Bíblia

Comentário da semana: “Eu lhes dou a minha paz”

Leia a reflexão do evangelho para o próximo domingo. O texto sobre Jo 14, 23-29 pertence a Tomaz Hughes SVD.
A porta de entrada do texto é o versículo anterior, onde Judas, não o Iscariotes, pergunta a Jesus durante a Última Ceia, “porque vais manifestar-se a nós e não ao mundo?” (v. 22). Jesus dá a resposta – o Pai vem morar no cristão que guarda a sua palavra, pois as suas palavras são as do Pai. O mundo (aqui entendido como o anti-reino, não o mundo físico) não ama a Deus. A presença de Deus só pode ser experimentada por quem que o ama. Não é possível amar a Deus sem guardar a sua palavra.

Versículo 26 traz a segunda predição no Último Discurso da vinda do Paráclito (veja Jo 14,15). Aqui se focaliza mais o seu papel de ensinamento, um ensinamento que clarifica o que Jesus ensinou. Ele vai fazer com que os discípulos “lembrem” tudo o que Jesus disse. Aqui “lembrar” significa a capacidade de entender o verdadeiro sentido das palavras e ações de Jesus, depois da Ressurreição (2,22; 12,16). O Espírito Santo, aqui descrito como Paráclito (no sistema judicial grego, o Paráclito era o advogado da defesa), não trará ensinamento que seja independente da revelação de Jesus. Ele vai preservar os discípulos de erro e guardá-los perto de Jesus.

Com este dom, Jesus deixa com a sua comunidade a sua paz. Ele usa a palavra tradicional dos judeus para a paz, Shalom. É uma paz baseada na vinda do Espírito, que será atualizada na noite de Páscoa quando dirá “A paz esteja com vocês! Recebam o espírita Santo” (Jo 20,21-22). Enfatiza que não é a paz como o mundo a entende – simplesmente como a ausência de briga. Muitas vezes a paz que o mundo dá é aquela falsa, que depende da força das armas para reprimir as legitimas aspirações do povo sofrido – como tantos países experimentaram durante as ditaduras de direita e da esquerda.

O shalom é tudo o que o Pai quer para o seu povo. Só existe quando

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reina o projeto de vida de Deus. Implica a satisfação de todas as necessidades básicas da pessoa humana, da libertação da humanidade do pecado e das suas consequências. Como dizia Paulo VI: “Justiça é o novo nome da paz!”.

O shalom dos discípulos não pode ser perturbado pela sua partida, pois é através da volta do Filho para o Pai que o shalom vai se instalar.

O shalom, a verdadeira paz, é um dom de Deus. Mas precisa da colaboração humana! Diante de tantas barbaridades hoje, de tanta violência no campo e na cidade, da exploração do latifúndio, da impunidade, qual deve ser a atitude do cristão? Se nós acreditamos no shalom, não podemos compactuar com sistemas repressivos ou elitistas que tiram da maioria (ou duma minoria) os direitos básicos que pertencem a todos os filhos/as de Deus.

Às vezes, este shalom convive ao lado do sofrimento e perseguição por causa do Reino, mas quem experimenta na intimidade a presença da Trindade, também experimenta a verdade da frase do texto de hoje, “não fiquem perturbados, nem tenham medo” (v. 27), pois disse Jesus, “eu venci o mundo”.

Por isso devemos sempre “fazer a memória de Jesus” (aqui, destaca-se o momento privilegiado da celebração da santa ceia) – da sua pessoa e do seu projeto, para que tenhamos critérios certos para verificar a presença – ou ausência – do shalom na nossa sociedade, e nos comprometermos com a criação do mundo mais justo que Deus quer.

Partilha do autor (em memória). Edição por Ildo Bohn Gass.

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