Isaías 35,1-10, Tiago 5,7-10; Mateus 11,2-11
1. Preparação do ambiente
b) Acolher as pessoas que vêm participar. Os moradores da casa dão as boas-vindas, deixando todos bem à vontade. Enquanto os participantes vão chegando, tocar músicas de Natal.
2. Oração inicial
b) Invocar a presença de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.
c) Acender três velas da Coroa de Advento. Fazer um momento de silêncio, contemplando a chama das velas. Depois disso, as pessoas que quiserem poderão fazer sua oração em voz alta. Após cada prece, todos falam: Vem, Senhor! Vem Senhor! Vem libertar o teu povo!
3. Escutar a Palavra de Deus que ilumina a nossa vida
– Tiago 5,7-10 parte de uma certeza: a vinda do Senhor está próxima (v. 8). Não há qualquer dúvida sobre isso. Mas é difícil esperar até aquele dia, principalmente por causa do sofrimento. Em 5,1-6, o texto imediatamente anterior ao nosso, Tiago censura os ricos por explorarem os pobres (vv. 4-6). É provavelmente este o sofrimento maior da comunidade. Diante disso, o importante é não desanimar. É preciso ter paciência, como o agricultor, que precisa esperar as chuvas certas para poder colher seu fruto. No sofrimento, é preciso tomar os profetas como modelo. Falaram em nome do Senhor e sofreram por causa disso, mas não desanimaram. É preciso ter uma paciência de Jó. A certeza de que o Senhor vem, a certeza de que o juiz está às portas, nos dá forças para guardar nossa esperança.
– No Evangelho de Mateus 11,2-11, a pergunta de João Batista, “És tu aquele que estava para vir, ou havemos de esperar outro?”, revela a angústia de quem está cansado de esperar. O povo de Israel há muito tempo esperava pelo Messias, o rei justo do futuro, que haveria de instaurar o Reino de Deus. Cada novo rei parecia ser a concretização dessa esperança. Mas logo decepcionava. E aí era a vez de esperar um outro. E agora? – A resposta de Jesus aos discípulos de João é que anunciem o que estão vendo. Os sinais do Reino estão aí. Os cegos veem, os coxos andam, os surdos ouvem, os mortos estão sendo ressuscitados, e aos pobres está sendo pregada a boa notícia. Onde o serviço aos fracos acontece, ali o Reino de Deus está presente. Feliz é quem não se deixa atrapalhar por isso. Em todo o lugar em que o amor de Jesus é praticado, o Reino de Deus já chegou.
b) Leitura dos textos: Isaías 35,1-10; Tiago 5,7-10; Mateus 11,2-11.
c) Meditar a Palavra:
1. Qual foi a leitura de que você mais gostou? Por quê?
2. Que partes das leituras se parecem com a nossa realidade?
3. Onde encontramos sinais de esperança em meio a nossas tristezas?
4. Qual a mensagem destas três leituras para hoje?
4. Celebrar a Palavra
1. Vamos transformar em preces aquilo que descobrimos no encontro de hoje e as esperanças que temos. Após cada prece, vamos repetir o refrão: SENHOR, FORTALECE A NOSSA FÉ E A NOSSA ESPERANÇA!
A fé entre a dúvida e a certeza, entre a angústia e a esperança.Nossa fé tem uma esperança muito bonita. Essa esperança se alimenta da promessa do Reino de Deus. Sonha com um novo céu e uma nova terra, nos quais habita a justiça (2Pd 3,13). Crê que Deus mesmo enxugará dos olhos toda a lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem choro, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. Ele fará novas todas as coisas (Ap 21,4.5).
As leituras que ouvimos hoje nos falam que as pessoas fracas ficarão fortes, os cegos voltarão a ver, os surdos, a ouvir, os coxos saltarão, os mudos cantarão. Nos dizem que os cegos vêem, os coxos andam, os surdos ouvem, os mortos estão sendo ressuscitados, e aos pobres está sendo pregada a boa notícia. Insistem em que Deus ama e socorre as pessoas fracas e sofridas, faz justiça aos oprimidos, dá pão aos que têm fome, liberta os encarcerados, abre os olhos aos cegos, levanta os abatidos, ama os justos, guarda o peregrino e ampara o órfão e a viúva.
Que coisa mais linda!
Não é, porém, isso o que vemos. Os fracos continuam fracos, os cegos continuam sem ver, os coxos não conseguem saltar, os mudos não cantam, os mortos continuam mortos, os pobres ainda não têm uma boa notícia, os oprimidos continuam sem justiça, os famintos ainda não têm pão, os encarcerados ainda estão na prisão, nós continuamos abatidos com tanto sofrimento, os pobres ainda estão sem amparo.
Quando olhamos para a nossa realidade brutal, cheia de sofrimento e de injustiça, com tantas pessoas carentes de pão, de saúde, de escola, de liberdade, essa esperança tão bonita se enche de dúvida. Será mesmo? Essa esperança tão bonita não será só fantasia?
No meio de toda essa dúvida, fica difícil crer, ter fé. Parece até que toda essa coisa de Palavra de Deus, Evangelho, Reino de Deus, é só para enganar, para fazer a gente pensar em faz de conta. Dá uma angústia muito grande no peito, quando não se tem certeza, quando se duvida. Parece que a noite não passa, que a escuridão não vai acabar nunca. Onde está a luz no fundo do túnel?
Que coisa mais triste!
No meio dessa tristeza, a gente fica como aqueles discípulos de Emaús, que não conseguiam ver que Jesus ia caminhando ao seu lado. Seus olhos estavam fechados. E só se abriram, quando Jesus partiu com eles o pão. Só conseguiram ver, quando se reencontraram na prática da comunidade, a prática da solidariedade, do amor, que vence toda a angústia e todo o medo.
Esse parece ser o melhor remédio para a dúvida e para a angústia. Encontrar-se com pessoas que ainda sonham com um mundo melhor, A fé entre a dúvida e a certeza, entre a angústia e a esperança. Nossa fé tem uma esperança muito bonita. Essa esperança se alimenta da promessa do Reino de Deus. Sonha com um novo céu e uma nova terra, nos quais habita a justiça (2Pd 3,13). Crê que Deus mesmo que querem um novo céu e uma nova terra, nos quais habita a justiça, fortalece a fé, faz voltar a esperança. Quando a gente se encontra com irmãos e irmãs, em comunidade, o Senhor Jesus aparece, está no meio de nós, e sua presença nos revigora, nos fortalece novamente, nos anima a ser um Cristo para os outros.
E aí, animados pela fé, e bem certos da vitória, voltamos a ter esperança. Levamos essa esperança a todas as pessoas que sofrem, sendo solidários com elas. Procuramos maneiras de fazê-las mais felizes. Colocamos pequenos sinais do Reino de Deus.
Não sei fazer surdos ouvir, mas posso aprender sua linguagem de sinais, para me comunicar com eles. Não sei fazer pessoas que andam em cadeiras de rodas andar, mas posso me tornar amiga delas. Não sei fazer cegos voltarem a ver, mas posso me oferecer para ajudá-los em seu caminho. Posso repartir meu pão com os que têm fome. Posso abraçar as pessoas que choram. Posso ser solidário com as pessoas que sofrem. Posso levar alegria aos lugares em que há tristeza.
Mais do que tudo, posso lutar, posso me engajar na busca por um mundo melhor para todas as pessoas.
O Reino de Deus anunciado por Jesus ainda não veio em sua plenitude. Mesmo assim, já está no meio de nós. Já vêem os sinais que os seus discípulos e discípulas fazem acontecer.
Isso é Advento. Tempo de espera, sem cruzar os braços. Tempo de espera, no qual, com paciência de Jó, vamos vivendo, em amor e comunhão, a nova vida anunciada.