No primeiro sábado de cada mês, entre 40 a 50 pessoas reúnem-se na congregação El Redentor, da Igreja Evangélica Luterana na Colômbia (IELCO), em Bogotá. Todas elas têm uma coisa em comum: são portadoras ou parentes de pessoas portadoras do vírus HIV/Aids.
No grupo "Caminhando Unidos", que existe há dez anos, essas pessoas, independente de gênero ou religião, procuram apoio e assistência. "Esforçamo-nos para alcançar discriminação zero e por isso podemos atingir o objetivo zero de novas infecções em nossas comunidades", disse a coordenadora desse trabalho, RosMary Rincón.
As atividades da ILCO nesse campo consistem em informar como evitar o HIV/Aids, incentivar pessoas portadoras do vírus a viver com dignidade e buscar os seus direitos, incrementar redes locais, nacionais e internacionais que tratem do tema.
A congregação El Redentor faz escola. Outras igrejas estão buscando o apoio da ILCO para também introduzir grupos afins. Estima-se que na Colômbia vivam 190 mil pessoas portadoras do HIV, a maioria mulheres vulneráveis que se encontram em estado de pobreza, enfrentaram algum tipo de violência e têm acesso limitado à atendimento sanitário.
Dados recolhidos em 2011 e 2012 mostram que 84% das vítimas de violência sexual, psicológica, afetiva são mulheres e 16% são homens. "A impunidade desses crimes é de 98%", disse Rincón, o que os transforma em casos invisíveis. As pessoas temem em denunciá-los.