A pesquisa também revela que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado o melhor presidente que o país já teve, avaliação de 45% dos entrevistados. Fernando Henrique Cardoso aparece em segundo, com 15%. O presidente da CUT, Vagner Freitas, acredita que a pesquisa mostra que os brasileiros estão divididos em relação ao processo de impeachment.
Para a grande maioria dos brasileiros (58%), o Golpe de Estado em curso no Brasil não é a solução para os problemas econômicos e políticos do país. Apenas 35% acham a cassação do mandato da presidenta Dilma Rousseff resolve os problemas.
A pesquisa também apontou que, embora 57% dos entrevistados sejam a favor do impeachment, 50% acreditam que a oposição está sendo oportunista e se aproveitando do desgaste do governo para tirar Dilma do poder, sem pensar que isso pode aumentar as dificuldades do Brasil. Também chama atenção o alto índice de reprovação ao vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), líder do golpe. 61% dos entrevistados avaliam Temer negativamente e, para 49% dos entrevistados, o processo de impeachment que está tramitando no Congresso Nacional é vingança do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados.
Já o ex-presidente Lula, apesar do massacre midiático que vem sofrendo nos últimos meses, continua sendo avaliado como o melhor presidente que o Brasil já teve. Essa é a avaliação de 45% dos entrevistados. Em fevereiro esse índice de 40% e em dezembro de 2015, de 44%. O segundo colocado é FHC, com 15%.
Para o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, os resultados da pesquisa mostram que os brasileiros estão absolutamente divididos quanto ao processo de impeachment e sabem que as questões mais importantes para a classe trabalhadora, como reaquecimento da economia e geração de emprego e renda não serão resolvidas pelos golpistas. Muito pelo contrário, vão piorar.
“Numa sociedade democrática, sem apoio social, nenhum deputado ou senador embarcaria na aventura de cassar o mandato de uma presidenta eleita democraticamente que não cometeu nenhum crime.” Para Vagner, os/as trabalhadores/as e a sociedade em geral, querem mudanças na agenda da economia, geração de emprego decente, manutenção de programas sociais e não propostas como as que vêm sendo feitas pela oposição, como acabar com a valorização do salário mínimo e a reforma da previdência. “A turma do Temer só fala em arrocho salarial e sacrifício para a classe trabalhadora. E isso os trabalhadores não vão concordar nunca.”
A pesquisa CUT/Vox Populi mostra que a divisão dos brasileiros em torno da possível cassação do mandato de Dilma não está apenas nos que são pró e contra o impeachment ou quanto aos benefícios ou prejuízos do golpe para o Brasil, para a classe trabalhadora e toda a sociedade. Os brasileiros estão divididos também quanto ao oportunismo dos parlamentares, quanto ao comportamento do “quanto pior melhor”, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) adotou desde que perdeu as eleições no ano passado e quanto à insegurança sobre o futuro do país.