O Evangelista Marcos traz para nós, no cap.9, v.v 30-37, aspectos da vida rotineira de Jesus com os seus discípulos, onde eles viviam se deslocando, ora para Galileia, ora para Cafarnaum.
Jesus era um caminhante, levando a Boa Nova, ou seja, Ele mesmo.
Em um desses momentos, Jesus anuncia a sua Paixão, Morte e Ressurreição (Mc 9,30-32). Os seus discípulos, mesmo caminhando com Ele — ouvindo-o sempre, não entendiam o que o Mestre falava; e também não tinham coragem de perguntar sobre o que viria a ser : O Filho do Homem seria entregue às mãos do homem. Os discípulos jamais entenderiam que o Mestre morreria na cruz — Cruz que era designada à morte de ladrões e assassinos, à época de Jesus.
Tudo muito confuso para os seguidores de Jesus, que deixaram suas casas, seus trabalhos, suas famílias. Seguiram o Jesus de Nazaré, que atraia multidões e era admirado pelas suas curas e ensinamentos (Mt 7, 28;13, 54).
Jesus sempre anunciou que morte morreria, pois a forma como Ele anunciava a Palavra de Deus, pregando a justiça e o amor a todas as criaturas, incomodando ao sistema político e religioso de seu tempo; e denunciando as injustiças, a opressão que os poderosos usavam para com os pobres, as mulheres, as crianças e os demais excluídos.
Nessa caminhada rumo a Cafarnaum, Jesus percebeu que havia uma discussão entre os seus discípulos, a ponto do Mestre, ao chegar em casa, fazer a seguinte pergunta: “sobre o que discutieis no caminho”? (Mc 9, 33). Mais uma vez eles não responderam. Jesus sabia o que se passava no coração deles e o motivo da discussão, pois os discípulos almejavam o primeiro lugar, até porque, para eles, o Mestre iria assumir um posto de alto escalão pela sua popularidade — e daí surgi a pergunta: Quem será o Maior?Jesus, que sempre andou na contra mão do sistema autoritário, diz que “O primeiro tem que ser o último”. Como assim?! Para ser o primeiro, tem que servir? Sim! Sim, servir ao próximo sem acepção de pessoas.
Lembro aqui do Bom Samaritano (Lc 10, 33-35).
Os filhos de Zebedeus, certa vez pediram a Jesus os primeiros lugares (Mc 10, 37). Mas Jesus vai além: pega uma criança, que estava em sua casa, certamente junto com seus pais para ouvir a pregação do mesmo, e para a surpresa dos seus seguidores, diz que todos precisam serem iguais a uma criança; e quem receber uma criança em seu nome é a Ele que está recebendo — e quem o recebe, recebe quem o enviou. (Mc 9, 36-37). Imaginemos a cara dos discípulos. Ao invés de Jesus os citarem como aqueles que iriam em seu nome, relata uma criança que à época nem contada era nas estatísticas do sistema governamental e político, nem religioso. Jesus nos deixa a mensagem de humildade, de docilidade, de pureza e, acima de tudo, de amor, sem ódio, sem rancor, conforme a índole de uma criança.
Para uma reflexão, deixo a canção de Pe. Zezinhov “Amar como Jesus amou”.
Leodiceia Lopes.
CEBI Lajes – Pintadas/RN