O ocorrido em Orlando, o maior já registrado em um único dia e lugar, nos causa profunda indignação e nos convida a intensificarmos nossa luta pelos direitos humanos, inclusive o direito à livre orientação sexual das pessoas LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres transexuais, homens trans e interssex), pois entendemos que a garantia desses direitos é fundamental para a construção de sociedades diversas, justas e plurais.
À medida que se avança em direitos e visibilidade da população LGBTI pelo mundo – descriminalização de práticas homoafetivas, reconhecimento do nome social, união civil, adoção de crianças e adolescentes, cirurgia de redesignação sexual de mulheres transexuais e homens trans –, alguns setores que, historicamente, sempre controlaram os bens de serviço e consumo com o auxílio de grupos conservadores e fundamentalistas da sociedade, pautados por ideologias excludentes e discriminatórias que objetivam a manutenção de seus privilégios econômicos e religiosos e de uma sociedade heteronormativa, não aceitam esses novos arranjos familiares, culturais, históricos e sociais, agindo com ódio contra a orientação sexual e identidade de gênero dessas populações.
A Abong repudia veementemente toda e qualquer manifestação de ódio e violência contra a população LGBTI e se posiciona a favor:
– da livre manifestação pública de amor e afeto;
– do uso de nome social;
– das cirurgias de redesignação sexual;
– do atendimento social, educacional e de saúde com o objetivo de criar uma cultura de aceitação e solidariedade à população LGBTI;
– do direito a uma educação integral e ampla sobre sexualidade;
– da garantia legal e social e de medidas protetivas e educativas que visem o fim de todo tipo de violência contra as pessoas LGBTI.
Brasil, 16 de junho de 2016.
Abong – Organizações em Defesa dos Direitos e Bens Comuns