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CEBI Ceará e o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Por Jairo de Carvalho*

 

Sempre o CEBI-CE, junto com algumas comunidades do Candomblé, da Umbanda, dos Evangélicos e das Pastorais Sociais católicas, fizeram na Praça do Ferreira, de Fortaleza, a Tribuna Livre do Combate à Intolerância Religiosa, no dia 21 de Janeiro. Esse ano de 2021, essa atividade será online, devido à pandemia. Gostaríamos de compartilhar o discurso que fizemos em 2017, que continua válido para os dias de hoje, dias de intolerância e racismo declarados. Firmes ficaremos no combate à intolerância religiosa. Viva 21 de Janeiro. Via Mãe Gilda de Ogum, a quem esse dia foi dedicado. (Segue o discurso).

“Boa tarde pessoal! Boa tarde Praça do Ferreira, como sempre o palco de muitas lutas libertárias. Muitas lutas contra golpe político, contra a Ditadura. E agora uma luta contra a intolerância religiosa que destrói as pessoas, que destrói as relações.

A gente há muito tempo constrói e comemora essa data. O CEBI está desde a 1º edição, o Centro de Estudos Bíblicos. E com essa turminha que está aqui participando a gente sempre vem puxando também algo para além do combate à intolerância religiosa.

Nosso 1º passo é combater a intolerância religiosa. As pessoas têm que saber respeitar a religião da outra pessoa. Tem que saber respeitar porque as pessoas são, acima de tudo, livres prá escolher a religião que quiser seguir.

Então a gente não pode estar obrigando as pessoas a serem de religião A ou B, e nem falando mal dos outros. Esse é o nosso 1º passo. Temos que saber respeitar a religião do outro. Religião não foi feita para andar brigando não. Religião foi feita para fazer as pessoas aprenderem a amar, a praticar a justiça e assim, conquistarem a paz.

Mas a gente também ousa dar um outro passo adiante ao combate à intolerância religiosa. A gente consegue, com as pessoas que vão caminhando, propondo essa tribuna livre, a gente consegue, no nosso diálogo, aberto e fraterno, e sincero, e verdadeiro, a gente consegue propor também a perceber o Mistério Divino na religião do outro.

Nenhuma religião consegue abarcar o que é Deus, pessoal. Nenhuma religião é dona de Deus, de Deusa. Nenhuma religião pode se arrogar o direito de dizer: “o Mistério Divino está só com a gente”. Nenhuma pessoal.

Nessa comunidade que organiza esse grito, esse grito de combate à intolerância religiosa, a gente consegue dialogar a partir desse nível também. Já conseguimos dar passos nesse sentido: de perceber o Mistério Divino presente na religião dos outros.

Quis Deus se manifestar através dos fenômenos da natureza. E as religiões de matriz indígena aqui do Brasil nos ensinam isso perfeitamente. Se os indígenas conseguem perceber que Deus fala através da natureza, isso não é um patrimônio só dos indígenas, não. Hoje, nessa sociedade globalizada, isso vira um valor para toda a população mundial. Isso é uma verdade que vale para todas as religiões.

Por isso que é bom a gente estar dando um passo adiante ao combate da intolerância religiosa. A gente tem que aprender a perceber que as outras religiões também falam do Mistério Divino com seriedade, do jeito que a nossa religião fala.

Quando a gente olha para as religiões de matriz africana, elas nos ensinam que o Mistério Divino se revela na ancestralidade. No nosso tataravô, no tataravô do nosso tataravô. Na nossa tataravó. Na nossa matriarca de antigamente. Mas isso se torna hoje em dia, nessa sociedade globalizada, um patrimônio para toda a humanidade.

Isso não é mais uma verdade religiosa só para as religiões de matriz africana, não. Isso vale para cristãos, para indígenas, para africanos, para europeus, vale para todo mundo. Isso acaba se transformando numa verdade que o diálogo inter-religioso consegue proporcionar. E é isso que o Centro de Estudos Bíblicos vem dizer para todos nós.

A gente tem a ousadia de dar um passo além ao combate da intolerância religiosa. A gente consegue perceber Deus, tenta perceber Deus, se esforça em perceber Deus presente nas outras religiões também.

Quando o cristianismo nasce do judaísmo, propondo que Deus nos ama tanto ao ponto de fazer um igual a nós, se fazer gente como a gente, isso não passa a ser patrimônio só dos cristãos, não. Isso é patrimônio de toda a humanidade. Então, o cristianismo não é dono de Jesus.

Jesus de Nazaré, aquele filho de Maria de Nazaré, é um patrimônio prá toda a humanidade. Não somos donos de Jesus. Temos que pregá-lo prá todo o mundo, para além do cristianismo. É uma verdade que abarca a todos.

Todas as religiões possuem essa capacidade de falar do Mistério Divino: as religiões de matriz indígena, as religiões de matriz africana, as religiões cristãs e as outras religiões também.

Então, essa é a mensagem do CEBI. A gente vem prá cá para alimentar esse combate à intolerância religiosa, primeiro porque todo mundo tem a liberdade de escolher a religião que quer. Segundo, a gente quer dar um passo para além do combate à intolerância religiosa. O CEBI, Centro de Estudos Bíblicos está aqui nessa luta também para dizer que a gente reconhece o Mistério Divino presente em todas as religiões…”

Veja o Ato realizado em janeiro de 2017 !

https://www.youtube.com/watch?v=sDN6IG_eLXM

*Cantor, compositor e integrante do  CEBI Ceará

 

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