturalmente as exceções, as diferenças próprias de um pluralismo de etnias, de condições de vida, de nacionalidade e de renda. Isso é bem melhor percebido por elas, inclusive quando a injustiça social é motivada por essas diferenças, bastando lembrar aqui o quanto gente pobre, quilombolas, índias/os, pardas/os, refugiadas/os, estrangeiras/os sem-terra e sem-teto, são discriminadas/os sem outras razões do que a do puro preconceito, e nelas quase sempre encontram a primeira compreensão e ajuda
(Fonte: As virtudes femininas da Romaria da terra por Jacques Távora Alfonsin)
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Fonte: Contribuição de Edison Souza, CEBI-RS. Com informações do site CEBs do Brasil, 09/02/2018.