Joanita Apinajé
Diante das ameaças aos direitos indígenas e aos seus territórios, pelas inúmeras ofensivas dos donos do capital e do latifúndio, que continuam fazendo vitimas para roubar as terras e devastá-las em nome de um falso desenvolvimento econômico, que só trás dor, sofrimento e morte para os povos da terra.
Frente ao avanço destes projetos de morte, que tem como centro e pivô o PDA-MATOPIBA, que avança aceleradamente com sua destruição, acabando com o Cerrado, seus rios e riquezas naturais.
O CIMI Goiás/Tocantins na sua XXII Assembleia Regional celebrada de 10 a 12 de agosto, na chácara Dona Olinda, na cidade de Araguaína-To, reafirma seu compromisso em defesa da vida dos povos indígenas e dos seus territórios, nesta atual conjuntura, que é, mais do que nunca, contrária aos direitos constitucionais dos povos originários. Principalmente pelas proposições legislativas que tramitam no Congresso nacional, assim como também de leis estaduais que ameaçam o Cerrado, isentando de licenciamento ambiental os projetos implementados no estado do Tocantins, como a Lei 2.713/2013.
Manifestamos nosso incondicional apoio às lutas pela demarcação de seus territórios, na preservação de suas culturas e espiritualidades como fontes de sabedoria, resistência e teimosia na construção do Bem Viver.
Questionamos a precariedade das políticas públicas que são implementadas nos povos indígenas, que não respeitam á diversidade cultural e organização social de cada povo, e com sua omissão e falta de profissionalismo, provoca sofrimento e dor nas comunidades indígenas.
Expressamos nosso repúdio à implementação do PDA-MATOPIBA, que é a morte para o Cerrado e seus povos. Este plano será o acirramento dos conflitos fundiários no estado do Tocantins, trazendo o aumento de violências e morte no campo.
Como sinal de que o MATOPIBA já está semeando o conflito e a morte no campo, denunciamos a morte do Luis Jorge de Araujo, da Comunidade Boqueirão, no município de Wanderlândia, que foi assassinado no dia 05 de agosto.
Solidarizamos-nos à família do nosso irmão e pedimos justiça e punição aos assassinos.
A resistência, teimosia e sabedoria dos povos indígenas nos fortalecem para continuar firmes no nosso compromisso com a causa indígena e com todas as causas do Reino, na defesa da nossa casa Comum.
Acreditamos que somando as nossas lutas e sonhos dos nossos irmãos do campo e da cidade, faremos brotar o direito e a justiça para todos os povos. E inspiradas no Magistério da Igreja, continuaremos a reafirmar na nossa missão de sermos “Igreja advogada da justiça e defensora dos pobres, acreditando que se não há esperança para os pobres, não haverá para ninguém.” (cfr. DA 395).