via Devocionário Semente de Esperança*
“Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês atravessam os mares e viajam por todas as terras a fim de procurar converter uma pessoa para a sua religião. E, quando conseguem, tornam essa pessoa duas vezes mais merecedora do inferno do que vocês mesmos.” (Mateus 23.15)
A Igreja prega a privatização da salvação, não apontando que a conversão e a fé em Jesus Cristo conduzem automaticamente para dentro do processo histórico coletivo da construção do Reino de Deus, em oposição ao reino do mundo, o capitalismo, instrumento do diabo.
A pregação da Igreja normalmente não aponta que a fé nos conduz para dentro do processo coletivo de luta por justiça e paz (Romanos 14.17), como consequência da salvação. Privatizando a salvação, a Igreja ilude as pessoas fazendo-as crer que basta dizer: Eu tenho Jesus no coração e estou salvo. Mas não aponta para os consequentes frutos da fé em Jesus Cristo, que são a luta coletiva contra o capitalismo, através do Movimento Popular, Sindical e Partidos Políticos, que lutam com os empobrecidos por justiça e paz.
Se não houver engajamento no processo histórico da luta de classes para acabar com o capitalismo, a partir da salvação que Deus já nos concedeu de graça pela fé, então não houve conversão e nem salvação, e a pessoa se auto ilude achando estar salva.
A Igreja, com a pregação criminosa da privatização da salvação, joga as pessoas no inferno.
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Texto de Günter Adolf Wolff, de Palmitos/SC para o Devocionário Semente de Esperança 2018. Publicado por Pastoral Popular Luterana e editora Sinodal.