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Estive em Situação de Rua e me Acolheste

Fazendo ecoar o Dia mundial da justiça social, partilhamos a reflexão sobre pessoas em situação de rua elaborada pelo Reverendo Pilato Pereira. Este material faz parte da assinatura do CEBI, entre em contato pelo Whatsapp: 51 99734-4518 e receba a revista Por Trás da Palavra.


Enquanto me concentro para o encontro com Deus aqui dentro do templo 

Deus vem andando pela rua e me distrai

Enquanto me silencio para o encontro com Deus aqui dentro do templo

Deus grita do lado de fora e me desconcentra 

Enquanto preparo a ceia para o encontro com Deus aqui dentro do templo

Deus passa na rua faminto, pedindo o pão que sobrou de ontem

Enquanto contemplo o Corpo de Cristo, na Eucaristia, aqui dentro do templo

Jesus surge na rua em completo abandono com seu corpo ferido, maltratado, ofendido, exposto, desrespeitado, humilhado, adoecido, estampando a humanidade em dor.

 

Parafraseando o texto do Evangelho de Jesus, segundo São Mateus 25. 31-46, Nosso Senhor se coloca no lugar de uma pessoa em situação de rua que é acolhida e atendida nas suas necessidades, como sinal da Justiça do Reino. As pessoas em situação de rua passam fome e sede e são privadas da cidadania plena. E, nelas, o próprio Jesus se aproxima de quem pode entender, atender e acolher, dando de comer e de beber e recebendo em sua casa a pessoa, cuja cidadania foi negada e se sente como estrangeira, na própria pátria. Dar de comer e beber, neste caso, é mais do que dar uma “esmola”. Receber na própria casa, a pessoa tida como estrangeira, é dar-lhe dignidade plena, é tratar como irmã, como cidadã. 

Por outro lado, em Mateus 25. 31-46, Jesus também deu um recado forte aos que se negam a dar de comer e receber a pessoa estrangeira, aos que não se importam em vestir quem está sem roupas ou visitar pessoas enfermas, ou prisioneiras. Jesus garante que todas às vezes que “um desses pequeninos” não tenha sido servido dignamente, o próprio Cristo foi a vítima do abandono e do descaso. Assim, a justiça do Reino de Deus se realiza quando acontece a prática do amor para com quem mais precisa.

Percebendo como Jesus tratou com tamanha importância o ato de acolher e servir quem passa fome, podemos percorrer nas Sagradas Escrituras inúmeras situações para nos instigar na luta por direitos, justiça e dignidade para com as pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social e econômica. Do começo ao fim, a Bíblia instiga-nos para a prática da justiça e do amor. Além de nos ensinar a repartir os dons, a Palavra de Deus nos mostra o caminho para não romper com a harmonia de vida. Hoje temos a difícil missão de restaurar a dignidade humana, edificar a justiça e corrigir a desigualdade, porque desobedecemos a Palavra que sempre nos orientou para a equidade e o respeito com os dons da outra pessoa. 

No capítulo 19 do Levítico, quando Deus, por meio de Moisés, pede testemunho de santidade para o seu povo, coloca como ponto de partida o respeito para com a outra pessoa. Pois, “quem oprime o fraco ofende a Deus, mas quem se compadece do indigente honra o Criador.” (Provérbios 14.31) Nisso consiste o papel da religião, que não é apenas o de congregar pessoas para suas liturgias, mas também lhe compete mobilizar para o serviço. “Religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição. (Tiago 1.27) E, no caso do Cristianismo, a religião como fruto de uma aliança com Deus, é importante buscar nas Sagradas Escrituras o que Deus exige do povo com quem estabelece uma aliança. Em Levítico 19. 9-10, Deus pede para que uma parte da colheita não seja recolhida, como garantia de que o pobre e o imigrante encontrem seu pão. Deus da aliança, que tirou seu povo da escravidão, quer um povo santo e que não permita exploração em seu meio. “Se um irmão seu cai na miséria e não tem meios de se manter, você o sustentará.” (Levítico 25. 35) No livro da Lei, Deus estabelece uma norma imprescindível para o bem viver de seu povo: “Ame o seu próximo como a si mesmo. Eu sou Javé. Observem meus estatutos.” (Levítico 19. 18-19)

Em Mateus 5.17, Jesus disse ‘‘não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento”. Em sua caminhada, Jesus dá pleno cumprimento ao que foi anunciado e nos deixa o grande mandamento. “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês.” (João 15.12) Nas palavras que proferiu, no seu jeito de ser e agir, Jesus, nosso Divino Mestre, ensina a amar o próximo e que o nosso próximo é a pessoa que precisa. E, para Jesus, ajudar a pessoa necessitada é um ato de intimidade com Deus. ‘‘Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas, (…), para que a sua esmola fique escondida; e seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.” (Mateus 6.2-4)

Jesus nos ensina a servir, colocando-se a serviço, seja quando lavou os pés ou quando curou pessoas. Mas Ele também se coloca no lugar do pobre para que nosso amor e louvor a Deus se consagre no serviço, na acolhida, no respeito aos que mais precisam. Jesus se coloca no lugar da pessoa pobre, excluída e abandonada desde a sua concepção. Pois, Maria, sua mãe ficou grávida solteira e teria sido abandonada se não fosse a ação de Deus, que fez José compreender a situação e se unir com Maria na missão de construir o projeto de Deus. Jesus foi uma criança ameaçada, tendo que migrar com os pais. Por isso, Maria também é conhecida como Nossa Senhora do Desterro. Jesus nasceu numa família exilada, expatriada, tendo a rua e a estrada como “moradia.” Jesus, portanto, colocou-se no lugar das pessoas em situação de rua. E diante de uma realidade assustadora de injustiça e desigualdade, onde aumenta o número de pessoas nas ruas, que possamos ouvir Jesus falar ao nosso coração: “Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar.” (Mateus 25. 35-36)


Autor: Reverendo Pilato Pereira

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