Em manifesto público, a IPDM pede que a população fique atenta às verdadeiras vias de informação e justiça e condena o vazamento seletivo de informações nos processos de investigação que envolvem suspeitos e réus de várias vertentes políticas, na Operação Lava Jato. Critica a tentativa de se fazer sensacionalismo visando a promover "um ou outro herói da nação”.
"Indicamos o fortalecimento, nas ruas, das frentes nacionais de mobilização do povo, conhecidas como Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, bem como a 25ª Caravana dos Movimentos Sociais da Zona Leste para Brasília. É por aí que lutaremos pela igualdade de mulheres, negros, indígenas e pobres, por efetivação da educação, saúde, emprego e investimentos, em avanços socioeconômicos que respeitem a terra, as brasileiras e os brasileiros”, defende o IPDM.
Após a reunião do seu Conselho Permanente, nos últimos dias 08 a 10 de março, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta-se, com preocupação, sobre o 'grave momento' político pelo qual passa o país. Em nota, a entidade afirma que "vivemos uma profunda crise política, econômica e institucional que tem como pano de fundo a ausência de referenciais éticos e morais, pilares para a vida e organização de toda a sociedade”. De acordo com a CNBB, "o momento atual não é de acirrar ânimos. A situação exige o exercício do diálogo à exaustão. As manifestações populares são um direito democrático que deve ser assegurado a todos pelo Estado. Devem ser pacíficas, com o respeito às pessoas e instituições. É fundamental garantir o Estado democrático de direito”.
Ressaltando a importância do diálogo, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) declara, também em nota, que o diálogo é "um dos componentes imprescindíveis para que a democracia cresça e floresça” e lembra que a democracia foi conquistada "a duras penas”, no Brasil. "Diálogo é a interação entre pessoas através da palavra. Porém, acompanhando as notícias em nosso país, hoje, fica-se com a nítida impressão de que estamos desaprendendo a dialogar. Há um clima de crescente tensão. Em lugar da palavra, são colocados gritos, empurrões. Cresce o confronto a qualquer custo. Será que estamos esquecendo o que conquistamos a duras penas? Cansamo-nos da bendita oportunidade de viver a democracia que se constrói com diálogo?”, questiona.
Já para a Igreja Episcopal Anglicana, as investigações de corrupção devem ser enfrentadas com a lei e somente dentro dela, sem interferência de segmentos empresariais, e a exarcebação de ânimos não deve ultrapassar os limites das liberdades constitucionais, nem devem sofrer recuo. "Interesses corporativos de órgãos da grande mídia não podem e não devem ser ideologicamente seletivos e nem condenar, a priori, ninguém por causa de seu perfil ideológico. A tentativa de desqualificar pessoas, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem provas concretas, bem como outras pessoas com perfil político mais à esquerda, é uma nítida estratégia corporativa, que não ajuda no processo de esclarecimento da verdade. Apenas acentua o caráter político e agrava a tensão no meio da sociedade”, declara a instituição.
Diante do que chama de ‘polarização estimulada por uma mídia partidarizada e tendenciosa’, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) exorta o povo brasileiro a expressar, pacificamente, sua opinião e posição sobre o momento, e evitar o incentivo e a prática de qualquer tipo de violência e ilegalidade. "Precisamos, antes de tudo, preservar a nossa jovem democracia, o Estado de direito e as conquistas sociais que a sociedade brasileira alcançou nos últimos anos", defendeu.