Do Fracasso à Missão: Encontros com o Ressuscitado nas Águas do Cotidiano

Clique no link e ouça a reflexão em áudio: https://creators.spotify.com/pod/show/cebi-nacional/episodes/042—Encontros-com-o-Ressuscitado-nas-guas-do-Cotidiano-e3272qq


Conforme pesquisadores,  o cap. 21 do evangelho de  Joao é uma construção posterior ao texto feito pelo evangelista pois a comunidade queria enfatizar o papel de Pedro naquela vida eclesial nascente.

Queremos destacar quatro  pontos do evangelho deste domingo:

  1. Os discípulos voltaram a pescar e, no mar de Tiberíades. Passam a noite pescando sem terem sucesso.

Parece que querem deixar para trás,  toda a convivência e proposta de Jesus, é um voltar à vida que tinham antes. Mas, embora fossem profissionais da pesca: não pescaram nada a noite inteira –   “viveram uma noite sem frutos”

É  como se o autor quisesse mostrar que não dá para voltar ao passado,  como se já não tivessem sido transformados por Jesus!

  1. Jesus aparece e inicia o diálogo chamando-os de modo carinhoso – eles não o reconhecem e, Jesus manda-os jogarem a rede. Interessante os profissionais da pesca não terem questionado aquele forasteiro! E, graças a isto, ao amanhecer, conseguiram o resultado almejado: com Jesus clareia-se tudo e, surgem os frutos.
  2. Jesus, apareceu, tomou a iniciativa do diálogo e, ainda preparou uma refeição para os seus. O texto mostra que, embora houvesse pedido algo pra comer, Jesus preparou a refeição sem utilizar os peixes daquela pescaria. Alguns pesquisadores veem nesse texto, a presença eucarística: Pão e Peixe, Jesus que se dá como alimento aos seus.
  3. A pessoa de Pedro. Embora tenha sido ele quem motivara os outros a voltarem a pescar, foi ele quem por primeiro atirou-se mar, ao ouvir o discípulo dizer que aquele na praia, era Jesus. Pedro nada pra chegar logo até Jesus, depois ajuda a puxar a rede com os 153 grandes peixes.

Antes de adentrar no seu diálogo com Jesus, recordo o que alguns Santos disseram sobre este número: São Jerônimo diz que simboliza a totalidade, porque na época seria esse o número dos peixes conhecidos até então. Santo Agostinho vai dizer da Plenitude que este numero representa e, São Cirilo de Alexandria relaciona-o à totalidade da criação, somando  o três da Trindade, o 50 seria referente ao Povo de Israel e, 100, aos outros povos = 153. Seja como for, o autor faz questão de colocar um número simbólico e  expressivo, pois, para profissionais da pesca que trabalharam a noite toda sem pecar nada.

  1. No diálogo de Jesus com Pedro, tem-se o ponto auge da narração, em que Jesus o chama pelo nome antigo. Alguns vão dizer que Jesus perguntou três vezes porque Pedro o teria negado três vezes anteriormente, já outros preferem um estudo literário, porque Jesus pergunta com o termo “ágape” e, Pedro responde primeiramente com “filos”. Isto mostraria que o amor em que Jesus fala, é sinonimo de oblaçäo, doação.. enquanto o que Pedro responde é sinônimo de companheirismo. Embora a maioria das Bíblias não traduzem essa diferença, ela é significativa. Afinal, só depois da terceira pergunta é que Pedro dá uma resposta diferente, afirmando que Jesus sabe de tudo! Enfim, Pedro é confirmado na missão e, no futuro, vai ser conduzido aonde ele não quer ser conduzido. É como se o texto quisesse mostrar as limitações do amor da pessoa humana que segue a Jesus.

Diante desses 4 pontos, o autor propicia que nos perguntemos:

  1. Quando eu senti o cuidado do Ressuscitado que preparou-me “uma refeição “ diante das minhas “noites” de labuta?
  2. Como é meu amor, minha doação ao Ressuscitado?

Abraço com ternura, do irmão Jacaúna
CEBI-DF

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