Em ação inédita a Bacia do Rio Doce entrou com uma ação contra à União e o estado de Belo Horizonte.
É um dia histórico, já que essa é primeira ação desse tipo no país, onde um Rio bate às portas da Justiça em seu próprio nome. Isso ocorreu pela primeira vez no mundo, no Equador, em março de 2011. A Constituição do Equador, em 2008, reconheceu os direitos de Pachamama ou Natureza. Bolívia, em 2012, proclamou a Lei dos Direitos de la Madre Tierra.Depois disso, desencadeou-se em todo o mundo uma mobilização em defesa dos direitos de Pachamama ou da Natureza, em especial, dos direitos dos rios.
Na Nova Zelândia, uma lei atribui ao rio Whanganui direitos, como se ele fosse uma pessoa física. Na Índia, a sociedade está mobilizada em favor dos direitos dos rios Ganges e Yamuna, os maiores de lá. O assunto está em debate nos tribunais. Na Colômbia, a Corte Constitucional, no final do ano passado, reconheceu o rio Atrato como sujeito de direitos, com base em tratados internacionais, ainda que a carta constitucional de lá não fale disso.A Associação Pachamama inspirou-se nessas decisões judiciais anteriores do Equador e da Colômbia para entrar juntamente com o Rio Doce em defesa dos direitos do rio.
Isso representa um salto para a compreensão de que os rios vivem, querem viver…que alguns estão agonizando e cabe a nós respeitar seu direito à vida…
Em mais de 30 cidades brasileiras e no exterior, também no dia 5/11 estivemos com a 1ª Pororoca da Nación das Águas, numa imensa mobilização conjunta com diversos coletivos, juristas, tribos indígenas, ribeirinhos e a sociedade como um todo, conscientizando através da arte, rodas de conversa e muitas outras atividades, nos comprometendo com as águas do Brasil e do mundo, com a Vida em toda a sua extensão, em ações diárias e de conscientização e sensibilização, não seremos omissos! Saiba mais aqui.
Buscamos essa quebra de um paradigma onde a natureza é vista como um recurso natural, como um bem, passível de apropriação e exploração, e a partir de então passe a ser vista e tratada juridicamente como um Ser de Direitos, quebrando uma visão onde o ser humano deixa de ser o centro e a própria Vida assume sua posição. Parece algo óbvio, mas não é, e o espelho disso é a emergência global que o planeta está passando.
Falar dos direitos dos rios é falar também dos direitos dos ribeirinhos e de Pachamama.
Estamos construindo juntos essa onda de devoção, reverência e respeito à mãe terra!
Com o coração vibrando seguimos em frente!
“Nós somos água; e talvez a gente esteja perdendo tanto da nossa integridade como humanos, da nossa memória ancestral, a ponto de não mais nos reconhecermos como água, olhando para ela como uma coisa fora de nós.”
???? Leia a petição na íntegra.
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Fonte: A informação foi divulgada pela ONG Pachamama.