Reflexão do Evangelho de João 17,1-11
O texto de Jo 17, 1-11 é chamado de oração da despedida, ou também oração sacerdotal de Jesus. Inicia-se com Jesus rezando a Deus. Havia chegado a hora. A sua glorificação traria a vida eterna a todos que o conhecesse.
O Evangelho de João é diferente dos Sinóticos em tema, ênfase teológica, estilo literário e vocabulário. É mais filosófico, pois apresenta Jesus como o Logos “(Palavra)” de Deus e a luz do mundo.
A comunidade descrita no evangelho de João estava passando por conflitos e perseguições. Foram expulsos da sinagoga após a destruição do templo de Jerusalém, pois para os judeus as afirmações sobre Jesus e sobre o Espírito, soavam como politeísmo e negação dos fundamentos do judaísmo, com a fé monoteísta e obediência à Lei Mosaica, os cristãos são obrigados a sair da Palestina e a instalar-se na Ásia Menor.
Momento antes de sua prisão, Jesus em tom de despedida, reza em uma conversa íntima com Deus, faz uma prece. E além de pedir para si, Jesus também pede por seus discípulos explicitando sua preocupação com o meio no qual eles terão que realizar a missão dando continuidade ao projeto de Deus.
O “mundo” perverso, que no texto representa o Império romano e os líderes judeus, são contra a prática libertadora de Jesus. A palavra mundo, em sentido amplo equivale aos homens na terra, em sentido restrito aponta o sistema hostil a Deus e a Jesus, ou seja, é a sociedade que rejeitou o projeto de vida para todos, pois o mundo não se solidarizou com a prática de Jesus, pelo contrário, encomendaram sua morte.
Na oração Jesus deixa transparecer a sua preocupação com a comunidade que recebe e reconhece a sua unidade com o Pai. E pede a proteção para que essas comunidades vivam o projeto de unidade sendo sinal de luz para o mundo, dando testemunho do amor de Deus pelos homens.
A unidade é experimentada enquanto colocavam o amor como base em suas relações, o que fazia essas comunidades de periferia sem poder e excluídas do sistema, serem procuradas por aqueles que viviam à margem da sociedade, tornando-se resistência.
Vivenciar atualmente o jeito amoroso dessas comunidades é um grande desafio. Após conturbado cenário político que instigava a violência, recolhemos os cacos do ensinamento cristão. A resistência não esmoreceu, e a passos miúdos se movimenta e se articula para viver e deixar transparecer o poder-serviço entre os que estão no mundo.
Dentro do plano de Deus o que vale é o fortalecimento da missão em unidade com aquelas e aqueles que reconhecem o Pai. O tempo é breve, viemos do Pai e para ele voltaremos. Nossa missão é fazer com que seja reconhecido entre nós.
Marisa Pinto – Coordenadora do Sub-Regional Rosângela – Duque de Caxias – RJ
Toninha – Coordenadora do Sub-Regional Nova Iguaçu – RJ
Claudia L.B. Guimarães – Representante do CEBI RJ na Articulação da Região Sudeste