A obra coletiva “Memórias ecumênicas protestantes”, organizada pelo cientista da religião Zwinglio Dias, vinculada ao Projeto Marcas da Memória, do Ministério da Justiça, é uma contribuição singular à historiografia do período da ditadura civil-militar. Trata-se de um conjunto de análises e de testemunhos coligidos, conformando uma narrativa de experiências de um protestantismo bastante desconhecido da população brasileira, em especial dos próprios evangélicos.
A abertura é um estudo de José Bittencourt Filho que contextualiza o protestantismo libertário e ecumênico dos anos 1950, 1960 e as agruras que vieram a atingir significativos setores juvenis das igrejas protestantes. Segue ao estudo um conjunto de testemunhos, que relatam em primeira pessoa os engajamentos, as perseguições e os processos de enfrentamento do duplo terrorismo, o do Estado e o das igrejas. Este miolo é um acervo documental para que as gerações de pesquisadores possam fazer interpretações das trajetórias protestantes libertárias, na defesa dos direitos humanos e da democracia, durante a ditadura civil-militar brasileira.