Por Lilian Sarat de Oliveira *
A busca pela felicidade é um dado antropológico que acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos, dos filósofos mais antigos até os “coaching” dos dias atuais, o objetivo dos humanos é alcançar a satisfação dos seus desejos e, por conseguinte, encontrar a tal felicidade.
Como ser feliz em meio a tantas injustiças e desigualdades? Como ser feliz com tanta violência e ódio que se propagam como erva daninha? Como ser feliz vendo meninas e mulheres violentadas cotidianamente nesta sociedade patriarcal? Como ser feliz vendo as Casas de Rezas dos Guarani sendo queimadas pela intolerância religiosa? Como ser feliz sem ter o básico para se viver? Como ser feliz com um vírus mortal ceifando vidas lá fora? Como ser feliz?
Essas questões e muitas outras nos aparecem ao ler o capítulo cinco do Evangelho de Mateus, que nos traz um manual controverso para alcançar essa tal felicidade. Um manual que vai na contramão do esperado, pois coloca a felicidade no lugar e ao alcance, justamente dos despossuídos do sistema.
Quando Jesus se assenta sobre um monte, como o fez Moisés no passado, ele anuncia uma nova lei. São oito sentenças para a felicidade, número que aponta para um infinito de possibilidades de existências humanas baseadas no amor, na partilha e no serviço. São oito plaquinhas para pendurarmos em nossas casas, nos dias de hoje, para lembrarmos o que de fato é importante nesta realidade que nos leva à desenfreada lógica do consumo, como meio de encontrar satisfação.
Enquanto no mundo das aparências ser feliz é ter acesso a bens de consumo e atender aos desejos imediatos da existência material, Jesus nos apresenta um caminho mais radical e nada fácil para seguir. Penso que o Mestre não seria um bom “Coalching” nos nossos dias e não faria sucesso como “influencer” nas redes sociais com seu manual para ser feliz.
Ele inicia suas “dicas” de felicidade exaltando justamente aqueles que parecem os mais tristes, pois são os pobres, não só de bens materiais, mas os pobres de espírito que recebem a promessa de entrar no Reino de Deus. Ao colocar os pobres e despossuídos ao alcance da felicidade, Jesus contraria a lógica do sistema e apresenta uma nova forma de viver a Lei de Deus, onde os excluídos são colocados na primazia do Reino. Imagino que aquela multidão que seguia Jesus, era justamente esses pobres que encontravam no seu movimento, a possibilidade de uma vida em abundância, a partir de uma nova forma de viver a realidade, invertendo a lógica da felicidade imediatista do sistema e encontrando alegria na comunidade e na partilha. Aqui aprendemos que a “felicidade é zen, ninguém compra, ninguém rouba nem vende a ninguém”.
Com tantas receitas de bem estar e felicidade disponíveis dizer que “felizes são os que choram”, não nos parece uma boa receita para o sistema, onde o imperativo é parecer feliz nas mídias sociais. O Evangelho subverte a lógica e valoriza o choro, porque chorar é humano, demasiado humano. No Reino de Deus há consolo para os que se permitem sentir a dor, aos que tem empatia pela dor do outro. Chorar não significa fraqueza ou vitimização, é a resposta do corpo a uma dor profunda na alma que deve ser respeitada e acolhida com amor pela comunidade.
Jesus sabia que a raiva também, era um sentimento humano e pede calma e serenidade na luta pela terra e pela sobrevivência. Muitos alimentam a raiva pelo sistema, porém essa não produz a felicidade. Pra ser feliz é preciso também uma dose de mansidão. Entretanto, ser manso não significa apatia frente as mazelas da sociedade, não é possível ser feliz indiferente as causas dos pobres, por isso ser feliz é ter fome e sede de justiça, porque no Reino de Deus serão saciados.
A satisfação dos desejos imediatos e materiais nunca será a fonte da felicidade, mas o desejo de uma vida digna para todas as gentes será, com certeza, satisfeito. Para isso, há de se ter uma pitada de misericórdia nesta receita para ser feliz. Os misericordiosos alcançarão misericórdia por que não sabemos o dia de amanhã, e todo ser humano carece de misericórdia sendo pobre ou rico. O critério está na pureza do coração. Pois Jesus disse: “onde está o seu tesouro ai está o seu coração”.
A felicidade do Reino nunca estará, apenas nas condições materiais da existência, mas, também numa subjetividade pautada no amor, na pureza e na misericórdia. São os puros de coração que verão a Deus e são os que promovem a paz que serão chamados filhos de Deus.
Jesus termina sua receita para a felicidade exaltando aqueles e aquelas que não fogem à luta e ,por decidirem viver uma vida diferente do sistema, são perseguidos e insultados e vítimas de “fake news”. O Mestre recomenda que fiquem contentes e alegres, duplamente felizes quando forem perseguidos, porque grande é a recompensa para todos os que se colocam a serviço do Reino de Deus.
Imagino que essa receita de Jesus não ganharia curtidas nas mídias sociais e nem seria compartilhada exaustivamente. Jesus como “coaching” não faria sucesso nos nossos dias, justamente porque o imperativo da felicidade, baseada na aparência e no consumo é o que traz sentido para uma sociedade hedonista e narcisista. Porém existem ainda os “loucos” n
deste mundo que sonham com uma sociedade mais humanizada e possível para todas as gentes. O Evangelho de Jesus nos leva a refletir em novas formas de humanidades e de sentidos para este mundo materialista e individualista e nos mostra que o caminho da felicidade não passa pela satisfação de desejos egoícos, mas está no encontro com o próximo, no desapego dos bens materiais, no serviço à comunidade e numa vida em santidade e amor.
A busca pela felicidade é um dado antropológico que acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos, dos filósofos mais antigos até os “coaching” dos dias atuais, o objetivo dos humanos é alcançar a satisfação dos seus desejos e, por conseguinte, encontrar a tal felicidade.
Como ser feliz em meio a tantas injustiças e desigualdades? Como ser feliz com tanta violência e ódio que se propagam como erva daninha? Como ser feliz vendo meninas e mulheres violentadas cotidianamente nesta sociedade patriarcal? Como ser feliz vendo as Casas de Rezas dos Guarani sendo queimadas pela intolerância religiosa? Como ser feliz sem ter o básico para se viver? Como ser feliz com um vírus mortal ceifando vidas lá fora? Como ser feliz?
Essas questões e muitas outras nos aparecem ao ler o capítulo cinco do Evangelho de Mateus, que nos traz um manual controverso para alcançar essa tal felicidade. Um manual que vai na contramão do esperado, pois coloca a felicidade no lugar e ao alcance, justamente dos despossuídos do sistema.
Quando Jesus se assenta sobre um monte, como o fez Moisés no passado, ele anuncia uma nova lei. São oito sentenças para a felicidade, número que aponta para um infinito de possibilidades de existências humanas baseadas no amor, na partilha e no serviço. São oito plaquinhas para pendurarmos em nossas casas, nos dias de hoje, para lembrarmos o que de fato é importante nesta realidade que nos leva à desenfreada lógica do consumo, como meio de encontrar satisfação.
Enquanto no mundo das aparências ser feliz é ter acesso a bens de consumo e atender aos desejos imediatos da existência material, Jesus nos apresenta um caminho mais radical e nada fácil para seguir. Penso que o Mestre não seria um bom “Coalching” nos nossos dias e não faria sucesso como “influencer” nas redes sociais com seu manual para ser feliz.
Ele inicia suas “dicas” de felicidade exaltando justamente aqueles que parecem os mais tristes, pois são os pobres, não só de bens materiais, mas os pobres de espírito que recebem a promessa de entrar no Reino de Deus. Ao colocar os pobres e despossuídos ao alcance da felicidade, Jesus contraria a lógica do sistema e apresenta uma nova forma de viver a Lei de Deus, onde os excluídos são colocados na primazia do Reino. Imagino que aquela multidão que seguia Jesus, era justamente esses pobres que encontravam no seu movimento, a possibilidade de uma vida em abundância, a partir de uma nova forma de viver a realidade, invertendo a lógica da felicidade imediatista do sistema e encontrando alegria na comunidade e na partilha. Aqui aprendemos que a “felicidade é zen, ninguém compra, ninguém rouba nem vende a ninguém”.
Com tantas receitas de bem estar e felicidade disponíveis dizer que “felizes são os que choram”, não nos parece uma boa receita para o sistema, onde o imperativo é parecer feliz nas mídias sociais. O Evangelho subverte a lógica e valoriza o choro, porque chorar é humano, demasiado humano. No Reino de Deus há consolo para os que se permitem sentir a dor, aos que tem empatia pela dor do outro. Chorar não significa fraqueza ou vitimização, é a resposta do corpo a uma dor profunda na alma que deve ser respeitada e acolhida com amor pela comunidade.
Jesus sabia que a raiva também, era um sentimento humano e pede calma e serenidade na luta pela terra e pela sobrevivência. Muitos alimentam a raiva pelo sistema, porém essa não produz a felicidade. Pra ser feliz é preciso também uma dose de mansidão. Entretanto, ser manso não significa apatia frente as mazelas da sociedade, não é possível ser feliz indiferente as causas dos pobres, por isso ser feliz é ter fome e sede de justiça, porque no Reino de Deus serão saciados.
A satisfação dos desejos imediatos e materiais nunca será a fonte da felicidade, mas o desejo de uma vida digna para todas as gentes será, com certeza, satisfeito. Para isso, há de se ter uma pitada de misericórdia nesta receita para ser feliz. Os misericordiosos alcançarão misericórdia por que não sabemos o dia de amanhã, e todo ser humano carece de misericórdia sendo pobre ou rico. O critério está na pureza do coração. Pois Jesus disse: “onde está o seu tesouro ai está o seu coração”.
A felicidade do Reino nunca estará, apenas nas condições materiais da existência, mas, também numa subjetividade pautada no amor, na pureza e na misericórdia. São os puros de coração que verão a Deus e são os que promovem a paz que serão chamados filhos de Deus.
Jesus termina sua receita para a felicidade exaltando aqueles e aquelas que não fogem à luta e ,por decidirem viver uma vida diferente do sistema, são perseguidos e insultados e vítimas de “fake news”. O Mestre recomenda que fiquem contentes e alegres, duplamente felizes quando forem perseguidos, porque grande é a recompensa para todos os que se colocam a serviço do Reino de Deus.
Imagino que essa receita de Jesus não ganharia curtidas nas mídias sociais e nem seria compartilhada exaustivamente. Jesus como “coaching” não faria sucesso nos nossos dias, justamente porque o imperativo da felicidade, baseada na aparência e no consumo é o que traz sentido para uma sociedade hedonista e narcisista. Porém existem ainda os “loucos” n
deste mundo que sonham com uma sociedade mais humanizada e possível para todas as gentes. O Evangelho de Jesus nos leva a refletir em novas formas de humanidades e de sentidos para este mundo materialista e individualista e nos mostra que o caminho da felicidade não passa pela satisfação de desejos egoícos, mas está no encontro com o próximo, no desapego dos bens materiais, no serviço à comunidade e numa vida em santidade e amor.
A busca pela felicidade é um dado antropológico que acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos, dos filósofos mais antigos até os “coaching” dos dias atuais, o objetivo dos humanos é alcançar a satisfação dos seus desejos e, por conseguinte, encontrar a tal felicidade.
Como ser feliz em meio a tantas injustiças e desigualdades? Como ser feliz com tanta violência e ódio que se propagam como erva daninha? Como ser feliz vendo meninas e mulheres violentadas cotidianamente nesta sociedade patriarcal? Como ser feliz vendo as Casas de Rezas dos Guarani sendo queimadas pela intolerância religiosa? Como ser feliz sem ter o básico para se viver? Como ser feliz com um vírus mortal ceifando vidas lá fora? Como ser feliz?
Essas questões e muitas outras nos aparecem ao ler o capítulo cinco do Evangelho de Mateus, que nos traz um manual controverso para alcançar essa tal felicidade. Um manual que vai na contramão do esperado, pois coloca a felicidade no lugar e ao alcance, justamente dos despossuídos do sistema.
Quando Jesus se assenta sobre um monte, como o fez Moisés no passado, ele anuncia uma nova lei. São oito sentenças para a felicidade, número que aponta para um infinito de possibilidades de existências humanas baseadas no amor, na partilha e no serviço. São oito plaquinhas para pendurarmos em nossas casas, nos dias de hoje, para lembrarmos o que de fato é importante nesta realidade que nos leva à desenfreada lógica do consumo, como meio de encontrar satisfação.
Enquanto no mundo das aparências ser feliz é ter acesso a bens de consumo e atender aos desejos imediatos da existência material, Jesus nos apresenta um caminho mais radical e nada fácil para seguir. Penso que o Mestre não seria um bom “Coalching” nos nossos dias e não faria sucesso como “influencer” nas redes sociais com seu manual para ser feliz.
Ele inicia suas “dicas” de felicidade exaltando justamente aqueles que parecem os mais tristes, pois são os pobres, não só de bens materiais, mas os pobres de espírito que recebem a promessa de entrar no Reino de Deus. Ao colocar os pobres e despossuídos ao alcance da felicidade, Jesus contraria a lógica do sistema e apresenta uma nova forma de viver a Lei de Deus, onde os excluídos são colocados na primazia do Reino. Imagino que aquela multidão que seguia Jesus, era justamente esses pobres que encontravam no seu movimento, a possibilidade de uma vida em abundância, a partir de uma nova forma de viver a realidade, invertendo a lógica da felicidade imediatista do sistema e encontrando alegria na comunidade e na partilha. Aqui aprendemos que a “felicidade é zen, ninguém compra, ninguém rouba nem vende a ninguém”.
Com tantas receitas de bem estar e felicidade disponíveis dizer que “felizes são os que choram”, não nos parece uma boa receita para o sistema, onde o imperativo é parecer feliz nas mídias sociais. O Evangelho subverte a lógica e valoriza o choro, porque chorar é humano, demasiado humano. No Reino de Deus há consolo para os que se permitem sentir a dor, aos que tem empatia pela dor do outro. Chorar não significa fraqueza ou vitimização, é a resposta do corpo a uma dor profunda na alma que deve ser respeitada e acolhida com amor pela comunidade.
Jesus sabia que a raiva também, era um sentimento humano e pede calma e serenidade na luta pela terra e pela sobrevivência. Muitos alimentam a raiva pelo sistema, porém essa não produz a felicidade. Pra ser feliz é preciso também uma dose de mansidão. Entretanto, ser manso não significa apatia frente as mazelas da sociedade, não é possível ser feliz indiferente as causas dos pobres, por isso ser feliz é ter fome e sede de justiça, porque no Reino de Deus serão saciados.
A satisfação dos desejos imediatos e materiais nunca será a fonte da felicidade, mas o desejo de uma vida digna para todas as gentes será, com certeza, satisfeito. Para isso, há de se ter uma pitada de misericórdia nesta receita para ser feliz. Os misericordiosos alcançarão misericórdia por que não sabemos o dia de amanhã, e todo ser humano carece de misericórdia sendo pobre ou rico. O critério está na pureza do coração. Pois Jesus disse: “onde está o seu tesouro ai está o seu coração”.
A felicidade do Reino nunca estará, apenas nas condições materiais da existência, mas, também numa subjetividade pautada no amor, na pureza e na misericórdia. São os puros de coração que verão a Deus e são os que promovem a paz que serão chamados filhos de Deus.
Jesus termina sua receita para a felicidade exaltando aqueles e aquelas que não fogem à luta e ,por decidirem viver uma vida diferente do sistema, são perseguidos e insultados e vítimas de “fake news”. O Mestre recomenda que fiquem contentes e alegres, duplamente felizes quando forem perseguidos, porque grande é a recompensa para todos os que se colocam a serviço do Reino de Deus.
Imagino que essa receita de Jesus não ganharia curtidas nas mídias sociais e nem seria compartilhada exaustivamente. Jesus como “coaching” não faria sucesso nos nossos dias, justamente porque o imperativo da felicidade, baseada na aparência e no consumo é o que traz sentido para uma sociedade hedonista e narcisista. Porém existem ainda os “loucos” n
deste mundo que sonham com uma sociedade mais humanizada e possível para todas as gentes. O Evangelho de Jesus nos leva a refletir em novas formas de humanidades e de sentidos para este mundo materialista e individualista e nos mostra que o caminho da felicidade não passa pela satisfação de desejos egoicos, mas está no encontro com o próximo, no desapego dos bens materiais, no serviço à comunidade e numa vida em santidade e amor.
*Pastora , Teóloga feminista, integra o CEBI d e Dourados-MS