Notícias

Reflexões sobre Bíblia, Negritudes e Resistência na Construção da Identidade Negra

O Cebi dedicou os dias 31 de outubro, 07 e 14 de novembro de 2023, para realizar Encontros com a temática Bíblia e Negritudes. No primeiro Encontro, contamos com a presença na condução das reflexões do pastor da Igreja Metodista Filadelfia. No segundo Encontro, foi Márcia Rodrigues, baiana, educadora popular e integrante do CEBI quem nos ajudou, já no último Encontro, foi Jolmaci Barreto, quilombola de Lajedo de Eurípedes e integrante do Cebi.

Estiveram presentes pessoas de Pernambuco, do Rio de Janeiro, do Ceará, de Alagoas, do Maranhão, de Goiás, de Minas Gerais, do Espírito Santo, da Bahia, de São Paulo e do Espírito Santo, que juntas refletiram acerca da dificuldade em enegrecer nossas leituras bíblicas, pois ao longo da história, grupos hegemônicos construíram e ainda vem construindo uma forma de ver a Vida, oprimindo outros grupos, impondo a invisibilização e o racismo nas sociedades e o mesmo se faz presente nas interpretações da Bíblia, que acabam amaldiçoando e excluindo as pessoas negras. Tem-se então, leituras adoecidas da Bíblia que vê o “diferente” como animal, passível de ser exterminado.

Já no último Encontro o convite foi feito para buscar nossas raízes negras, nossa ancestralidade. Esse convite partiu do município de Lapão, na Bahia, de uma comunidade quilombola (Lajedo de Eurípedes) onde os mutirões e associativismos com outras comunidades são práticas de resistência e cuidados que fortalecem as comunidades negras quilombolas da região.

Durante as reflexões feitas na plenária e nos grupos nos três dias, foi visto que:

  • o racismo religioso parte da forma como são feitas as leituras bíblicas;
  • a presença negra na Bíblia nos foi negada;
  • há uma dificuldade de enegrecer a Bíblia;
  • há um embranquecimento na Bíblia que mata pessoas;
  • há uma dificuldade das Igrejas em trabalhar com o tema;
  • há dificuldade em entender a negritude negada e é necessário entender isso.
  • o racismo está em todos os lugares e devemos nos indignar mais e reagir mais;
  • há a necessidade de tecer redes, conexões com a comunidade, não se isolar;
  • deve-se perceber nossa vocação enquanto povo negro;
  • muitas soluções pela sobrevivência e contra os racismos, vêm de dentro da comunidade;
  • fortalecer o povo negro, passa pela força e espírito de comunidade das mulheres;

 

Leituras que inspiraram as reflexões:

  1. Lucas 9, 51-56

Quais são as seduções/artimanhas que se impõem e contaminam nossas comunidades e nos silenciam diante delas?

  1. Cânticos 1, 5-6

Como percebemos as situações das mulheres negras nas diversas situações da Vida?

Quantas vezes percebemos os discursos racistas nas instituições religiosas e qual a nossa reação diante disso?

  1. 2Reis 4, 1-7

Quais são os sinais que nos fortalecem como povo negro?

Por: Serviço de Formação

Nenhum produto no carrinho.