Reflexão do Evangelho

E a criança será Bendita, Ela nascerá do Povo!

Somos convidadas e convidados a refletir e celebrar, o terceiro Domingo do Advento. O Evangelho que nos ajuda e motiva a viver esse tempo de espera, é Mateus.

O Evangelho de Mateus em sua forma atual, ficou pronto provavelmente entre os anos 85-90. Tradicionalmente, é atribuído a Mateus, que teria sido o primeiro a organizar as “Palavras e Gestos de Jesus” (CEBI,2008).

O chão para a qual esse Evangelho foi escrito, são as comunidades judaico-cristãs do norte da Galileia e sul da Síria, provavelmente para os judeus, que haviam sido expulsos do templo, pelas autoridades do judaísmo, pois esses grupos, acolhiam Jesus de Nazaré, como o Messias prometido.

Foi nesse contexto que se passaram as histórias contadas e organizadas por Mateus. Numa época de profunda opressão política, por parte do Império Romano, que perseguia os seguidores de Cristo, e levava a um clima de intolerância entre judeus e cristãos, ao ponto de gerar divisão entre esses dois grupos. Se parece um pouco com o nosso contexto atual, onde a intolerância tem motivado atos de violência e rupturas entre amigos e até familiares.

João Batista, um dos personagens que aparece nessa narrativa, é vítima desse tempo. Preso por sua coerência com o projeto de Deus, baseado na dignidade e inclusão de todas as pessoas, excluídas pelo sistema opressor e injusto, que imperava naquela época. João era uma liderança que motivava a fé e a esperança do povo das comunidades, anunciando a chegada de um Messias.

Em seu cárcere, João envia alguns de seus discípulos até Jesus, com essa pergunta: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” Mt 11, 3. Essa pergunta de João remete a dúvida e a insegurança, e são típicas da condição humana. Em meio as incertezas da vida, é fácil termos medo e não enxergarmos os sinais que nos são dados.

A resposta de Jesus, aparece nos os versículos 4 e 5: “Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Notícia”. Essas palavras, ditas por Jesus e que serão devolvidas a João por meio de seus enviados, revelam os sinais de esperança presentes na vida do povo, que tem suas vidas transformadas e que experimentam a presença viva do Messias.

Esses grupos eram as excluídas e os excluídos, numa sociedade que não garantia espaço para os considerados pecadores, improdutivos, doentes, um verdadeiro fardo social. O messianismo de Jesus se manifesta, por meio daqueles e daquelas que passam a ter esperança de viver com dignidade.

Após a partida dos discípulos, Jesus pergunta a multidão que continuava a ouvi-lo falar a respeito de João: “O que vocês foram ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas aqueles que vestem roupas finas, moram em palácios reais”, Mt 11,8.

O Messias esperado será encontrado entre o povo. O cancioneiro popular nos afirma “E o Rei será Bendito, Ele nascerá do povo”. Jesus reforça a grandeza de João, como aquele que prepara a vinda do Messias, anunciando ao povo a Boa Nova, mas deixa claro que “o menor do Reino do Céu, é maior do que João Batista”, Mt 11,11. Iremos encontrar o Messias e os seus sinais entre os marginalizados e marginalizadas, que não são vistos usando roupas finas ou desfilando pelos centros de poder, mas entre os que sofrem perseguições, são vítimas da violência moral e física, nos desempregados/as, nos empobrecidos/as por um sistema político e econômico que provoca cada vez mais desigualdades. Essas pessoas não estão nos palácios, e sim, nas periferias das cidades e do campo. Jesus coloca os excluídos no centro e não a margem!

Nesse tempo de espera, que a gente se permita perceber os sinais, e reconhecer o Messias nas obras que geram a justiça, a vida e a dignidade humana conforme é cantado no Salmo 146,

“Javé liberta os prisioneiros. Javé abre os olhos dos cegos. Javé endireita os encurvados. Javé ama os justos. Javé protege os estrangeiros. Javé sustenta o órfão e a viúva”.

Que os ventos do Advento passem por nós, promovendo uma transformação interna e externa, fortalecendo a nossa fé e nossa esperança na certeza de que dias melhores virão para toda coletividade.

Roneide Braga Santos

Advento/2022.

 

Referências

CEBI. Introdução Geral aos Evangelhos: Evangelhos de Marcos e Mateus. Roteiros para reflexão VII. São Paulo, 2008. Paulus.

A Bandeira do Divino. Composição de Ivan Lins e Vitor Martins, 1978.

Quem sou?

Sou Roneide Braga Santos, do CEBI/Go. Historiadora, trabalho como professora de História e Sociologia da Rede Estadual de Educação em Goiás. Nasci e moro na cidade de Anápolis. Sou casada e mãe da Mariana.

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