Por trás das cortinas, o presidente Michel Temer deu o primeiro passo para a retomada das atividades da mineradora Samarco nesta semana, durante reunião em Brasília.
Organizada pela CNI, o presidente encontrou Marcus Guerra, presidente do Sistema Findes, que levou uma extensa lista de demandas da indústria “para o desenvolvimento econômico do Espírito Santo”. Entre elas, a necessidade de retomar a atividade da Samarco, empresa responsável pela tragédia em Mariana, em Minas Gerais, após queda da barragem.
Segundo a Folha de Vitória, o empresário disse que “o presidente já conhecia sobre o assunto e garantiu se empenhar para que a empresa volte a produzir, pois ele entende que a Samarco tem um compromisso com as populações atingidas com o desastre de Mariana e que, para honrá-lo, precisa retomar suas atividades”.
Dias depois, foi a vez do Ministro de Minas e Energia tornar o assunto público, defendendo a volta da mineradora. Segundo Fernando Coelho Filho, os próprios estados e cidades atingidas pelo rompimento da barragem da Samarco “têm o desejo de que a empresa volte a operar”.
“Estamos falando de milhares de empregos, milhares em arrecadação em um momento de extrema dificuldade. Eu particularmente defendo que, respeitando as normas do meio ambiente e os compromissos assumidos pela empresa, eu não vejo nenhuma dificuldade, pelo contrário, posso até ajudar, para que a empresa retome as suas atividades”, disse o ministro, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Tudo isso foi feito por trás das cortinas, e o processo de retomada da mineradora deve seguir o mesmo padrão, sem qualquer estardalhaço nos grandes meios de comunicação.
A Samarco ainda estuda a reutilização do Vale do Fundão, área de Mariana onde a barragem se rompeu, como reservatório de rejeitos de minério.
Segundo o ministro, não existe um prazo pré-estabelecido. Porém, trata-se de uma questão que havia sido debatida entre Michel Temer e o presidente do Sistema Findes. A retomada da empresa deve ocorrer após o período eleitoral e provavelmente no próximo ano, meses depois do aniversário da tragédia.